Talvez o próprio Leo Lins não goste das palavras que lerá a seguir, não por que são críticas mas sim um grande elogio. O humorista é atualmente um dos maiores artistas que atuam neste país. Alguns incautos, que só leram as manchetes da imprensa burguesa, podem achar que isso é apenas uma provocação, mas não é. De fato Lins é um exemplo para todos os artistas no Brasil no dia de hoje. Não só pelo que faz em sua arte mas também por desafiar a ditadura que a direita ultra recionária, com ajuda da esquerda pequeno burguesa, impõe a cultura
Descobri Leo Lins quando ele foi censurado pela justiça de São Paulo por sua apresentação Pertubador. O video foi derrubado de seu canal e ele foi impedido de se ausentar de São Paulo por muito tempo. O judiciário baixou a ditadura. Pelas piadas feitas em um show privado o humorista sofre a pena como se fosse um elemento perigoso na sociedade, quase um assassino. Isso, vale lembrar, sem nenhum julgamento, apenas porque o exelentissimo juiz decidiu. Mas isso teve um lado positivo, permitiu que eu assistisse a apresentação de Lins pela primeira vez.
O show censurado tem pouco mais de uma hora e é uma verdadeira obra de arte. Os que não gostam muito de humor podem ter uma resistência mas a verdade é que Lins é muito bom no que faz. Seu objetivo é justamente ignorar completamente a campanha de cancelamento e fazer todo tipo de piada mas sem perder a qualidade, algo que ele tem muito sucesso. Ele então aborda todos os temas, nordestinos, transexuais, anões, surdos-mudos e pedofilia. Mas também fala de terrorismo, da violencia policial, da opressão do negro na sociedade dentre outros assuntos. É uma apresentação de fato completa.
E antes que os esquerdistas de plantão levantam suas pedras para arremessar nesse diário, fazendo frente com João Dória, é preciso dizer: Leo Lins, pelo seu show, não pode ser taxado como alguem da direita. Sua principal crítica é ao identitarismo, uma ideologia da direita norte americana. Quando fala abertamente de política faz uma piada contra Lula e uma contra Bolsonaro. Além disso fala uma vez mal da China. Mas até ai varios setores da esquerda atacam tanto Lula quanto a China. No entanto Leo Lins também faz piadas tipicamente associadas à esquerda, fala em tom jocoso sobre a queda das torres gêmeas, coloca a polícia como uma organização assassina. E ataca também os políticos da direita que fazem questão de censurá-lo, até mais que os da esquerda pois a direita controla mais o aparato estatal que a esquerda.
Mas a política não é relevante, afinal analisar a arte por fatores políticos é justamente o que leva a sua destruição. Isso é o que fazem os identitários. O ponto aqui é que Leo Lins nem pode ser taxado de direitista, bolsonarista, fascista, nazista etc. Ele é apenas um bom comediante, muito bom diga-se de passagem. E o fato dele estar sendo censurado é uma grande demonstração disso. Ele está desafiando o poder estabelecido, desafiando a ideologia canceladora que permeia toda arte e assim ele ganha cada vez mais popularidade. Nesse sentido é um dos poucos artistas de destaque, que não existe de forma artificial, mas sim expressa genuinamente uma arte que vai contra a ideologia dominante.
Leo Lins é o equivalente ao que eram os musicos na época da ditadura militar. Vai sendo cada vez mais censurado e segue, sem ceder, contornando essa censura. Se torna um fenômeno cada vez maior. O ataque da esquerda ao comediante portanto é errado em todos os sentidos, é uma demonstração da falência dessa esquerda. O maior inimigo de Leo Lins é a direita tradicional, a justiça de São Paulo, as prefeituras que o censuram, o imperialismo que é a força maior por detrás da censura. Mas a esquerda segue agindo como Chihuahua da direita latindo sem parar.
Assim é inevitável que Leo Lins também volte sua língua afiada não só para a classe dominante mas também para os esquerdistas sem noção. Afinal caçoar de cachorrinhos da imprensa burguesa que se autoproclamam esquerdista é algo perfeito para um homorista de qualidade como Leo Lins.