É preciso ter bem claro que o resultado eleitoral, no qual elegeu o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, não derrotou de vez o regime golpista de 2016. A pressão dos banqueiros, do “mercado”, aliados à imprensa golpista, estão mostrando que a direita não irá dar trégua aos trabalhadores. Os ataques do dia 8/01 deram demonstrações que há uma ameaça real de golpe dos militares e da direita contra o governo Lula.
Nesse sentido, é de fundamental importância a realização de um amplo debate sobre a situação em que os bancários se encontram e quais as tarefas que se colocam para o próximo período, a fim de superar os obstáculos que estão impedindo as diversas lutas da categoria de serem vitoriosas.
Os bancários são uma categoria fundamental em um regime dominado pelos tubarões do sistema financeiro e precisam ter um papel de destaque na luta contra a política reacionária dos banqueiros e da direita pró-imperialista que, em apenas um mês de governo Lula, já dá sinais de querer derrubá-lo, com o objetivo de aprofundar a política de cassar os direitos democráticos da maioria da população, impor um regime de repressão contra os trabalhadores e suas organizações, avançando nas privatizações e destruição dos bancos públicos e demais estatais e aprofundando os ataques contra os trabalhadores com as suas políticas de arrocho salarial, terceirizações e demissões.
Não pode haver nenhuma dúvida de que há uma operação golpista em curso no País para derrubar o governo do PT e, mais uma vez, colocar no seu lugar um governo que sirva integralmente aos interesses dos banqueiros e do imperialismo, como aconteceu recentemente no Brasil no golpe de 2016, através do impeachment da Presidenta Dilma Rousseff, a prisão do Lula e como vem ocorrendo em várias partes do mundo, como por exemplo no Peru e na Argentina.
Com a vitória do Lula nas eleições, não podemos acreditar que a ofensiva da direita foi derrotada, pelo contrário se aprofunda, ao ponto em que as ilusões de não haver risco de um golpe de Estado no Brasil (como buscam iludir setores da esquerda) estão fora de questão.
Recentemente, em seu primeiro ato público desde que deixou o Brasil e foi para os EUA, Jair Bolsonaro declarou, em tom ameaçador, que há um complô golpista, e que o governo Lula “não vai durar muito tempo”.
Nesse sentido, os sindicatos são uma arma fundamental dos trabalhadores contra mais uma tentativa de golpe, contra o aumento da exploração capitalista e, neste momento mais ainda, precisam atuar como uma frente de luta e unidade dos explorados contra a ofensiva reacionária dos banqueiros e da direita, na defesa dos interesses dos trabalhadores.
É necessário organizar, imediatamente, em todos os locais de trabalho, Comitês de Luta na defesa democrática dos trabalhadores e seus direitos e armar politicamente os bancários contra a ameaça de golpe dos militares e da direita contra o governo eleito pela maioria dos trabalhadores. É preciso organizar e mobilizar toda a categoria, para que a direita não sai vitoriosa e promova, mais uma vez, um gigantesco retrocesso na vida dos bancários e de todos os trabalhadores.
Para isso a coordenação dos Comitês de Luta está convocando para o mês de abril um grande encontro nacional, a III Conferência Nacional de Luta contra o Golpe, para avançar em direção a um Congresso do Povo e para impulsionar a luta por questões imediatas e decisivas, dentre elas: Reestatização da Eletrobrás e Petrobrás; Revogação de todas as “reformas” contra o povo dos governos Temer e Bolsonaro; Abaixo a conspiração golpista.