O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que espera que o presidente Joe Biden ganhe as eleições presidenciais nos Estados Unidos (EUA) neste ano. A declaração foi feita durante a entrevista à Rede TV, nesta terça-feira (27).
“Eu espero que o Biden ganhe as eleições. Eu espero que o povo possa votar em alguém que tenha mais afinidade. Eu tenho visto o Biden em porta de fábrica. O discurso do Biden desde o começo até agora é em defesa do mundo do trabalho”, disse Lula.
Na última semana, o presidente Lula se encontrou com Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, em Brasília, para discutir a relação entre os dois países. Ao longo do ano passado, o petista se reuniu com Biden, principalmente para falar sobre questões bilaterais. Sobre o genocídio em Gaza, o secretário estadunidense disse discordar da posição do atual presidente brasileiro.
É certo que Lula não deveria apoiar Trump para a presidência dos Estados Unidos, mas também não deveria apoiar o genocida Biden. São duas faces de uma mesma moeda, trata-se de dois direitistas imperialistas em relação a Gaza: tanto Biden como Trump estão de acordo com o extermínio da população palestina em benefício do sionismo. O que o presidente Lula deveria colocar em questão é uma candidatura alternativa, ligada à classe operária.
No entanto, o atual presidente brasileiro e muitos outros setores da esquerda e ditos progressistas ainda possuem uma visão de que Trump seria um grande monstro fascista de extrema direita, e que valeria tudo para combatê-lo. No caso brasileiro essa ilusão é ainda mais forte, pois existe uma campanha gigantesca da imprensa golpista para demonizar Bolsonaro e, por consequência, Donald Trump, que seria um de seus aliados.
Ao fazer tal afirmação, de que espera que Biden saia vitorioso nas próximas eleições norte-americanas, o presidente brasileiro está cometendo um erro. Biden é um representante do imperialismo, que tem em seu poder a maior de guerra do planeta, voltada para esmagar os países oprimidos, mantendo-os sob sua ditadura.
Por esses e outros motivos, a interpretação de que Biden seria o mal menor é equivocada. O maior inimigo do Brasil e de todos os países oprimidos do mundo sempre foi e sempre será o imperialismo.
Durante toda sua carreira política, Biden teve participação em golpes de Estado em todo o mundo. Quando era vice-presidente, no mandato de Barack Obama, foi um dos principais responsáveis pelo golpe de Estado contra Dilma, em 2016, e por toda a onda golpista na América Latina. O mesmo ocorre atualmente, agora que ele é presidente dos EUA.
Na América Latina estão instaladas verdadeiras ditaduras, a exemplo do Peru, Equador, Argentina, El Salvador. E todas foram impostas nesses países pelo governo democrata americano. Biden colocou a Ucrânia em uma guerra por procuração contra a Rússia e a destruição da população e do país ucraniano é incalculável até o momento.
Um dos argumentos utilizados por Lula para apoiar Biden, seria que o presidente foi “à porta da fábrica” durante uma greve operária nos EUA, o que seria uma demonstração de preocupação com os trabalhadores norte-americanos. Sobre isto, o que pode ser dito é que o presidente dos EUA foi lá representando os interesses da burguesia e ainda saiu vitorioso, pois acabou com a greve. Nem por um segundo passou pela cabeça desse fantoche do imperialismo ficar a favor dos trabalhadores.
Lula deve ter claro que para, o Brasil se desenvolver é necessário travar uma luta para expulsar o imperialismo do Brasil, e não apoiar seus candidatos nas eleições dos Estados Unidos, o principal país imperialista.