A Justiça Federal do Amazonas determinou que o governo Lula providencie o envio de servidores à região do médio Rio Negro perante suposta “insegurança alimentar e risco de morte de indígenas ianomâmis” (Folha de S. Paulo, 20 jun. 23), que conforme o divulgado pela imprensa golpista, “fazem longas jornadas até cidades como Barcelos (AM), em busca de benefícios sociais”. Ainda segundo a imprensa golpista, “na decisão cautelar, proferida na tarde desta segunda (19), a juíza federal Jaiza Maria Fraxe deu um prazo de 48 horas para o governo comprovar a adoção de medidas junto a órgãos municipais e estaduais de modo a reduzir a ‘vulnerabilidade atual’ dos yanomamis que procuram Barcelos para fazer cadastros ou sacar benefícios como aposentadorias e Bolsa Família”.
Além da Folha, G1 e Agência Pública (imprensa de George Soros) divulgaram a mesma informação no dia seguinte, 20 de junho [1]. O despacho da juíza federal foi realizado no dia 19 de junho. No dia seguinte, a Folha e o portal do George Soros já tinham reportagem completa, com detalhes investigativos. Essa desestabilização orquestrada contra o governo, com características golpistas, atende aos interesses dos grandes capitalistas. O roteiro é quase sempre o mesmo: o imperialismo cria temas de interesse em torno de recursos minerais, energéticos e hídricos, como os depósitos de fosfato, cobre, chumbo, zinco e ouro. Além desses recursos centrais, a região ianomâmi é rica em minerais estratégicos como estanho, tântalo, ouro e rochas ornamentais. Madeira também é abundante e a região é promissora para o imperialismo em termos de ocupação e uso do solo.
Depois de delimitado o tema, a imprensa organiza a tática, geralmente em conjunto com o sistema judiciário, a fim de tornar o problema “factível”. A camuflagem ecológica é também associada às populações exploradas como sendo guardiãs do território e que precisam ser preservadas como indivíduos puros, incapacitados de trabalhar nas atuais atividades produtivas. Por natureza, esses indivíduos são definidos pelos setores centristas e da esquerda pequeno-burguesa, em acordo com a caracterização dada pela ONU, como tendo uma “transcendência diversa”, diferente do “homem branco” e do patriarcado.
A Agência Pública, órgão de imprensa de George Soros criado para desestabilizar o Brasil desde os ataques a Belo Monte até questões relativas à Copa do Mundo no Brasil, ampliou seu cardápio golpista, “denunciando” questões do território ianomâmi. Desde a vitória de Lula nas eleições, a rede de Soros vem recrutando bolsistas para elaborar reportagens na Amazônia, no momento fortalece duplo ataque, aos militares (Militares recusam entrega de cestas básicas aos Yanomami) para dar ao leitor a sensação de que está lendo um veículo esquerdista; em seguida engata a marcha centrista: “Com a ausência dos recursos, a entrega dessa parte das cestas básicas está paralisada. A ajuda militar é solicitada desde março pela presidente da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Joenia Wapichana, sem sucesso”.
Joenia Wapichana (REDE) é braço direito da Marina Silva, funcionária de George Soros. A reportagem finge que está em defesa das instituições de governo, mas na realidade, está levando adiante uma informação que jornais como a Folha e o G1 (da Globo), replicarão. Trata-se de uma manobra do imperialismo. Junta-se os interesses de mineradores, dos mercadores de produtos da floresta e exploradores dos trabalhadores.
A jogada casada é um verdadeiro escândalo, mas expõe as entranhas da encampação da frente ampla e por causa disso, Lula deve se livrar urgentemente desses sabotadores, traficantes de informações que visam sua desestabilização. A FUNAI troca memorandos com o Ministério da Defesa; os documentos são apensados a um processo; Wapichana aciona antes a Agência do George Soros e daí sai uma reportagem, que serve de adubo para fermentar o golpismo no G1. Um verdadeiro show de sabotagem!
Este Diário já alertou para a sabotagem que iniciaria por dentro das instituições ditas “democráticas”, com Marina Silva e seus comandados, como Joenia Wapichana. A sabotagem vem de diversos setores, desde a esquerda pequeno-burguesa até o imperialismo em estado bruto. Utilizando-se de ampla rede de imprensa financiada por ONGs internacionais, e pela imprensa capitalista como Folha, Globo e Estadão, setores vinculados aos interesses dos Estados Unidos, da banca internacional, petroleiras e mineradoras, vêm promovendo uma marcha em torno da desestabilização do governo do PT.
Os trabalhadores do País precisam ser mobilizados para barrar a sabotagem dos golpistas contra o presidente Lula e conseguir promover a retirada urgente da ala direitista do governo, que trabalham apenas para criar um clima propício a um novo golpe de Estado.
Notas
[1] Agência Pública. Militares recusam entrega de cestas básicas aos Yanomami. 20 jun. 23; Folha. Justiça determina que governo Lula envie ajuda à região onde yanomamis correm risco de morte. 20 jun. 23; G1. Justiça determina apoio de órgãos federais para indígenas Yanomami no AM.