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HISTÓRIA DA PALESTINA

A carta de Einstein contra o carniceiro Menachem Begin

Albert Eintein, Hannah Arendt, dentre outros, criticavam desde sempre a violência sionista contra os palestinos. Bem como as consequências do sionismo em prejuízo dos judeus

Einstein e Arendt

No ano de 1948, Albert Einstein, Hannah Arendt, e mais 25 intelectuais, endereçaram uma carta aos editores do New York Times para protestarem contra a presença de Menachem Begin, (que se tornou primeiro-ministro de Israel em 1977), nos Estados Unidos.

Begin é chamado de terrorista e sua organização é comparada ao nazismo e ao fascismo. Sua milícia, Irgun, praticou inúmeros atentados e massacres contra os palestinos, como o terrível massacre de Deir Yassin.

O ‘Partido da Liberdade’ de Begin, além de chauvinista, pregava a superioridade racial, intimidava a população judaica e espancava intelectuais e opositores. Sem mencionar seus atentados terroristas contra árabes, ingleses e mesmo judeus.

Segundo Maurício Tragtenberg, Nahum Goldman, ex-presidente do Congresso Mundial Judaico, disse em uma entrevista à Der Spiegel que a política agressiva de Begin reforçaria no mundo o antissemitismo.

Tragtenber lembra que Begin “é fruto de uma formação ideológicopolítica inerente ao Movimento Revisionista criado por Jabotinsky. Esse Movimento adotava a saudação fascista, estilo militar e camisas negras. Um de seus líderes, Aba Haimeir, colaborava no jornal israelense “Doar Hayom” numa seção intitulada “Diário de um Fascista”. Em 1922 Jabotinsky escreve carta entusiasmada a Mussolini. Este em 1924 envia seu representante, Dr. Mancini, à Palestina para conhecer o Partido Fascista Judeu”.

Maurício Tragtenberg acrescenta que “O Primeiro Congresso do Movimento Revisionista de Jabotinsky-Beguin se realiza em Milão em 1932, tendo como slogan “Ordem Italiana para o Oriente “. Devido o apoio do Movimento Revisionista à guerra de Mussolini contra a Etiópia, a agência noticiosa fascista “Oriente Moderno” saudava o Congresso Revisionista realizado em 1935.

A partir de 1935, quando se tornou público o universo concentracionário criado por Hitler e seu antissemitismo militante, o Movimento Revisionista prudentemente afasta-se de Mussolini. Isso não o impede de organizar na Palestina bando de “fura-greves”, criar uma central sindical paralela com o nome de “Histadruth Aleumit” e praticar terrorismo contra organizações operárias na Palestina.”

Leia a carta na íntegra:

Nova Iorque,
2 de dezembro de 1948

Entre os mais perturbadores fenômenos políticos de nossos tempos está a emergência do “Partido da Liberdade” (Tnuat Haherut) no recentemente criado Estado de Israel. Um partido político muito próximo em organização, métodos, filosofia política e apelo social aos partidos Nazistas e Fascistas. Ele foi formado a partir dos membros e seguidores do extinto Irgun Zvai Leumi, uma organização terrorista, conservadora e chauvinista na Palestina.

A atual visita de Menachem Begin, líder desse partido, aos Estados Unidos é obviamente calculada para dar a impressão do apoio dos EUA a esse partido nas eleições de Israel que estão por vir e para cimentar laços políticos com os elementos Sionistas conservadores dos Estados Unidos. Vários americanos de reputação nacional tem emprestado seus nomes para acolher sua visita. É inconcebível que aqueles que se opõem ao fascismo em todo o mundo, se estão corretamente informados sobre a história política e as perspectivas do Sr. Begin, poderiam acrescentar seus nomes e apoio ao movimento que ele representa.

Antes que seja feito um dano irreparável pela via da contribuição financeira, manifestações públicas a favor de Begin e a criação na Palestina de que um grande segmento da América apóia os elementos fascistas em Israel, o público americano precisa ser informado sobre o histórico e os objetivos do Sr. Begin e seu movimento.

As promessas públicas do partido de Begin não condizem de nenhuma forma com seu caráter real. Hoje eles falam em liberdade, democracia e anti-imperialismo enquanto até recentemente pregavam abertamente a doutrina do Estado fascista. É em suas ações que esse partido terrorista denuncia o seu caráter real. A partir de suas ações do passado é que podemos julgar o que eles farão no futuro.

Ataque à aldeia árabe

Um exemplo chocante foi seu comportamento na aldeia árabe de Deir Yassin. Esta aldeia, distante das principais estradas e circundada por terras judaicas, não tomou nenhuma parte na guerra e chegou a contrariar o lado árabe que queria usar a vila como sua base. Em 9 de abril2, bandos terroristas atacaram esta pacífica vila, que não era um objetivo militar na luta, matando a maioria de seus habitantes (240 homens, mulheres e crianças) e manteve alguns deles vivos para desfilar como cativos pelas ruas de Jerusalém. A maioria da comunidade judaica ficou horrorizada com a a ção e a Agência Judaica enviou um telegrama de desculpas ao Rei Abdullah, da Trans-Jordânia. Mas os terroristas, longe de se envergonharem por seu ato, ficaram orgulhosos desse massacre, divulgando-o amplamente e convidando todos os correspondentes internacionais presentes no país para dar uma olhada nos cadáveres e na devastação em Deir Yassin.

O incidente Deir Yassin exemplifica o caráter e as ações do Partido da Liberdade

Dentro da comunidade judaica eles têm pregado uma mistura de ultra nacionalismo, misticismo religioso e superioridade racial. Como outros partidos fascistas, eles têm sido usados ​​para acabar com as greves e têm pressionado pela destruição de sindicatos livres. Em seu lugar eles têm proposto sindicatos corporativistas no modelo fascista italiano.

Durante os últimos anos de violência anti-britânica esporádica, o IZL e o grupo Stern inauguraram um reino de de terror na comunidade judaica da Palestina. Professores foram espancados por discursarem contra eles, adultos foram baleados por não deixarem seus filhos juntarem-se a eles. Pelo método dos gangsters, espancamentos, quebra de janelas e roubos em larga escala, os terroristas intimidaram a população e exigiram um pesado tributo.

As pessoas do Partido da Liberdade não tem nenhuma parte nas realizações construtivas na Palestina. Eles não reivindicam nenhuma terra, nenhuma construção de habitações e apenas depreciam a atividade defensiva judaica. Seus esforços de imigração muito propagandeados foram diminutos e devotados principalmente para atraírem compatriotas fascistas.

As discrepâncias observadas

As discrepâncias entre as afirmações arrojadas feitas agora por Begin e seu partido e o registro do seu desempenho passado na Palestina não trazem a marca de um partido qualquer. Esta é a marca inconfundível de um partido fascista, para quem o terrorismo (contra judeus, árabes e britânicos igualmente) e deturpação são meios, e um “Estado líder” é o objetivo.

À luz das considerações anteriores, é imperativo que a verdade sobre Sr. Begin e seu movimento seja conhecido neste país. É ainda mais trágico que a liderança do sionismo americano recusou-se a fazer campanha contra os esforços de Begin ou mesmo para expor aos seus elementos os perigos para Israel do apoio a Begin.

Os abaixo assinados, portanto, vem por meio desta levar a público alguns fatos notáveis a respeito de Begin e seu partido e recomendam a todos os interessados ​​a não apoiarem esta última manifestação do fascismo.

Isidore Abramowitz
Hannah Arendt
Abraham Brick
Rabbi Jessurun Cardozo
Albert Einstein
Herman Eisen, M.M.
Hayim Fineman, M. Gallen, H.D.
H.H. Harris
Zelig S. Harris
Sidney Hook
Fred Karush
Bruria Kaufman
Irma L. Lindheim
Nachman Maisel
Seymour Melman
Myer D. Mendelson, M.D.
Harry M. Oslinsky
Samuel Pitlick
Fritz Rohrlich
Louis P. Rocker
Ruth Sagis
Itzhak Sankowsky
I. J. Shoenberg
Samuel Shuman
M. Singer
Irma Wolfe
Stefan Wolfe

A preocupação dos judeus com o sionismo

 

Os trechos que destacamos de Maurício Tragtenberg fazem parte de um artigo seu intitulado “Menachen Begin visto por Einstein, H. Arendt e N. Goldman”. O texto foi publicado em 2001 na Revista Espaço Acadêmico (Ano I, nº 7), e mostra a preocupação que já havia desde sempre: que o sionismo era o pior inimigo dos judeus. Essa mesma preocupação é expressa hoje por vários setores judaicos que denunciam e também sofrem com a violência sionista.

Sionistas oportunistas tentam ligar as críticas ao sionismo a um suposto antissemitismo. Devido à influência política dos sionistas, leis estão sendo aprovadas criminalizando quaisquer críticas contra as atrocidades que estão sendo praticadas na Palestina.

Como já estavam prevendo, judeus acabariam, infelizmente, sofrendo as consequências da política colonialista na Palestina. Alguns rabinos já afirmam abertamente que Israel é lugar mais perigoso do mundo para os judeus.

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