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Acordo de trégua

Uma primeira vitória do Hamas e da resistência palestina

A resistência palestina está causando baixas pesadas nas forças sionistas, forçando-as a uma trégua temporária, na qual está inclusa a troca de prisioneiros

A cobertura da imprensa imperialista e as informações fornecidas pela máquina de propaganda sionista fazem parecer que Israel estaria sob controle da situação em Gaza e que a resistência palestina estaria sendo derrotada. Contudo, a cada dia surgem novas informações e reveses e mais reveses das forças de ocupação sionistas em seus combates com as brigadas da resistência palestinas.

Como mais um sinal de que o sionismo está de fato em crise, nessa terça-feira (21), o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, anunciou que o grupo e a resistência palestina de conjunto estão próximos de firmarem uma trégua temporária com “Israel”.

Segundo informações dadas à Al-Jazeera por Ezzat el-Reshiq, membro do Politburo do Hamas, “as negociações se centraram na duração do cessar-fogo, nos acordos para a entrega de ajuda a Gaza e na troca de prisioneiros israelitas detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinianos em Israel. Ambos os lados libertarão mulheres e crianças e os detalhes serão anunciados pelo Catar, que está mediando as negociações”.

Ainda segundo o representante do Hamas, o acordo inclui disposições para que caminhões de ajuda abasteçam todas as áreas de Gaza e a transferência dos feridos para outros países para tratamento. Disse que teve a participação de todas as brigadas em Gaza e que as negociações duraram semanas, com Israel atrasando essa trégua temporária.

Segundo o jornal israelense The Times of Israel, durante a madrugada de quarta-feira (22), o governo de Israel aprovou o acordo, que foi mediado pelo Catar. Uma declaração do governo anunciando o resultado da votação não detalhou como os ministros votaram. Apesar de expressar anteriormente oposição ao acordo, o partido de extrema-direita Sionismo Religioso votou a favor, com apenas membros da facção ultranacionalista Otzma Yehudit do Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, votando contra.

Hamdah Salhut, da Al Jazeera, reportando a partir de Jerusalém Oriental ocupada, disse que o acordo inclui a libertação de cerca de 50 cativos em troca de 150 prisioneiros palestinos no prazo de quatro dias durante os quais haverá um cessar-fogo em Gaza.

“Ainda não temos o acordo final sobre a mesa. Não foi divulgado ao público ou à imprensa, mas o gabinete do primeiro-ministro israelense [está] confirmando que o governo votou pela aprovação deste acordo.”

Agora que a trégua foi acordada, o processo deve se desenvolver em várias fases, indicando que um cessar imediato dos bombardeios israelenses em Gaza é pouco provável.

Um comunicado oficial deve ser enviado ao Catar informando sobre a aprovação do acordo de trégua pelo gabinete israelense. Em seguida, haverá um anúncio oficial no Catar sobre o acordo. Esse anúncio marca o início de um período de 24 horas, durante o qual qualquer cidadão israelense contrário ao acordo de trégua pode apelar da decisão ao Tribunal Superior de Israel.

Nesse intervalo, não ocorrerá a libertação de cativos em Gaza nem de prisioneiros palestinos nas prisões israelenses. Após o término desse período de apelação, é provável que a primeira troca de cativos e prisioneiros ocorra na quinta ou sexta-feira.

Trata-se de uma grande vitória para o Hamas, conforme constatado por Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária, em seu tradicional programa Análise Política da 3ª, nesse dia 21.

“Eles rugiram grosso, falando que eles iam botar abaixo a Faixa de Gaza; falaram que eles iam matar todo o pessoal do Hamas, que ia ser implacável etc. Daí eles mataram muitos civis, um banho de sangue totalmente inútil do ponto de vista da luta, assustaram a população, expulsaram gente, fizeram as pessoas se deslocarem, criaram toda uma situação terrível para a população, mas não conseguiram nenhum resultado militar. Pelas informações que a gente vê na imprensa que apoia os palestinos, o Hamas teria destruído uma quantidade muito grande de tanques e veículos blindados israelenses. E uma notícia que apareceu muito é que um dos cemitérios que estão sendo enterrados os soldados israelenses, foi dito que os enterros seguem-se um atrás do outro. Quer dizer, a trégua revela o fracasso do exército sionista em impor uma derrota militar às forças armadas dos palestinos”, disse Rui.

As derrotas que o Hamas vem infligindo nas forças de ocupação

Na última quarta-feira (17), combatentes das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, armaram uma emboscada matando 5 soldados israelenses, perdas estas que foram admitidas pelas próprias forças de ocupação. As mortes ocorreram quando os soldados sionistas tentaram adentrar em túnel após terem sido atraídos por militantes das brigadas. O túnel estava cheio de armadilhas.

No mesmo dia, foi informado pelas brigadas que os combatentes da resistência palestina, em conjunto, eliminaram total ou parcialmente 11 veículos das forças de ocupação em todas as áreas da incursão em Gaza.

Nesse sentido, em anúncio oficial, a própria IOF (forças de ocupação de Israel) anunciou que, no dia anterior (16), dois de seus soldados foram mortos, subindo o número total oficial de baixas entre sionistas para 369 desde o início da invasão terrestre.

A luta dos palestinos por sua libertação segue dia a dia. Assim, na sexta (19), o Hamas bombardeou multidões de veículos de ocupação no eixo sul de Gaza. Além disto, sua brigadas conseguiram uma casa na área de Juhr al-Dik, onde as tropas israelenses estavam escondidas, para então invadir a casa e aniquilar e ferir demais sionistas que permaneciam lá dentro.

Ainda na área de Juhr al-Dik, As Brigadas Al-Qassam anunciaram que seus combatentes enfrentaram seis soldados israelenses em combate corpo-a-corpo na área de Juhr al-Dik, usando uma carga antipessoal e rifles automáticos. 

Trabalhando em conjunto com a Jiade Islâmica, no mesmo dia as tropas do Hamas conseguiram atingir três tanques israelenses no eixo Al-Zaytoun com munições anti-blindadas.

Houve inúmeros relatos de confrontos violentos entre a resistência e as forças israelenses na rua Salah al-Din

Em razão dos ataques da resistência palestina, chegaram informações retiradas dos tanques de ocupação israelenses de vários eixos no noroeste da Cidade de Gaza. Ademais disto, segundo fontes locais em Gaza, os tanques israelenses retiraram-se de Ashqola, Al-Sabra e Al-Thalatheini, no eixo sudeste.

Agora, nessa terça (21), o porta-voz militar do braço armado do Hamas, Abu Obeida, anunciou que o Al-Qassam atacou 60 veículos israelenses em 72 horas, os quais foram alvejados nos eixos do bairro sul de al-Zaytoun, nos bairros Sheikh Radwan e al-Tawam a oeste do campo de Jabalia, bem como em Beit Lahia. Três dos veículos eram veículos blindados de transporte de pessoal.

No final de semana, no sábado, as brigadas já haviam realizado uma operação significativa, emboscando forças de infantaria sionistas a sudoeste da Cidade de Gaza, causando vítimas confirmadas. No mesmo dia, outra emboscada fora feita, em que um transporte israelense foi atacado com um projétil Al-Yassin 105 na área de al-Tawam, a norte de Gaza, o qual lhe atingiu diretamente. Os três soldados que tentaram fugir foram eliminados pela resistência.

Combates entre o Hamas e as forças de ocupação também se seguiram no domingo, quando ocorreu nova operação significativa. Segundo Abu Obeida, uma força de elite de Al-Qassam, composta por 25 combatentes, executou um ataque organizado às forças israelitas estacionadas no Hospital Infantil al-Rantisi, que tinha sido esvaziado à força de pacientes e pessoas deslocadas pelas forças de ocupação anteriormente. Quatro soldados sionistas foram mortos no combate, segundo Obeida.

Não apenas o Hamas! A Jiade Islâmica também aniquila os invasores sionistas

No dia 17, foi emitido um comunicado pelas Brigadas Al-Quds, braço armado da Jiade Islâmica, comunicado que seus combatentes estavam travando feroz batalha contra os invasores sionista nos arredores do complexo médico Al-Shifa, e infligindo grandes perdas aos israelenses. Além disto, foi igualmente informado que realizaram bombardeio no assentamento israelense de Nir Oz.

Assim como o Hamas, a Jiade Islâmica segue a lutar pela libertação nacional da Palestina.

Conforme anunciado pelas Brigadas Al-Qud no dia 19, sua resistência confrontou a IOF e atingiu três veículos militares e um bulldozer D9 no eixo Al-Zaytoun, a leste do sul de Gaza, utilizando mísseis anti-blindados.

Mas este não foi o único confronto no sábado. Houve também o bombardeio dos assentamentos de “Sderot” e “Nir Am” com chuvas concentradas de mísseis. Igualmente bombardearam as forças de ocupação em Bayyarat Murtaja, no bairro de Al-Zaytoun, com morteiros, aniquilando sionistas.

As brigadas ainda informam que vários militares israelenses foram mortos nas proximidades do Al-Nour Resort e da área de Juhr Al-Dik com uma saraivada de morteiros.

Combates também foram travados por três militantes armados da Jiade Islâmica contra sionistas que se esconderam no hospital Al-Rantisi

Ademais destes feitos da Jiade, no dia 19, a resistência palestina de conjunto conseguiu destruir vários veículos de ocupação no bairro de al-Zaytun, e verificou que a ocupação não conseguiu avançar nos eixos orientais devido à firmeza heroica das brigadas da resistência.

A Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) também faz parte da resistência palestina

O braço armado da FDLP, chamado de As Brigadas de Resistência Nacional, mas também conhecido como Forças Mártir Omar Al-Qassem, informaram que, no dia 17, seus militantes armados combateram os invasores sionistas no sudoeste de Gaza, fazendo uso de morteiros e armas ligeiras.

Há também Comitês Populares de Resistência, dentre as organizações armadas

Seus militantes armados, que conformam as Brigadas al-Nasser Salah al-Deen, conseguiram, juntos de combatentes das Brigadas al-Qassam, Brigadas al-Quds atingir dois tanques israelenses com RPGs. Isto também se deu no dia 17 de novembro.

“Israel” desmobiliza reservistas

Na esteira das informações expostas acima, que apontam que a invasão de “Israel” a Gaza pode gerar grave crise ao sionismo, o sítio israelense Ynet noticiou recentemente que os reservistas de israelenses estão sendo desmobilizados em larga escala, sem que nenhuma declaração oficial sobre isto seja dada.

Segundo informações de um oficial das forças armadas de “Israel”, a desmobilização se dá no sentido da conservação de forças, na medida em que o combate em Gaza se arrasta, sem que o sionistas consigam resultados expressivos, quanto mais uma vitória.

Além disto, o sítio sionista informa que a convocação de reservistas para as forças armadas da ocupação custou fortemente à economia de “Israel”, pois relatórios indicaram que o locais de trabalho sofreram com a ausência de mão de obra em razão a mobilização dos reservistas.

Nesse sentido, o Gabinete Central de Estatísticas de Israel relatou um aumento acentuado do desemprego entre os israelenses, uma vez que número de trabalhadores desempregados aumentou de 163.000 em setembro de 2023 para 428.400 em novembro.

Em suma, as informações indicam que a guerra está gerando uma crise econômica em “Israel”.

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