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Rússia

2 anos de guerra na Ucrânia e continua o ‘nem-nem’

Passados dos anos do início da guerra na Ucrânia, a esquerda pequeno-burguesa ainda é incapaz de defender abertamente a vitória da Federação Russa e a derrota militar da OTAN

A guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022, a Rússia invadiu o país devido à presença ameaçadora da OTAN e assim impôs uma grande derrota ao imperialismo. No entanto, a esquerda pequeno burguesa, mesmo após todos os acontecimentos, é incapaz de defender a Rússia nessa guerra. Continuam com a política de nem OTAN e nem Rússia, a política centrista que, na prática, é um apoio ao lado mais forte nessa guerra, o próprio imperialismo. É o caso do World Socialist Web Site que publicou o artigo “Dois anos da guerra dos EUA-OTAN contra Rússia na Ucrânia”.

O texto começa: “em 24 de fevereiro de 2022, dois anos atrás, o imperialismo americano e seus aliados europeus conseguiram provocar a Rússia a invadir a Ucrânia. Washington, Berlim, Londres e Paris buscavam há muito tempo incitar uma guerra total com o regime nacionalista reacionário de Vladimir Putin, com o objetivo de subordinar a Rússia ao status de uma semicolônia e consolidar o domínio imperialista sobre a Eurásia”. Aqui o WSWS acerta no fato de que o imperialismo provocou a Rússia, no entanto, já começa a sua política pro-imperialista de condenar a Rússia como “reacionária”.

O artigo então explica por alguns parágrafos as origens da guerra, a expansão da OTAN com o fim da URSS e diversos acontecimentos das últimas décadas. O mais importante é quando o WSWS começa a abordar a própria Rússia. O autor afirma: “A agressiva mentalidade sanguinária dos estados imperialistas não justifica, e muito menos entrega qualquer conteúdo progressivo, às políticas do regime de Putin. Conforme o CIQI enfatizou dois anos atrás: é impossível desviar da catástrofe desencadeada pela dissolução da União Soviética em 1991 através do nacionalismo russo, uma ideologia completamente reacionária que serve aos interesses da classe dominante capitalista representada por Vladimir Putin”.

Aqui, o WSWS erra em sua caracterização sobre o governo Putin. O governo russo atual não é fruto da queda da URSS, esse era o governo neoliberal de Iéltsin. O governo Putin é uma reação a esse neoliberalismo, ou seja, é um governo nacionalista. O grupo que se considera marxista deveria ter uma compreensão do nacionalismo nos países atrasados; quando ele se choca com o imperialismo é, sim, progressista. Caso ele se choque com a classe operária, ele é reacionário, mas não é o que acontece. Basta ver o caso do Donbas, onde o levante operário que lutou contra a Ucrânia por 8 anos, está ao lado do governo Putin.

O texto então comenta o que seria a posição de Putin: “o objetivo de Putin ao invadir a Ucrânia era e continua sendo criar as melhores condições para um acordo com o imperialismo. Ele se recusa a reconhecer a existência de qualquer processo objetivo que leve os imperialistas a subjugar a Rússia. Em vez disso, como foi demonstrado em sua patética apresentação em uma entrevista recente com o apresentador de ‘talkshow’ fascista dos EUA, Tucker Carlson, Putin continua acreditando que tudo foi um grande mal-entendido que pode ser corrigido por meio de um acordo negociado entre Washington e Moscou para apoiar a criação de uma ordem internacional ‘multipolar’.

Aqui a declaração é uma farsa. Putin de fato quer um acordo com o imperialismo, sua política não é derrubar o imperialismo mundial, ele não é um revolucionário marxista. No entanto, ele compreende muito bem a existência do processo do imperialismo que quer subjugar a Rússia. Se não houvesse essa consciência, Putin não teria invadido a Ucrânia para expulsar a OTAN. O WSWS se confunde, o que a entrevista de Putin mostrou foi que no início de seu governo ele acreditava em uma convivência pacífica com os EUA, mas conforme isso foi se tornando impossível o governo evoluiu politicamente. Putin pode desejar o mundo multipolar, mas isso não significa acordo com os EUA, mas sim um mundo onde os EUA são fracos e, portanto, não conseguem mais se impor.

A partir desse momento começa a campanha imperialista contra a Rússia: “como representante da corrupta oligarquia capitalista russa, que enfrenta a oposição interna da classe trabalhadora e a crescente pressão das potências imperialistas, Putin não pode reconhecer que a guerra possui causas objetivas. Para isso, seria necessário reconhecer não apenas a falência de seu regime, mas também os resultados desastrosos da restauração capitalista na União Soviética para os trabalhadores russos e ucranianos. Essa admissão levantaria o espectro da erupção de oposição social vinda de baixo, que representaria uma ameaça muito maior à oligarquia russa do que a ameaça dos imperialistas.

Aqui, o WSWS erra em toda a sua análise. Putin é representante da burguesia russa de fato, mas nesse momento ele não se enfrenta com a classe operária da Rússia. Ele reconhece as causas objetivas da guerra, como dito acima. E seu regime não está nem um pouco falido, ele, na verdade, está no ápice de sua popularidade. O motivo? Putin está combatendo o imperialismo, ou seja, está travando a mesma luta que a classe operária da Rússia. É o típico governo nacionalista em seu momento de embate, tal qual foi o governo Vargas na década de 1950. A questão da União Soviética aqui não é relevante. O que importa é: a Rússia está em guerra com a OTAN. A classe operária russa está com o governo e não com a OTAN.

A conclusão do texto mostra como a política é reacionária: “a tarefa urgente no segundo aniversário da guerra entre os EUA e a OTAN contra a Rússia é tornar esse processo objetivo consciente nas mentes dos trabalhadores de todo o mundo, de modo que ele possa servir de base para o estabelecimento de um movimento internacional antiguerra liderado pela classe trabalhadora”. A política antiguerra não é de fato a política revolucionária. A política revolucionária é a derrota da OTAN, ou seja, a vitória da Rússia.

Isso deveria ser óbvio para os marxistas. Existem 3 políticas possíveis: apoiar a OTAN, ficar neutro, lutar pela derrota da OTAN. Qual dessas é a melhor para a classe operária? Obviamente que é a derrota militar da OTAN. A derrota dos EUA, da Inglaterra, da França e da Alemanha. Nesse sentido, a Rússia luta a mesma luta da classe operária mundial, a luta contra o imperialismo. E, portanto, a classe operária mundial deve adotar a política clara de apoio à Rússia.

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