O conselho de ética do Comitê Olímpico Brasileiro decidiu punir o jogador de vôlei Wallace com 90 dias de suspensão das atividades relacionadas ao comitê e organizações relacionadas com o sistema olímpico brasileiro, e 1 ano de suspensão da seleção brasileira por “incitação à violência”.
A sentença é referente a uma infeliz declaração do jogador nas suas redes sociais. No início do ano, Wallace, interagindo com alguns fãs seus por meio da sua conta no Instagram, iniciou uma conversa sobre armas de fogo e foi perguntado por um de seus seguidores se seria capaz de “dar um tiro na cara do atual presidente” com uma espingarda, o jogador então, embarcou na pergunta e resolveu colocar uma enquete na sua rede social para ver a opinião de seus seguidores.
Uma situação que, sem dúvida nenhuma, é lamentável. Porém, é preciso deixar claro que a acusação de “incitação à violência”, particularmente nas redes sociais, se tornou algo extremamente banal e que, na prática, serve apenas e tão somente para disseminar a censura.
Isso é ainda mais evidente pelo fato de que grupo Folha de São Paulo, veiculou uma edição do seu folhetim com uma capa de extremo mau gosto e que parecia simular praticamente o mesmo que foi dito por Wallace, sem que nada acontecesse ao seu jornal.
Enquanto os grandes conglomerados de comunicação, ligados à burguesia internacional, fazem e dizem o que entendem sem nenhuma consequência, a repressão a indivíduos nas redes sociais é intensa. Podemos lembrar aqui, por exemplo, do caso de outro jogador de vôlei, Mauricio Souza, que também foi acusado de fazer discurso de ódio, e teve sua carreira prejudicada por haver simplesmente criticado a versão gay de um personagem de história em quadrinhos. Ou ainda o caso do youtuber Monark, que foi acusado de ser nazista e demitido do podcast que ele mesmo criou por ter, durante uma entrevista, afirmado que todos deveriam ter o direito de formar um partido político.
É preciso, portanto, combater a sanha censuradora, que além de extremamente prejudicial para a luta da classe trabalhadora, é absolutamente inútil aos seus interesses. Apenas particulares que não têm o poder, é que serão perseguidos pelo que diz, enquanto nada acontece com aqueles que representam perigo real para o povo brasileiro, como os grandes empresas da imprensa corporativa.