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PSTU ataca novamente

US$900 bi em armas à Ucrânia é pouco. PSTU exige mais

Articulista do Opinião Socialista delira em plena luz do dia, dizendo que imperialismo não enviou armas suficientes para os Ucranianos e defendendo que só importam vidas ucranianas

No momento em que o imperialismo começa a abandonar sua propaganda farsesca acerca de uma possível vitória da Ucrânia no conflito armado contra a Rússia, é possível ver um fenômeno incrível na esquerda brasileira: o PSTU se demonstra mais pró-Ucrânia do que o próprio imperialismo.

Depois de apoiar o golpe do imperialismo na Ucrânia, negar a existência de grupos nazistas no país, de inventar a tese da Rússia imperialista, agora a novidade morenista é a tese de que o imperialismo enviou poucas armas para os ucranianos, apesar de o mundo inteiro ter visto o gigantesco arsenal que foi despachado para lá durante todo o período do conflito.

Dentro dos próprios EUA, a população já se queixava de o governo norte-americano de Joe Biden estar gastando muito dinheiro com a guerra ucraniana e não dedicando nada do orçamento do país para as questões internas. No começo deste ano, após o episódio do descarrilamento de um trem na cidade de East Palestine, no estado de Ohio, o governador do Estado, Mike DeWine, criticou duramente Biden por não visitar a cidade do ocorrido e ir para a Ucrânia ao invés disso. Além disso, a decadente sociedade norte-americana passa por uma crise sem precedentes, enquanto o seu governo financia os grupos de mercenários nazistas da Ucrânia.

O PSTU não concorda, no entanto. Para eles, os norte-americanos não estavam enviando armamento o suficiente para a Ucrânia, e isso era feito de forma intencional, com a finalidade de impedir que eles vencessem a guerra contra a Rússia. Além disso, eles também consideram que “a preocupação das potências ocidentais sempre foi maior com as vidas russas, não com as ucranianas”.

As notícias dadas pelos órgãos de imprensa do imperialismo dão conta de que foram 500 mil pessoas afetadas pela guerra. Destas, são 1/3 de mortos e 2/3 de feridos. Impressionantemente, os números, trazidos pelo New York Times, indicam que são 60% de russos afetados contra 40% de ucranianos. Evidentemente, não é possível confiar nesse índice, que não reflete a realidade do conflito onde os ucranianos vêm sendo esmagados pelos russos. O PSTU, no entanto, propaga como se fosse realidade.

O articulista comenta o desenvolvimento de algumas das derrotas catastróficas dos ucranianos nessa guerra, entre elas a de Mariupol e a de Bakhtin. Em ambos os casos, eles consideram que os norte-americanos recomendaram aos ucranianos que entregassem seus territórios não porque a situação já era insustentável, mas porque eles queriam “proteger o poder de Putin”.

Essa análise fantasiosa não resiste a um segundo de raciocínio lógico. O mundo todo observou a campanha anti-Rússia do imperialismo, que chegou a punir russos residentes fora do país, boicotar artistas russos, impedir as delegações russas de participarem nas Olimpíadas e na Copa do Mundo, enquanto fazia uma gigantesca campanha de apoio à Ucrânia, ocultando a questão do golpe de Estado e a presença de grupos nazistas no país.

É admirável que o PSTU tenha a capacidade de afirmar tais coisas diante dos fatos inegáveis. Isso sem falar na supracitada fortuna gasta pelos governos dos países imperialistas no envio de armas para os ucranianos – só os EUA gastaram cerca de 877 bilhões de dólares em armamentos, contra 86,4 bilhões de dólares dos russos.

O PSTU protesta contra uma suposta lamentação por parte da imprensa norte-americana das mortes do povo russo, com base na matéria do New York Times, que indica os números de mortos na guerra. Evidentemente que a intenção dos norte-americanos é fazer uma campanha para desmoralizar Putin diante de seu povo. O articulista da Opinião Socialista entende de forma diferente, para eles, os norte-americanos “não querem derrotar Putin, mas apenas enfraquecê-lo, preservando seu poder. Estão tentando construir uma negociação com a entrega de parte do território ucraniano”.

Para concluir, convém observar que o PSTU conclama a classe trabalhadora mundial a se colocar ao lado da suposta “resistência ucraniana” (inexistente, tendo em vista que há uma boa parte do país que quer, inclusive, se integrar à Rússia), apoiando a vitória militar de um país que está sendo claramente utilizado como bucha de canhão pelo imperialismo para atacar a Rússia. No entanto, os morenistas não consideram o fato de que o governo ucraniano vinha atacando a sua própria população (entre eles, uma grande porção da classe trabalhadora) na região do Donbass durante os últimos oito anos, que é parte do motivo pelo qual se iniciou o conflito com a Rússia.

Os camaradas do PSTU demonstram, com seu texto, que não há limites para a bajulação ao imperialismo norte-americano. A distorção dos fatos é tão aberrante que beira o delírio. Em meio a uma gigantesca crise entre países atrasados e o imperialismo, certos setores da esquerda nacional se mostram incapazes de se posicionarem ao lado dos setores mais oprimidos pelos “donos do mundo”. Nunca houve momento tão propício para que se pudesse “separar o joio do trigo” no campo da esquerda.  

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