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Delação de Mauro Cid

Vão investigar os comandantes das Forças Armadas?

A delação apenas reforça o fato de que Bolsonaro está sendo perseguido. Caso não estivesse, inúmeros militares estariam sendo investigados também.

Com a delação de Mauro Cid, as Forças Armadas foram colocadas no olho do furacão da perseguição política feita contra Jair Bolsonaro.

Em seu testemunho, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro acusou-o de realizar uma reunião com os comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha a fim de planejar um golpe de Estado. A reunião teria acontecido logo após o resultado das eleições de 2023, em que Lula foi eleito para um terceiro mandato.

Segundo Cid, o ex-presidente teria recebido uma “minuta golpista”, ou seja, um rascunho de um documento contendo um plano de golpe de Estado. Daí, Bolsonaro teria convocado uma reunião com os três comandantes das Forças Armadas, para discutir o suposto plano.

É uma delação muito curiosa, por vários motivos.

Primeiramente, quem teria escrito essa minuta? Não foi revelado.

Em segundo lugar, durante a reunião, os comandantes do Exército e da Aeronáutica teriam se colocado contra o plano de golpe, proposto por Bolsonaro. Já o comandante da Marinha teria embarcado, trocadilhos a parte.

Como já dito, o centro das atenções se volta para as Forças Armadas, as quais vêm sendo insistentemente propagandeada pela imprensa burguesa como um pilar da democracia, especialmente após o 8 de janeiro.

O que é interessante é que, caso o relato de Cid seja verdadeiro, nenhum dos comandantes que supostamente teriam rejeitado a proposta de Bolsonaro fizeram nada. Ora, o ex-presidente estava diante dos chefes das Forças Armadas, que deveriam assegurar a Constituição Federal, propondo justamente que a mesma fosse rasgada (afinal, um golpe de Estado resulta nisto). Ademais disto, golpe de Estado não era crime? Então tanto o comandante da Aeronáutica quanto o do Exército teriam que ter dado voz de prisão. Ou, no mínimo, reportado o acontecido às autoridades competentes.

Mas, ao que se sabe, nada foi feito.

Tudo bem, deve-se sempre questionar depoimentos resultantes de delações premiadas. Afinal, a delação nada mais é do que um testemunho feito sob ameaça de condenação, de prisão, de repressão em geral. Assim, é um testemunho potencialmente viciado. Nada garante que o depoente não esteja mentido para se livrar do martelo do judiciário.

Assim, é possível que Mauro Cid tenha inventado essa história só para conseguir um apoio, criando um factoide para facilitar eventual condenação de Bolsonaro.

Mas e se for verdade? Isto significa que os três comandantes das Forças Armadas estão implicados. O da marinha por apoiar, e os outros dois por omissão. E, certamente, muitas outras pessoas também estariam envolvidas. De forma que deveria ser realizada um investigação extremamente rigorosa sobre o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, especialmente sobre seu alto comando. Teria que ser realizada uma devassa nas Forças Armadas.

Quando, a coisa não é séria. A investigação que esta sendo feita contra o golpe de Estado, que teria ocorrido no 8 de janeiro, é uma farsa. Uma que conta com a atuação fundamental da imprensa burguesa.

Nesse sentido, cumpre informar que toda ela se calou sobre essa implicação das Forças Armadas na proposta de golpe feita por Bolsonaro. Nenhum editorial sobre o assunto. E, na tentativa de limpar a barra do Exército, quase que de imediato o jornal Valor Econômico publicou matéria falando que o comandante do Exército teria dito, durante a reunião com Bolsonaro, que iria prender o ex-presidente se ele desse continuidade em seus planos golpistas.

Acredite quem quiser. Lembrando que esses comandantes foram escolhidos pelo próprio ex-presidente.

Mas vamos supor que o comandante do Exército tenha dito isto mesmo: se Bolsonaro realmente propôs isto, deveria tê-lo prendido, e não apenas ameaçado. Uma farsa para que a propaganda das Forças Armadas “pilar da democracia” não caia por terra.

Nesse sentido, a imprensa burguesa manipula tanto a realidade que, no último período, conseguiu emplacar a ideia de que os militares são santos, que não têm absolutamente nenhuma relação com Bolsonaro e nem com o 8 de janeiro.

Para manter esse conto de “fardas”, estão fazendo de tudo para jogar para debaixo do tapete a implicação do comando das Forças Armadas por Mauro Cid.

Assim, a tendência que se desenha é a que esse Diário já havia projetado no começo do ano, quando as investigações sobre o 8 de janeiro começaram: nenhum militar será punido. Caso aconteça de algum pagar o pato, não será algo significativo. A estrutura das Forças Armadas permanecerá intactas.

Militares que supostamente se reuniram com Bolsonaro para discutir um golpe de Estado? Nem sequer são investigados.

Já o ex-servidor da Sabesp, morador de diadema, periferia de SP, cidade dormitório da classe operária em geral (em suma, nenhum privilegiado), foi condenado por tentativa de golpe de estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O cidadão foi chamado para uma manifestação em Brasília, tendo ido de ônibus. Entrou no STF durante a manifestação, fez uma gravação e postou nas redes sociais. Mas não se comprovou se ele vandalizou alguma coisa. Não obstante, foi condenado a 17 anos de prisão.

Acusá-lo de tentativa de Golpe de Estado, assim como os demais réus que foram condenados no dia 14 (um entregador de aplicativo e outro um ambulante), enquanto que nenhuma investigação é aberta contra o comando das Forças Armadas é uma farsa total. Não apenas uma farsa, mas algo surreal e grotesco.

O pessoal do 8 de janeiro foi boi de piranha. Enquanto são acusados de golpe pela imprensa, a mesma diz que os militares não fizeram nada.

Generais não são golpistas no Brasil, os golpistas são os funcionários da Sabesp. Uma novidade na história humana: um golpe feito por funcionário da Sabesp, ambulante, entregador de aplicativo, sem generais, sem armas, sem tanques. Uma farsa completa.

Ao fim, os processos contra Bolsonaro e os bolsonaristas são tudo jogo de cena por parte do STF. O objetivo é manipular a opinião pública. Com qual finalidade? Tirar Bolsonaro da cena política, pois ele é muito popular, de forma que sua manutenção pelo imperialismo é insustentável. Tirar ele, para depois tirar o Lula.

Condenar o Bolsonaro não é conter o fascismo. Para isto seria necessário, no mínimo, uma reforma geral das forças armadas.

Não há nenhuma luta contra o fascismo. Que luta contra o fascismo propagandeia as Forças Armadas brasileiras como o pilar da democracia? Nenhuma.

Agora, se a delação do Cid é verdadeira, e se Bolsonaro foi enquadrado pelo comandante do exército, dizendo que iria prendê-lo caso fosse adiante com a ideia de um golpe de Estado, então não houve golpe. Consequentemente, as pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro têm que ter as condenações e os processos anulados.

Bolsonaro teria proposto um golpe militar perante os comandantes das forças armadas. Ninguém investigará? Os jornais burgueses não farão campanha em defesa da democracia?

A delação apenas reforça o fato de que Bolsonaro está sendo perseguido. Caso não estivesse, inúmeros militares estariam sendo investigados também.

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