Em 1979, a classe operária do Irã derrubou da ditadura do Xá Reza Pahlevi imposta por um golpe de CIA. No mesmo ano, a classe operária brasileira estava em vias de derrubar a ditadura militar imposta por um golpe da CIA. No Irã a vitória foi fulminante, o Xá caiu, o Aitolá Khomeini tomou o poder e até hoje o imperialismo não conseguiu derrubar o regime nacionalista. No Brasil, como de costume, a história é mais complexa. Mas uma vitória foi clara: em 1979, surgiu a Causa Operária.
E fevereiro de 79, o aiatolá tomou o poder. Em julho, o jornal Causa Operária começou a ser publicado. O jornal deu o nome à organização que participou da fundação do PT e assim se tornou uma tendência interna do partido. A Causa Operária posteriormente foi expulsa do PT e assim fundou o Partido da Causa Operária. Há alguns resquícios de que essa história começou unificada. Até hoje, a ala mais esquerda do PT é conhecida como xiita, em referência justamente aos iranianos.
Mas a luta política no Brasil e no Oriente Médio se distanciaram, conforme a luta da classe operária se arrefeceu, a união dos povos pareceu mais distante. Eis que em 2021, o glorioso Talibã derrotou o imperialismo no Afeganistão. O governo Biden iniciou sua desintegração, uma verdadeira debacle. Novamente, o Brasil se unia ao Oriente Médio na luta contra o imperialismo. E, então, em 2023, os heróis de todos os oprimidos, o Hamas, unificam o Irã e o Brasil.
Depois de 45 anos, a classe operária brasileira e a classe operária iraniana voltam a se aproximar, a liga agora é feita pelo PCO, que teve 45 anos de luta, de experiência e de desenvolvimento dentro da classe operária. O ato de união, que lança essa nova era, foi o Dia de Jerusalém. O dia de al-Quds, convocado pelo próprio Aiatolá Khomeini há 45 anos, chega ao Brasil e tudo indica que se tornará uma tradição até a libertação da Palestina.
Essa é mais uma demonstração de que a classe operária é internacional. O povo do Irã, do Brasil, da Palestina, do Afeganistão são todos o mesmo povo. Todos lutam por sua libertação, pelo fim da ditadura mundial do imperialismo. Nessa luta não existem diferenças religiosas, sectárias ou de picuinhas políticas. Se lutam contra o imperialismo, são nossos companheiros. Eram nossos companheiros em 1979 e continuam sendo 45 anos depois. Viva a união dos povos mundo!
