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Guerra na Palestina

Estado de ‘Israel’ se aproxima de seu fim

Segundo um major general das forças de ocupação, “apenas parando os combates na Faixa de Gaza agora é possível evitar o colapso do estado”

Em razão da luta do Hamas e de demais organizações da resistência palestina, que impediu os sionistas de conquistarem qualquer objetivo militar significativo em seis meses de guerra, o Estado de “Israel” está se desintegrando. E recentes reportagens da imprensa israelense e declarações de militares do alto escalão das forças israelenses de ocupação reforçam isso.

Em matéria publicada na última quarta-feira (10), o portal sionista Ydeoth Aronoth (Ynet), citando relatório das forças armadas israelenses, noticiou que “quatro dias após a retirada das forças de ocupação israelenses de Khan Yunis, enquanto multidões de residentes regressavam às suas casas destruídas, combatentes do Hamas também foram vistos recuperando o controle da maior cidade de Gaza”. 

Em outras palavras, o portal sionista Ynet reconhece, mesmo sem dizer expressamente, que as forças israelenses de ocupação foram derrotadas em Khan Yunis. Afinal, o objetivo de “Israel” era erradicar o Hamas. Antes de prosseguir com as informações fornecidas pelo Ynet, devemos questionar essa afirmação de que o Hamas teria retomado o controle de Khan Yunis, como se as forças de ocupação tivessem chegado a controlar a cidade. Não se retoma o controle daquilo que nunca perdeu.

O governo de “Israel” alega que saiu de Khan Yunis porque as forças israelenses de ocupação teriam conseguido expulsar os combatentes das Brigadas Al-Qassam (Hamas) de lá. Isto é falso. O Hamas não retornou à cidade, pois nunca saiu. Foi a ação de seus combatentes e demais membros da resistência palestina que expulsou as tropas sionistas de Khan Yunis, cuja retirada ocorreu no último domingo (7). Recente reportagem publicada no portal da emissora libanesa Al Mayadeen detalha as últimas ações da resistência palestina que obrigaram as forças de ocupação a baterem em retirada.

Al Mayadeen cita Hani al-Dali, especialista em assuntos da Resistência Palestina, que detalha a “operação em várias etapas da Resistência em al-Zanna” (bairro de Khan Yunis), os momentos finais dos sionistas na cidade. Segundo o especialista, o fracasso de “Israel” ficou comprovado através da emboscada que conduziu contra as forças de ocupação:

“Na emboscada, os combatentes das Brigadas al-Qassam atacaram três tanques Merkava israelenses com granadas de propulsão por foguete (RPGs) produzidas localmente, apelidadas de al-Yassin, levando as forças de resgate militares israelenses a se posicionarem na área. A força caiu num campo minado preparado pelas forças de al-Qassam, o que levou à morte instantânea de seis soldados, enquanto outros ficaram feridos como resultado do ataque. Mais tarde, a imprensa militar das Brigadas al-Qassam disse que, depois que o campo minado foi detonado, as forças de ocupação restantes se fortificaram em um prédio, onde foram alvo de um projétil antipessoal que matou pelo menos três soldados.”

Assim, o que ocorreu em Khan Yunis não foi uma retirada estratégica por parte de “Israel”, conforme informado pelo governo israelense. As forças de ocupação foram expulsas pela ação do Hamas e da resistência. Algo que acaba sendo reconhecido na já citada reportagem do jornal sionista Ynet, na qual consta que as forças israelenses “estão tendo dificuldades em identificar e atacar todo o aparelho de segurança interna da Resistência Palestina, que ainda está altamente ativa em Gaza”.

Ademais, a matéria do Ynet acaba expondo o quão forte é a presença do Hamas em meio à sociedade civil palestina, nas regiões do enclave em que as tropas sionistas já foram expulsas: 

“Na ausência de outra autoridade e na contínua ausência de qualquer ação, Israel está efetivamente perpetuando o domínio civil do Hamas em Gaza, ajudando-o a sobreviver novamente nos próximos anos.”

Conforme noticiou Al Mayadeen, reproduzindo informações do Ynet, a resistência palestina está governando Gaza, impedindo, por exemplo, a especulação com o preço de alimentos, para amenizar a situação de fome dos palestinos, situação esta que é resultado do bloqueio de “Israel” e seus bombardeios sobre Gaza. Segundo dados da inteligência militar israelense, “os preços dos alimentos em Gaza caíram significativamente nos mercados durante o mês passado, o que significa que o Hamas conseguiu estabilizar a economia em tempos de guerra”, reporta o Ynet.

Ainda segundo informações dos militares israelenses, o Hamas, que governa Gaza, “também reduziu os seus impostos para facilitar aos residentes a compra de bens básicos, especialmente na preparação para o Eid al-Fitr”.

Segundo o relatório militar citado pelo Ynet, o mesmo ocorrerá em Khan Yunis agora que as forças de ocupação foram forçadas a se retirar.

A derrota de “Israel” para o Hamas e demais organizações da resistência palestina é tamanha que o Estado sionista sequer está conseguindo manter o bloqueio total que havia estabelecido no início desta etapa do conflito, em outubro passado. Segundo o relatório citado pelo Ynet, há uma frustração crescente no governo israelense, pois 500 caminhões de ajuda humanitária estão podendo entrar no enclave diariamente, de forma que os mercados de Gaza estão cada vez mais cheios. Frisa-se que o bloqueio e a entrada de ajuda humanitária era uma das moedas de troca de “Israel” no acordo de cessar-fogo que está sendo feito com o Hamas.

Para que “Israel” não admita derrota, no relatório militar consta que “oficiais veteranos […] estimam que do ponto de vista puramente militar, o Hamas será derrotado apenas em 2026 ou 2027”.

Contudo, a desintegração de “Israel”, face à ação do Hamas e da resistência, não pode ser escondida. Nesse sentido, um Major General da reserva das forças de ocupação, Yitzhak Brick, que também é especialista em assuntos militares, destaca que as ações do governo Netaniahu estão levando “Israel” a sua destruição.

Segundo o militar, em artigo publicado pelo jornal sionista Maariv, o atual governo falsifica a realidade da guerra perante a sociedade israelense para dar continuidade aos seus objetivos políticos e militares:

“A maioria das pessoas acredita nessa horrível mentira que eles [o governo e o exército] estão espalhando em todos os níveis políticos e militares para ganhar tempo para sua sobrevivência política e militar e buscar um último recurso para se salvarem o máximo possível.”

Segundo Brick, a continuidade da Guerra em Gaza levará à desintegração da sociedade israelense, seja no setor da segurança, economia, educação e saúde, de forma que “apenas parando os combates na Faixa de Gaza agora é possível evitar o colapso do estado”, acrescentando que “continuar a guerra na Faixa de Gaza, cujo objetivo foi perdido há algum tempo, é o caminho garantido para uma maior desintegração do estado”.

Ao comentar sobre a possível invasão de Rafá, que Netaniahu já declarou inúmeras vezes que irá realizar, Brick declarou que “destruir quatro batalhões em Rafá e ‘minar completamente o Hamas’ é a maior mentira na história das guerras de Israel, uma mentira que eles [o governo e o exército] estão nos vendendo”. Um reconhecimento tácito de que as invasões de “Israel” ao enclave não estão sendo bem sucedidas em derrotar o Hamas.

O militar israelense tira, então, a seguinte conclusão:

“Estamos agora à beira do abismo, e se continuarmos a ficar parados e acreditando nas notícias falsas que nossos líderes estão espalhando, não haverá recuperação ou retorno em breve, e perderemos o estado por mais 2.000 anos.”

Em outras palavras, um reconhecimento de que as ações de “Israel” nesta guerra contra os palestinos não só não está derrotando o Hamas e a resistência, mas está levando o próprio Estado sionista a seu fim.

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