O último relatório da ONU Mulheres sobre Gaza revela o impacto devastador que as mulheres sofrem em meio ao colapso dos serviços de saúde e à falta de acesso a medicamentos essenciais.
Intitulado “Guerra contra a Saúde das Mulheres em Gaza”, o relatório alerta que mais de 177.000 mulheres enfrentam riscos graves à saúde, com 162.000 afetadas ou em risco de desenvolver doenças não transmissíveis (DNTs) como diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.
O relatório também destaca que 15.000 mulheres grávidas estão à beira da fome, o que aumenta ainda mais sua vulnerabilidade a complicações graves, como infecções, anemia e distúrbios hipertensivos.
Em meio a essa crise de saúde, as mulheres grávidas e que amamentam enfrentam os desafios mais críticos, com a maioria relatando problemas graves devido à falta de serviços de saúde reprodutiva.
A destruição de mais de 84% das instalações de saúde em Gaza deixou os serviços restantes sem suprimentos básicos para salvar vidas, sem eletricidade e água limpa.
Além dos desafios de saúde, as mulheres também carregam o fardo de serem as principais cuidadoras de suas famílias, muitas vezes priorizando as necessidades familiares em detrimento das próprias.
Essa situação piorou à medida que a fome e a desnutrição aumentam, com as mulheres frequentemente comendo por último e em menor quantidade nas famílias.
O reaparecimento da pólio está adicionando mais pressão a um sistema de saúde já frágil, ameaçando o bem-estar das mulheres e crianças.
A ONU Mulheres reforçou o apelo do Secretário-Geral da ONU por um cessar-fogo imediato, acesso humanitário seguro e proteção aos trabalhadores de saúde, a fim de evitar uma maior deterioração da situação de saúde em Gaza.
Eles também enfatizam a necessidade de serviços de saúde sensíveis ao gênero e de apoio a organizações lideradas por mulheres que trabalham no terreno.