O Partido da Causa Operária (PCO) realiza, no próximo final de semana (16 e 17 de dezembro), o curso A questão Palestina – Da Primeira Guerra Mundial aos dias de hoje. Um dos destaques do curso será o fato de que o martírio do povo palestino pelas potências imperialistas antecede a criação do Estado de Israel, tendo origem após o grande conflito mundial, com a retalhação do Império Otomano e a ocupação do Oriente Médio pelas nações vencedoras. Iniciada nessa época, a selvageria contra os árabes que habitavam a Palestina culminaria na chamada Intifada, palavra árabe traduzida para o português como “revolta” e usada pelos palestinos para caracterizar as grandes rebeliões revolucionárias contra a opressão sionista, com a primeira delas ocorrendo em 1987.
Conhecida como “Guerra das Pedras”, esta primeira Intifada acabou sendo assim chamada devido a seu caráter espontâneo, com palestinos da Faixa de Gaza e da Cisjordânia (os dois territórios remanescentes da antiga nação palestina) se insurgindo contra a invasão israelense, armados com paus, pedras e outros meios extremamente rudimentares para se insurgir contra “Israel”. Consequência da total disparidade no conflito, após seis anos de confrontos diários e de intensa repressão por parte dos sionistas, 1.550 palestinos foram assassinados e mais de 70 mil foram feridos.
Um contingente entre 100 e 200 mil pessoas foram presas, incluindo crianças. Destes, mais de 18 mil palestinos permaneceram no cárcere sem julgamento.
Da efervescência dessa época, surge também a mais importante organização de luta do povo palestino atualmente: o partido Movimento Resistência Islâmica (Hamas, na sigla árabe). Inicialmente uma organização religiosa dedicada à caridade, o Hamas rapidamente evolui à esquerda, integrando-se à resistência palestina ao mesmo tempo em que a maior expressão política da mobilização pela libertação da Palestina até então, o partido Fatá, capitula. Em franca deterioração, o partido trai a Intifada, negociando com o imperialismo os chamados “Acordos de Oslo”, celebrados em 1993 com “Israel” e o presidente dos EUA (na ocasião, o democrata Bill Clinton) e que não traziam nada além de promessas vãs de criação do Estado palestino – que jamais ocorreriam e, de fato, jamais ocorreram.
Seis anos após a explosão popular, a mobilização revolucionária da Intifada é finalmente derrotada pelo imperialismo, graças à traição do Fatá, que assina o acordo com os sionistas, derrotando a Guerra das Pedras. O partido conquista uma espécie de governo sobre os árabes na figura da Autoridade Palestina, mas sem outra função além de controlar os palestinos. A conquista, no entanto, acabaria implicando em uma acentuada perda de autoridade do Fatá com o povo palestino, o que terminou impulsionando a evolução do Hamas, que irá liderar as próximas Intifadas.
A verdade sobre a Guerra das Pedras e a manipulação representada pelos Acordos de Oslo eram abafadas pelo chamado Hasbará, a máquina de propaganda sionista dedicada a impedir a divulgação dos crimes de “Israel”. No entanto, devido à evolução dos meios de comunicação, uma parte significativa da população mundial agora tem acesso às atrocidades cometidas na Palestina, resultando em uma revolta generalizada contra “Israel” em todo o planeta.
Embora muitas pessoas compreendam facilmente a natureza sanguinária do governo israelense, do sionismo e do imperialismo, a maioria ainda não possui conhecimento detalhado dessa história. Isso ocorre principalmente devido à intensa propaganda sionista e à confusão deliberada que tentam criar entre judaísmo e uma doutrina supremacista e messiânica de natureza colonial.
Desmascarar esse conto de fadas criado pelo imperialismo para justificar um regime colonial no Oriente Médio, que em nada perde para a Alemanha nazista de Hitler, torna-se crucial. A compreensão profunda da história palestina é essencial para combater a propaganda genocida do sionismo.
Para suprir essa necessidade, o curso A questão Palestina – Da Primeira Guerra Mundial aos dias de hoje abordará diversos temas, incluindo a explicação do que é o sionismo; a crise do Império Otomano e a tomada dos territórios árabes pelos ingleses e franceses no pós-guerra; a colonização na Palestina no período entre guerras; a resistência do povo palestino contra a colonização inglesa e a revolução de 1936; o plano da ONU e a formação do Estado de Israel; a limpeza étnica dos palestinos, também conhecida como a terrível Nakba; as diversas guerras entre Israel e os países árabes; a crise libanesa e o surgimento do Hesbolá; as Intifadas e os supracitados Acordos de Oslo; e uma caracterização das diversas forças políticas envolvidas na questão, como o Hamas e o Fatá, além da análise da crise atual e suas consequências para a política mundial.
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