Após comparar os crimes de guerra cometidos por “Israel” contra o povo palestino com os crimes de guerra cometidos pela Alemanha Nazista, o presidente Lula se tornou alvo de uma série de ações dos representantes do sionismo, do imperialismo e do bolsonarismo. Considerado persona non grata pelo governo de “Israel”, Lula vem sendo caluniado pela grande imprensa, que chegou ao cúmulo de chamá-lo de “antissemita” e, agora, corre o risco de ter de responder a um processo de impeachment que começa a ser articulado por deputados de extrema direita.
Há, sem dúvidas, uma ofensiva covarde contra o governo brasileiro. Mas não apenas contra ele: o objetivo da coalizão de bolsonaristas, sionistas e imperialistas é intimidar todos aqueles que se posicionam em favor do povo palestino. É uma luta para reprimir duramente qualquer contestação da política bárbara de guerras, massacres de povos inteiros, golpes de Estado e ditaduras sanguinárias.
Neste sentido, a ofensiva deve ser respondida à altura. Caso avance, o sionismo avançará rumo ao extermínio do povo palestino, o imperialismo avançará nos ataques aos povos oprimidos do mundo e o bolsonarismo avançará em sua sanha repressiva no Brasil. Caso contrário, abrirá a perspectiva de uma importante vitória para a esquerda e para o movimento dos trabalhadores.
Reagir à ofensiva do bloco sionismo-bolsonarismo-imperialismo também oferece a oportunidade de a esquerda conseguir avançar, portanto, na luta contra os seus inimigos dentro do próprio País. Derrotar os apoiadores do genocídio em Gaza hoje coincide com derrotar aqueles que organizaram o golpe de Estado de 2016 e derrotar o bolsonarismo.
Ainda que estejamos em uma situação de ataque da direita, as reações à fala de Lula ao menos esclareceram o cenário. Para lutar contra o bolsonarismo, não há medida mais eficiente que combater o sionismo. Denunciar os apoiadores do genocídio como tais, exigir a liberdade de expressão contra a censura dos grandes monopólios e expurgar do Estado brasileiro os cúmplices dos assassinatos de crianças palestinas são as tarefas que permitirão avançar na luta contra os inimigos da esquerda.
Esse programa, por sua vez, está em completa oposição àquele apresentado no último período por um setor da esquerda, incluindo o próprio partido do presidente Lula. Segundo esse setor, o combate ao bolsonarismo deveria ser travado por meio da polícia e do Judiciário. O maior aliado nessa “luta”, portanto, seria Alexandre de Moraes, a Rede Globo e o PSDB – isto é, a direita dita “civilizada” que é parte indissociável da coalizão que sustenta o genocídio em Gaza.
Torcer para que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal (PF) “combatam” o bolsonarismo é, além de um erro, uma ilusão. Naquilo que é fundamental, eles estão todos juntos. No que diz respeito ao genocídio do povo palestino, estão todos juntos.
É preciso abandonar qualquer tipo de aliança com a direita e apostar todas as fichas na mobilização das massas contra os apoiadores dos crimes de “Israel”.
