O militante Tiago Pires, do Partido da Causa Operária (PCO), foi preso, na noite de quarta-feira (6), por realizar uma atividade em defesa da Palestina na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo. Com ele, também foi preso um militante do Comitê de Luta da cidade, Willian Rodrigo Stin, conhecido por “Cepa”.
Segundo a Guarda Municipal, responsável pela prisão dos dois ativistas, eles supostamente estavam colando cartazes. A guarda afirmou que os dois ativistas foram detectados por seu sistema de monitoramento e alega ter apreendido perigosos materiais com eles: um galão de cola, uma vassoura sem cabo e seis cartazes.
Ao Diário Causa Operária, Pires denunciou: “fui preso, de acordo com a polícia, por ‘dano ao patrimônio público’. Querem uma fiança de 5 mil reais para cada um de nós. Falaram que se não pagarmos iremos para a [cadeia] Santa Ernestina”. Sem poder pagar 10 mil reais de fiança, os ativistas foram levados então à cadeia de Santa Ernestina.
Tiago foi candidato a prefeito de Araraquara em 2020 e, recentemente, sofreu ataques nas redes sociais por publicar uma foto no ato da Palestina. Sua postagem, com mais de um milhão de visualizações, foi censurada pela rede social X (ex-Twitter).
A prisão de Pires e “Cepa” é um mais um ataque às liberdades democráticas no País, comprovando, mais uma vez, o fechamento do regime político brasileiro. O ocorrido em Araraquara vai ao encontro da censura sofrida por jornalistas que denunciam o massacre promovido pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza, como Breno Altman, condenado duas vezes por denunciar o sionismo.
Ademais, mostra que existe uma ofensiva política contra o Partido da Causa Operária (PCO), a organização que mais tem atuado em defesa da Palestina no Brasil – tendo impresso já 600 mil materiais contra o genocídio promovido por Israel e sendo a principal organização das manifestações em defesa dos palestinos.
Desde o início do conflito no Oriente Médio, o PCO teve militantes ameaçados de morte pelos sionistas, como Francisco Muniz, de São Paulo, e Vinícius Rodrigues, do Rio de Janeiro. Muniz também foi alvo de um pedido de prisão feito pelo deputado federal Deltan Dallagnol, ex-Lava Jato, que também pediu a prisão de João Jorge Caproni Pimenta, do Comitê Central do partido. Pimenta ainda foi alvo de um pedido de prisão protocolado por 27 deputados bolsonaristas.
Trata-se de uma tentativa de calar aqueles que denunciam o sionismo, que realiza uma intensa ofensiva repressiva no Brasil e no mundo. Rodrigues, um dos militantes do PCO que foram ameaçados de morte, sobre o caso de Pires, afirmou: “estão tentando intimidar aqueles que lutam contra o massacre israelense em Gaza e em defesa da resistência palestina. Não conseguirão! Esses ataques apenas fortalecem a luta do nosso partido contra o sionismo, que é o nazismo dos dias de hoje. Viva o Hamas, a Jihad Islâmica, a FPLP [Frente Popular de Libertação da Palestina] e todos aqueles que estão lutando contra o nazismo israelense”.