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França não é "amazônica"

Uma colônia na América do Sul que os “decoloniais” ignoram

Ávidos para criticar qualquer aspecto da cultura nacional, o silêncio dos "decoloniais" em relação à Guiana Francesa é um indicativo do cinismo desse grupo

Nesta segunda-feria, dia 28 de agosto, o presidente francês, Emmanuel Macron, declarou aos embaixadores do país que a França também é amazônica. A declaração ocorreu em meio a uma consideração no mínimo capciosa sobre a ampliação dos Brics, conjunto das nações atrasadas mais desenvolvidas e apresentada pelo francês como uma ameça a hegemonia mundial (imperialista, naturalmente), Mácron externou deseja participar da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

“Declaro solenemente que a França é candidata a participar da OTCA e a desempenhar um papel pleno nela, com uma representação associando estreitamente a Guiana Francesa”, disse o mandatário francês. A OTCA é composta pelos oito países amazônicos: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, República da Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O único Estado no território amazônico que não ingressou na OTCA, embora tenha sido convidado por Lula, foi a colônia francesa no subcontinente, a Guiana Francesa.

Supostamente Mácron desejaria participar da OTCA “para ser o único chefe de Estado europeu, ao lado de embaixadores europeus, para explicar como financiamos a Amazônia”.

Uma colonia manifesta

Temos como nosso vizinho, uma nação subjugada por outra. A Guiana Francesa mantém-se ate hoje, uma colônia com seu território e sua população exploradas para benefício da metrópole imperialista.

Segundo Mácron: “Somos uma potência amazônica através da Guiana. Gostaria que o Brasil e as potências da região pudessem aceitar nossa inscrição”, o que é um escárnio. Mesmo que a Guiana Francesas seja formação uma colonia da França, e seja encarada pelos franceses como parte de seu território, a realidade é completamente diferente.

O PIB (produto interno bruto, a soma de todas as riquezas de uma dada sociedade) per capita, em paridade com o poder de compra local da França em 2017, era de US$ 40.445, ao passo que na colônia sul-americana o mesmo indicador não passava de US$16.200 no mesmo ano (dados do Banco Mundial), quase duas vezes e meio menor que a metrópole. A expectativa de vida média dos sul-americanos quase não passa de 77 anos, enquanto na verdadeira França, a população vive em média até os 83 anos, dois a mais do que a média dos países da OCDE. Dados do CIA World Factbook indicam que 99% dos franceses são alfabetizados, porém na colônia, somente 83% dos habitantes sabem ler e escrever (segundo dados da Unesco, referentes a 2010).

Não há qualquer parâmetro possível capaz de estabelecer uma igualdade entre os dois países, exceto a união entre explorados e exploradores. Uma situação tão aberrante que chama atenção pelo silêncio de um grupo da novidadeira esquerda pequeno-burguesa: os chamados “decoloniais”. Ávidos em criticar qualquer aspecto da cultura nacional, este setor muito atuante nos meios universitários vê traços do regime colonial de 200 anos atrás em tudo, utilizando-os para condenar toda a cultura brasileira a uma tábula rasa.

Entretanto, um território subjugado por um Estado imperialista no regime colonialista não é citado, nem remotamente. Mesmo que esse crime contra a população seja em nossa vizinha, com a qual fazemos fronteira.

Atormentados pelos fantasmas do passado, vendo-os em todos os cantos, os “decoloniais” surpreendentemente não veem a existência de uma colônia real hoje, em plena América do Sul. Para eles a luta é apenas contra os colonizadores do passado, os do presente são invioláveis.

Colonialismo presente

Hoje, 61 países permanecem sob a condição de colônias; destes, 16 tem como metrópole a França, 15 a Grã-Bretanha, 14 os Estados Unidos, 6 pertencem à Austrália, 3 à Nova Zelândia, 3 à Noruega, 2 à Dinamarca e 2 à Holanda. Classificados como departamentos ultramarinos, a França controla 6 territórios. Guadalupe e Martinica no Caribe, Reunião e Maiote no oceano Indico e a Guiana Francesa, localizada na América do Sul.

Como as chamadas coletividades de ultramar, a França detêm a Polinésia Francesa no oceano Pacifico do Sul, Wallis e Futuna no oceano Pacifico, São Pedro e Miquelão no noroeste do oceano Atlântico, São Martinho no Caribe, São Bartolomeu nas Antilhas e a ilha de Maiote no oceano Indico.

É um cinismo, o país que se diz  “democrata”, ter diversas colonias colônias dispersas pelo mundo. Isso sem considerar os enclaves militares e outros países submetidos a intervenção francesa.

Escravização de milhares

A população dos territórios dominados pela França varia de 5 mil a 2 milhões de habitantes. São milhões de trabalhadores explorados pela metrópole “democrata”. O imperialismo francês aproveita o atraso das colônias para explorar esses trabalhadores de maneira ainda mais bárbara do que já explorar os próprios franceses, privados-os de direitos básicos e elementares às populações metropolitanas. Essa classe operária acabar sendo explorada como uma ferramenta contra sua própria classe na metrópole.

Em resumo, a França domina esses mercados, seus Estados, explora seus trabalhadores e riquezas naturais. Utilizam sua classe trabalhadora como um exército industrial de reserva para pressionar os trabalhadores na metrópole. Temos ainda a escravidão colonial, apenas numa versão moderna.

Abaixo os verdadeiros colonialistas

O oceanário torna evidente a necessidade uma campanha explicita pelo independência desses países subjugados. Essa necessidade está expressa nas últimas transições de poder no panorama internacional, principalmente no continente africano.

Temos que expressa total apoio aos países que lutam contra o imperialismo pela sua independência. Por mais limitado que seja o programa dessa luta, ela é objetivamente progressista por se opor ao inimigo principal da classe trabalhadora mundial.

Fora França do continente americano!

No caso da Guiana Francesa, a palavra de ordem deve ser pela saída imediata dos invasores franceses. Todo aquele que tenha uma posição realmente de esquerda ou minimamente progressista deve apoia a luta pela independência frente o imperialismo.

Uma campanha efetiva conta o colonialismo aqui deveria ser Fora a França do continente americano. Luta contra o colonialista, que os “decoloniais” não demonstrar que levar adiante, dever ser travada contra o colonialismo atual, não o espectro centenário.

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