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Palestina

A declaração de Ismail Hanié, líder do Hamas, ao povo brasileiro

Leia, na íntegra, tradução de mensagem do dirigente palestino transmitida na Análise Política da Semana do último sábado (2)

Conforme noticiado por este Diário, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), se reuniu, no Catar, com Ismail Hanié, líder do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe).

Na ocasião, segundo informou o dirigente do PCO em seu programa semanal Análise Política da Semana, Hanié não pôde dar uma entrevista à comitiva do Partido brasileiro, pois ele recebe centenas de pedidos semelhantes e não possui o tempo para atender a todos. Entretanto, o líder do Hamas aceitou gravar uma declaração exclusiva para o povo brasileiro.

Na Análise Política da Semana desse sábado (2), pela primeira vez, foi transmitida a declaração de Hanié. Em sua mensagem, o líder palestino destaca quatro pontos, os quais considera importantes para não só desmascarar mentiras criadas pela ocupação sionista, como também para explicar ao povo brasileiro o que é, de fato, o Hamas.

Pimenta, em seu programa, revelou que, além do vídeo apresentado, o PCO produzirá milhões de materiais, dentre panfletos, livros, CDs e mais para divulgar a mensagem de Hanié para o maior número de pessoas possível.

Neste artigo, disponibilizamos, pela primeira vez, a transcrição da mensagem gravada por Ismail Hanié na íntegra, traduzida para o português. Após finalizar o artigo, leitor, não deixe de compartilhar com todos os seus conhecidos para divulgar essa importantíssima declaração.

A declaração de Ismail Hanié, líder do Hamas, ao povo brasileiro

Nós e a liderança do Movimento de Resistência Islâmica, Hamas, expressamos nossa felicidade em receber o Sr. Rui e os irmãos e irmãs do partido PCO no Brasil. Ouvimos estas posições em apoio ou solidariedade com o povo palestino e a resistência palestina.

Quero expressar-lhes o meu apreço, orgulho e agradecimento, em primeiro lugar, por esta visita, que transporta uma mensagem para o nosso povo palestino enquanto luta contra a ocupação israelense.

Que existem no Brasil, como no mundo, pessoas livres e conscientes que defendem sua luta, luta e resistência, e afirmam o direito do povo palestino de estabelecer seu Estado independente com Jerusalém como capital, e o retorno do povo palestino (os refugiados palestinos) para viver na sua terra e no solo da sua pátria.

Nesta ocasião, quero enfatizar quatro pontos importantes.

O primeiro ponto é que o Movimento de Resistência Islâmica, Hamas, na Palestina é um movimento de libertação nacional palestino que limita a sua resistência e luta dentro da Palestina ocupada e não fora da Palestina e contra a ocupação israelense. Não é hostil a ninguém, mesmo que discordemos dele, mas foca na sua causa, no seu povo, no seu direito firme e inerente dentro da terra abençoada da Palestina.

O segundo ponto é que os Mujahideen e os combatentes das Brigadas Al-Qassam, no dia 7 de Outubro, conforme orientação do Chefe do Estado-Maior da Resistência, o Irmão Mujahid Muhammad Al-Deif, não tinham como alvo civis e não mataram uma criança ou uma mulher. Esta é uma expressão da literatura do movimento Hamas e das suas crenças religiosas, intelectuais, morais e nacionais.

Nunca temos como alvo os civis, e a nossa resistência e as Brigadas Al-Qassam têm sempre como alvo o exército de ocupação e os colonos que estão espalhando estragos nas nossas terras. Nesta ocasião, qualquer comitê internacional e neutro que pretenda conduzir uma investigação sobre os acontecimentos de 7 de Outubro, não nos opomos, e mesmo que estas investigações se estendam para além de 7 de Outubro, especialmente os crimes sionistas cometidos contra o nosso povo palestino, que atingiram o ponto do genocídio e da limpeza étnica.

O terceiro ponto: não somos hostis aos judeus porque eles são judeus. Os judeus viveram durante muitas décadas, mesmo em países árabes e abraçados pelos Estados Islâmicos, mas somos hostis à ocupação. A nossa luta é com a ocupação, com o movimento sionista, com o projeto sionista que ocupou a nossa terra e os nossos santuários, deslocou o nosso povo palestino, cometeu massacres, e ainda é contra o nosso povo e contra o nosso povo palestino.

Portanto, não somos hostis aos judeus porque eles são judeus. Pelo contrário, até os recebemos em Gaza, e há pouco, numa conferência em Istambul, recebemos muitos judeus da América e da Europa, mas eles apoiam os direitos palestinos e o Estado, e consideram que o que a ocupação fez é uma ocupação e que este é um movimento sionista que até contradiz as crenças religiosas talmúdicas.

O quarto ponto é que o movimento Hamas, sim, é um movimento palestino, mas tem a sua extensão árabe-islâmica e também com todas as pessoas livres do mundo, e expressa o seu orgulho por todas as pessoas livres do mundo que se posicionam hoje em todo o lado, em todas as capitais do mundo, em solidariedade com Gaza, com as mulheres, crianças e idosos de Gaza, com o nosso povo na Cisjordânia, em 1948, no exílio e na diáspora e, portanto, todos os movimentos de progresso global

Olhamos para eles com orgulho e apreço, e também temos relações e amizades com muitos destes movimentos, seja a nível da América Latina, da Europa ou de outros lugares. Estes princípios humanitários unem-nos: igualdade, liberdade, justiça, liberdade dos povos e rejeição da ocupação, qualquer que seja esta ocupação.

Concluindo, estendo minhas saudações ao povo brasileiro, que tem uma relação histórica com o povo palestino. Partidos e forças, assim como o Presidente brasileiro.

Todos nós esperamos, se Deus quiser, que o povo palestino desfrute de liberdade, retorno e independência, e então registraremos para vocês e para todos aqueles que estiveram e apoiaram a luta palestina. Registraremos para vocês suas posições e expressaremos nosso orgulho no caminho da libertação, do retorno e da independência, se Deus quiser.

Ismail Hanié

Líder do Movimento de Resistência Islâmica

É preciso ouvir o lado do Hamas - Política da Semana, com Rui Costa Pimenta - 2/3/24

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