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Na Análise Política da Semana

Uma caracterização do governo Lula

Seria o governo Lula imperialista?

Na tradicional análise política da semana deste sábado (4), apresentada por Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, o companheiro apresentou uma caracterização do governo Lula como tema central, mas também analisou outros acontecimentos.

Batalha de Stalingrado

Como exemplo, foi feita uma exposição sobre uma data histórica importante, que completou 80 anos nesta semana. No dia 2 de fevereiro de 1943, aconteceu o final da batalha de Stalingrado na invasão alemã da antiga URSS. 

O companheiro buscou pontuar as questões mais significativas do acontecimento, começando com um fato geralmente ocultado: a ferocidade do ataque do imperialismo alemão contra o povo russo. Calcula-se que 20 milhões de pessoas foram mortas na Rússia, mas é possível que esse número seja até maior, pois o governo stalinista, cheio de culpa no cartório, não queria revelar toda a magnitude do acontecimento. Normalmente há uma campanha de que toda a destruição foi um problema do fascismo, mas não podemos ocultar a essência de classe do fenômeno, precisamos lembrar que o fascismo era apenas uma forma politica através da qual os grandes capitalistas alemães atuavam, mostrando a ferocidade do imperialismo em geral. 

Outra mitologia inventada é a de que a vitória sobre o fascismo foi obra da genialidade de Stalin. A verdade é que a invasão alemã não enfrentou nenhuma resistência. O governo soviético não acreditava que Hitler ocuparia a URSS devido o tratado que tinham feito, mas que não foi respeitado. Apesar da falta de capacidade do governo soviético, o povo russo enfrentou a ofensiva nazista com extraordinário heroísmo e sacrifício. 

Há vários setores que mostram que a guerra foi a derrota do fascismo, mas a guerra no fundamental foi entre dois blocos imperialistas, ou seja, o imperialismo dito democrático nunca foi derrotado. Por isso, depois da guerra, a situação não mudou para a maioria dos países. 

Situação política nacional

Outro tema abordado foi a situação política do Brasil. Nesta semana, houve a eleição da mesa das duas casas do congresso nacional, nesse caso alguns setores também tentam criar certa mitologia. São os setores que dizem que a invasão do dia 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe de Estado derrotada pela ação institucional do governo Lula. 

Agora na eleição para o congresso o governo Lula conseguiu eleger o presidente da câmara e do senado. “Quando se trata de analisar o problema temos uma ala da política nacional que é infalivelmente otimista, quando o perigo aparece eles ficam muito assustados. A análise politica serve para identificar o desenvolvimento da situação, quais são os problemas, as vantagens, a verdadeira relação de forças, e tudo mais, e sobre a base disso é que vamos atuar, mas se esta tudo uma maravilha não poderíamos fazer nada.” diz o presidente do PCO.

Lula reelegeu Rodrigo Pacheco, considerado um “semi bolsonarista”, que foi eleito com 49 votos, alguns desses votos são de bolsonaristas ferrenhos. É uma das votações mais baixas, o que significa que a oposição é bastante forte. Na câmara foi reeleito o atual presidente, Arthur Lira, o qual é um bolsonarista. Lira foi a base de apoio do bolsonarismo no congresso nacional. O governo lula esta se apoiando num prédio cujos alicerces são feitos de barro. 

No senado a oposição reergueu a cabeça, se apresentou de maneira coesa na eleição do Marinho, um direitista linha dura. Isso é importante porque não é comum começar o governo com a oposição já batendo de frente e mostra que a oposicao vai estruturar uma luta constante contra o governo dentro do congresso.

8 de janeiro e Alexandre de Moraes

Sobre os supostos terroristas do dia 8 de janeiro, Rui comenta sobre a farsa. Um a um estão sendo liberados gradualmente. Os comandantes militares são os autores do chamado terrorismo e é algo que todo mundo sabe, mas não ha nem a insinuação de que poderia acontecer algo com os militares, só vão pegar uns peixes pequenos. 

Essa semana, o ministro Alexandre de Moraes, sob instigação do interventor em Brasília, Ricardo Cappelli, indicado por Flávio Dino, soltou o comandante da PM que tinha sido preso. A tese apresentada é de que não teria sido culpa dele, mas a tropa que teria se rebelado contra ele. Alexandre de Moraes faz jogo de cena, persegue algumas pessoas para dar impressão de que esta numa grande luta.

Como exemplo, recentemente o ministro mandou prender novamente Daniel Silveira. Primeiro, isso é uma ilegalidade. Daniel foi beneficiário da graça presidencial, o que não significa que ele seja inocente, mas não pode ser punido. Alexandre de Moraes, no que lhe concerne, esperou acabar o mandato dele e mandou o prender imediatamente. No caso da censura contra o PCO, parece ter decidido fazer do Partido um exemplo, como uma advertência para toda a esquerda.

Governo Lula é pró imperialista?

Aparece em determinados setores da esquerda a discussão sobre se o governo Lula seria um pró imperialista, sendo que a maioria desse pessoal que diz isso é profissional em se aliar com direita contra o PT, o que é uma política errada e perigosa. 

Existe, também, outro setor que fala isso numa tentativa de atacar a política do PCO, que não é uma política de apoio ao PT, nem de oposição. Tudo é analisado do ponto de vista da classe operaria, não de um apoio abstrato ao PT.

O que é o governo Lula?

O atual governo não é um governo operário. É composto de burocratas estatais, pequenos burgueses intelectuais e elementos políticos burgueses e pequeno burgueses. Lula é oriundo da classe operaria; por isso, tem sua confiança. Contudo, é um governo pequeno burgues. 

Podemos dizer que é um governo burgues, ou pequeno burgues, de tipo nacionalista. O governo Lula se coloca como um governo que está em confronto com a classe capitalista propriamente dita, os empresários. A caracterização do caráter da política do governo tem que ser concreto. O governo Lula não pode ser caracterizado como imperialista. Ele é imperialista pela situação em que está colocado, mas a orientação politica é nacionalista. 

As questões fundamentais são a economia e o alinhamento politico internacional. Para podermos falar que o Lula é pro imperialista, ele deveria ter uma política neoliberal. O fato de não ter tomado nenhuma iniciativa, até agora, para quebrar a política neoliberal anterior não quer dizer que ele esteja alinhado com essa política, é uma questão também de relação de forças.

Também foi abordada a questão dos Ianomamis e suas lideranças. Para não perder a melhor e mais completa análise da conjuntura política nacional e internacional, assista já na COTV:

Uma caracterização do governo Lula - Análise Política da Semana, com Rui Costa Pimenta - 04/02/23

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