O chamado VAR, abreviatura em inglês para Vídeo Assistant Referee, ou na tradução árbitro assistente de vídeo, tem a função de analisar as imagens de vídeo para ajudar o árbitro principal de uma partida de futebol. A ideia é que os árbitros da cabine, com auxílio de ferramentas manipuladoras de imagem, pudessem corrigir e auxiliar a tomada de decisões do árbitro de campo.
A sua primeira utilização foi na Copa do Mundo da Rússia em 2018. na partida entre França e Austrália, em 16 de junho de 2018. No Brasil, o VAR começou a ser utilizado a partir das quartas de final da Copa do Brasil de 2018. A primeira vez que o árbitro de vídeo foi utilizado na história do futebol brasileiro foi na derrota do Santos para o Cruzeiro, em 1º de agosto de 2018. A partir de 2019 foi incorporado ao Campeonato Brasileiro e a todas as competições nacionais e nos principais estaduais.
Outro ponto são os valores. Após muita discussão entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e os clubes, devido ao alto valor, a CBF fechou contrato com a Hawk-Eye, uma empresa da Sony que cobrou um valor de R$ 49 mil reais por partida do Campeonato Brasileiro da Séria A. A tabela abaixo mostra como ficou a divisão:

Isto apenas no Campeonato Brasileiro da Série A. Em 2022, a empresa que atuou nas séries B, C e D foi a Sports Hub que tem como sócio Sérgio Luis de Sousa Gomes, investigado na CPI do futebol por acordos fraudulentos, atuando juntamente com o ex-presidente da CBF Marco Polo del Nero. Outro ponto curioso é que a empresa Sports Hub, foi fundada em 06 de Março de 2020, declarando um capital de R$ 50 mil, em teoria muito abaixo do esperado para uma empresa de tamanha tecnologia.
Já na estreia do VAR no Campeonato Brasileiro de 2019 as reclamações foram muitas de todos os times. Tanto por excessos de paradas quanto em relação às análises. A equipe do VAR pode chamar ou não o juiz, e este pode aceitar o não, visto que a decisão final é do árbitro de campo. Contudo, é neste ponto que a manipulação de resultados pode ocorrer. Supomos que ocorreu um pênalti e o árbitro de campo “não viu”. O VAR pode muito bem não chamar o árbitro de campo, visando favorecer a equipe. Ao mesmo tempo, quando o VAR pede revisão do lance, coloca o árbitro em uma pressão muito grande para que faça a marcação. O mesmo ocorrendo para impedimento, em lances milimétricos, em uma tentativa de tentar anular o gol do adversário.
Para termos uma ideia, no Campeonato Brasileiro da Série A de 2021, a CBF admitiu erros em pelo menos metade dos jogos em que houve reclamações de clubes na reta final do Brasileiro o que soa como ridículo para uma suposta tecnologia que veio para “ajudar” o futebol. Outro ponto interessante é que o VAR veio quase na mesma época da crescente onda de casas de apostas.
O caso mais recente aconteceu na final da Supercopa de 2023 entre Flamengo e Palmeiras. Dois lances duvidosos e polêmicos no primeiro gol do Flamengo e no gol da vitória do Palmeiras. O árbitro Wilson Pereira Sampaio, em nenhuma das vezes foi à cabine reavaliar os lances, visto que a própria equipe do VAR decidiu por não chamar o árbitro. Na noite da última segunda-feira (30), o Flamengo entrou com um processo no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pedindo o afastamento do árbitro Wilton Pereira Sampaio, que apitou a decisão da Supercopa do Brasil contra o Palmeiras.
O fato é que com a tecnologia do vídeo, a manipulação de resultados ficou muito mais fácil e em nenhum momento conseguimos ver melhores resultados. Os torcedores todos pedem a saída do VAR, pois a emoção do grito do GOL também foi perdida. A sempre tão sonhada manipulação de resultados por parte dos cartolas e capitalistas de futebol ainda não foi completamente alcançada, contudo, um grande passo foi dado.