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Rio de Janeiro

UP, UJC e UJS impedem ocupação da Secretaria de Educação

Militantes do PCB, da UP e do PCdoB impediram estudantes de ocupar um prédio da secretaria de Educação do Rio de Janeiro

O chamado Novo Ensino Médio (NEM), projeto reacionário que visa destruir o ensino secundarista, segregando ainda mais o trabalhador do resto da sociedade, está sendo denunciado pelo movimento estudantil que, na última semana, foi às ruas para exigir a revogação do modelo. Entretanto, a convocação não foi suficiente e, portanto, é preciso continuar nas ruas e mobilizar um setor cada vez maior da juventude.

É preciso ampla mobilização para derrotar a medida que, instituída por meio de Medida Provisória por Temer, foi aprovada pelo Congresso em 2017 e implementada por Bolsonaro no ano passado. É uma obra do golpe. Porém, não é isso que um setor da esquerda pequeno-burguesa brasileira pensa.

No Rio de Janeiro, na semana passada, o ato contra o NEM se radicalizou ao ponto que os estudantes estavam prestes a ocupar um dos prédios da Secretaria de Educação do estado. Eles invadiram o saguão do edifício e, com palavras de ordem incentivando a ocupação, se dirigiram às escadas que levavam à parte principal da Secretaria.

Entretanto, logo na base da escada, militantes da UJS – juventude do PCdoB -, da UJC – juventude do PCB – e da Correnteza – juventude ligada à Unidade Popular (UP) -, formaram uma barreira física para impedir a ocupação do prédio da secretaria da educação. Confira no vídeo abaixo:

No mesmo vídeo, é possível ver militantes da UJR, juventude oficial da UP-PCR, e de um coletivo da UJC conversando com um policial militar fardado e se comportando de maneira calma, em um canto, próximo aos militantes que estavam bloqueando a ocupação. Veja:

Qual o interesse desses coletivos ditos “revolucionários” em impedir a radicalização do movimento estudantil e uma possível vitória contra a reforma golpista do Ensino Médio? Teriam eles feito um acordo com a PM e os funcionários do estado do Rio de Janeiro para agir como agiram? Não é possível saber, mas fato é que, independentemente de qualquer justificativa, a atuação da juventude desses partidos no ato em questão representa uma política reacionária inimiga da juventude.

Isso porque todos os citados se dizem militantes revolucionários, coletivos que supostamente agiriam de maneira combativa contra a  burguesia em prol dos trabalhadores e da juventude. Onde está essa ideologia agora? Ou impedir uma ocupação é uma política extremamente progressista descoberta apenas pelos coletivos em questão, mas que conta com o apoio da própria PM?

Antes, é uma demonstração da decadência do movimento estudantil no Brasil e de como a imensa maioria das direções das juventudes partidárias tornou-se agente do regime burguês, promovendo uma política capituladora que busca, acima de tudo, cargos, seja em instâncias governamentais, seja em DCEs e afins. Finalmente, para os burocratas da UJS, da UJC e da UJR, melhor ter uma boa relação com os inimigos dos estudantes do que lutar em prol das reivindicações da juventude.

Cabe ressaltar que, no caso do PCB e da UP, esses partidos defendem até hoje uma posição ultra-sectária em relação ao PT, indicando que é preciso desenvolver a luta revolucionária sem sem uma frente única com o partido que agrupa a maior parte da classe operária nacional, e ainda por cima que é preciso combater o governo Lula, política que entra em choque com a classe operária mais avançada e também com a mais atrasada (pois esta tende a aderir não aos revolucionários, mas sim ao bolsonarismo). Posição que ignora completamente a situação política e o envolvimento das massas com a figura de Lula. Com ações como a que se passaram no Rio de Janeiro, esses partidos demonstram adotar uma política tão colaboracionista que a do PT, ou ainda maior.

Vemos, agora, a infantilidade dessa política que, na prática, não vale absolutamente nada. Se Lula é um conciliador, o que dizer da militância que é contrária à evolução política da juventude? Afinal, o sucesso da ocupação e, consequentemente, do ato, representa a radicalização do movimento estudantil, o que resultaria em uma rejeição ainda maior à burocracia desse movimento que, liderada, principalmente, pela UJS e pela UJC, representa um entrave gigantesco à radicalização dos estudantes.

Em outras palavras, se a base se radicaliza, ela obriga as direções da UNE e da UBES, composta por esses coletivos, a se mexer e efetivamente fazer alguma coisa em prol do movimento estudantil. Algo que extrapola e muito o objetivo dos citados, que só querem manter os seus cargos.

Ao contrário do que quer a burocracia do movimento estudantil, é esse o caminho que deve ser seguido. Os estudantes devem se radicalizar cada vez mais e levar adiante a correta iniciativa de ocupar os prédios públicos contra o nefasto Novo Ensino Médio. Assim, poderão reconstruir a UNE e a UBES pela base, retirando-as da paralisação na qual estão há décadas.

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