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Fora, União Brasil!

União Brasil admite que está contra Lula. Fora do governo, já!

Elmar Nascimento, líder golpista do União Brasil na Câmara, chantageia governo Lula por mais dinheiro e em troca de nenhum apoio

Nesta semana que passou, no dia 17 de março, o governo Lula se depara com a declaração de Elmar Nascimento, líder da União Brasil na Câmara, dizendo que o partido não possui condições de ser base aliada do presidente Lula no Congresso, apesar de o governo ter negociado vários cargos com o partido, tais como ministérios e funções em estatais.

Atualmente, a União Brasil conta com dois ministros no governo, quais sejam, Daniela Carneiro (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações).

No que diz respeito a cargos em estatais, recentemente o governo concedeu maior espaço à União Brasil no comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), dando aval para que a legenda faça indicações para a diretoria da estatal.

Essas medidas foram tomadas no sentido de obter apoio parlamentar para aprovar as medidas e leis necessárias para os projetos do governo Lula em prol dos trabalhadores.

Apesar de tudo isto, Elmar Nascimento deixa claro que a distribuição de cargos é insuficiente para conseguir votos da União Brasil. Conforme declara ao jornal Folha de São Paulo: “Eu nunca pedi cargo e nem vou pedir” e “a gente não vai brigar por cargo”.

Diz que não há como ser base do governo dada a configuração do partido, que majoritariamente votou em Bolsonaro ou em outro candidato que não Lula.

Deixou claro que em pautas de caráter social, em prol dos trabalhadores, tais como a revogação da reforma trabalhista, o governo não teria apoio nenhum da União Brasil. Segue trechos de sua entrevista ao jornal Folha de São Paulo:

“Quantos votos a bancada [de 59 deputados] dará ao governo? Depende da pauta. Tem pauta que vai ter todos os votos. Tem pauta que não vai ter nenhum.

Nenhum voto, mesmo com esse espaço no governo? Eu não acredito que vai conseguir um voto aqui se for querer revisitar a reforma trabalhista.

À medida que a conversa prossegue, Elmar revela que está atrás do dinheiro advindo das emendas parlamentares, ou seja, que seja liberado dinheiro para os parlamentares encherem os bolsos. E que a liberação das emendas seja rápida, a toque de caixa, pois ele tem planos de concretizar uma federação entre a União Brasil e o PP, visando ter uma bancada mais forte na Câmara. Vejamos suas declarações à Folha, nesse sentido:

O governo precisa dialogar e cumprir os compromissos. Principalmente fazer fluir o Orçamento […] 80% do Congresso, que é o baixo clero, quer saber da execução orçamentária […] Precisa dar agilidade às emendas […] Quanto mais ágil ele for e conseguir fazer rodar isso, mais ele vai ter uma vinculação de base […] A minha missão é defender os interesses da União Brasil. É tentar a federação [com o PP] e ter uma bancada ainda mais representativa”.

Simplificando, a União Brasil admite que está contra Lula.

O inimigo está em casa.

Não se completaram cem dias de governo, a maioria dos ditos aliados vai mostrando o que sempre foi: verdadeiros lobos em pele de cordeiro.

Esses “aliados”, na realidade, também fazem parte da oposição, a qual já se consolida com muita força. Por um lado, se tem a maioria das forças armadas e uma parte significativa do Congresso controlada pelo bolsonarismo. Por outro lado, a direita tradicional (os representantes da burguesia mais diretamente ligada ao imperialismo) em conflito aberto com o governo Lula, por conta de sua política econômica de caráter nacionalista.

Assim, o governo se encontra cada vez mais isolado. Os políticos burgueses não querem se comprometer com ele. Querem apenas aproveitar o isolamento do mesmo para sugar tudo o que for possível em recursos e benesses políticas e econômicas.

Assim, já não bastassem todas as reformas e leis aprovadas desde o golpe de Estado de 2016, em especial pelo governo golpista de Michel Temer (a exemplo do teto de gastos e da independência do Banco Central), que impedem a realização de qualquer tipo de política que seja voltada aos trabalhadores e ao benefício do povo brasileiro, o governo Lula ainda tem que lidar com a sabotagem interna.

Os que promovem essa sabotagem são ninguém menos que os mesmos que deram o golpe de 2016 e alçaram Bolsonaro à presidência da República. São os principais representantes dos banqueiros que sugam todo ano metade da riqueza produzida pelo povo brasileiro, com o pagamento dos juros da dívida pública. Os mesmos que estão no comando do Banco Central, mantendo a taxa de juros em um patamar estratosférico e o povo brasileiro em uma situação de eterno endividamento.

A União Brasil não quer ser base do governo? Que saia, então. Fora, União Brasil e todos os lobos em pele de cordeiro.

Para lutar contra o isolamento, o governo deve se apoiar naqueles que são sua real força política: os trabalhadores e suas organizações.

O presidente Lula garantiu a vitória nas eleições mobilizando e se apoiando na classe trabalhadora.

Essa política deve ser aprofundada. O governo deve se dirigir cada vez mais aos trabalhadores, como já vem fazendo, se livrando de todo lixo golpista, denunciando a sabotagem que sofre constantemente, e expondo todas as medidas que o impedem de governar para os trabalhadores (como, por exemplo, a independência do Banco Central e o teto de gastos).

Ademais, o governo deve convocar um plebiscito para que a população brasileira possa revogar todas as reformas de Temer e Bolsonaro que impedem Lula de governar.

As organizações dos trabalhadores, por sua vez, também precisam fazer sua parte. A CUT, o MST, e demais organizações, precisam ir às fábricas, aos bairros, ao campo, esclarecendo os trabalhadores sobre como as questões centrais da política governamental afetam diretamente suas vidas, e mobilizando-os a agir contra os golpistas que asfixiam o governo e o impedem de governar em prol dos interesses do povo brasileiro.

No sentido da mobilização, está convocada a III Conferência Nacional dos Comitês de Luta, que ocorrerá nos dias 9, 10 e 11 de junho em São Paulo.

Organizada pelos Comitês de Luta, com o apoio do Partido da Causa Operária e de diversas organizações populares (Apeoesp, CUT, FNL, MNLM,  etc.), a conferência pretende mobilizar e organizar a luta contra o golpismo, em defesa das reivindicações dos trabalhadores e a fazer uma ampla campanha em prol de um plebiscito revogatório de todas as reformas feitas pelos governos golpistas de Temer e Bolsonaro.

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