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Uma justiça imaginária

Uma articulação de esquerda chave de cadeia

Correntes do PT, apesar de defenderam a mobilização, seguem apoiando a repressão do Estado como se exitisse possibilidade de a PM combater o bolsonarismo


A manifestação bolsonarista que invadiu o Congresso e o STF no dia 08/01 levantou o alerta vermelho para a esquerda. Contudo, a campanha direitista de apoiar a repressão do Estado contra a extrema direita se enraizou em um enorme setor da esquerda. A resposta natural de chamar mobilizações de rua dos trabalhadores foi ofuscada por pedidos de punição, prisão, julgamentos etc. O PSTU é mais um desses casos que, apesar de falar em mobilização, prega o aumento do aparato de repressão. Esse é o tema do texto publicado em seu sítio:  “Enfrentar com mobilização e autodefesa o terrorismo golpista”.

O título do artigo reflete bem a esquizofrenia da esquerda pequeno burguesa, pregam ao mesmo tempo repressão e mobilização. O grande problema é o termo terrorista, criado pelo governo dos EUA para atacar povos oprimidos em todo o mundo. O terrorismo também já foi usado na América Latina para atacar organizações de esquerda, o próprio Marighella era considerado terrorista. Mas nos últimos 20 anos essa foi a política oficial do governo norte americano, voltada para atacar principalmente os países árabes que tentavam se libertar. Dessa campanha reacionária surgiu a categorização de terrorista para atacar manifestantes de extrema direita que não são apoiados pelo imperialismo. Os nazistas da OTAN na Ucrânia por exemplo não são terroristas.

O texto afirma que: “Esse Capitólio brasileiro escancara o caráter golpista do bolsonarismo, e do terrorismo de extrema-direita, que se sentem cada vez mais à vontade para agir diante da postura conciliadora do governo Lula, de seu ministro da Defesa, José Múcio, e também do ministro da Justiça, Flávio Dino.” Aqui então é preciso explicar o caso do Capitólio, uma analogia que está sendo feita mas que não adianta de nada quando a análise inicial da invasão do Capitólio em 2021 foi feita de forma totalmente equivocada por grande parte da esquerda.

Nos EUA, com a derrota eleitoral de Donald Trump, o movimento trumpista com milhões de pessoas organizou um ato contra o governo Biden antes mesmo de que este assumisse o cargo. O ato terminou por invadir o Capitólio, algo recorrente em mobilizações populares, e nesse sentido não importa que eram defensores de Donald Trump. Já nessa ocasião, a esquerda se colocou em conjunto com o imperialismo totalmente contra o movimento defendendo sua violenta repressão, uma política totalmente errada visto que em algum momento a tendência é que a esquerda invada palácios de governo, assembleias legislativas, ministérios etc.

Com base na invasão do Capitólio se ampliou a ditadura nos EUA com mais direitos ainda sendo suprimidos. A repressão foi tão violenta que uma pesquisa indicou que a maioria da população considerava o FBI como a Gestapo, polícia secreta nazista, de Joe Biden. Não só isso, como nas eleições de 2022 o partido de Biden perdeu as eleições para Trump. Os republicanos, em uma vitória histórica, ganharam a Câmara de Deputados, a maioria dos governos e empataram no senado. Um claro sinal dos erros do governo Joe Biden. Agora, a esquerda quer que Lula repita esses erros.

O PSTU, então, culpa o próprio governo Lula pela invasão do Congresso devido a sua política de conciliação. É outro erro do PSTU, o bolsonarismo não pode ser colocado na conta do PT, ele foi criado pela atual 3ª via como forma de atacar os governos do PT; ganhou força, e acabou tomando a presidência. A conciliação é, sim, um problema, principalmente no que tange à falta de combate ao bolsonarismo. Lula com Múcio e Dino não tem uma política de combate ao bolsonarismo nas forças armadas e nem nas polícias. 

A conciliação se tornou um dos flancos do governo, pois impede que Lula tome políticas amplas de defesa dos trabalhadores, que diminuiriam muito a presença do bolsonarismo na classe operária. A conciliação de classe é um problema por enfraquecer o governo, o que facilita manifestações contra ele, e o PSTU aproveita para reafirmar sua política totalmente equivoca: não apoiar Lula diante dos ataques da direita. Ora, se os atos são golpistas contra Lula, deveria ser obrigação de toda a esquerda, que se auto declara antifascista, de apoiar o governo de esquerda, de um presidente operário. Mas não é isso que faz o PSTU, que se mantém na linha da esquerda golpista mesmo quando denuncia os golpismo dos outros.

O artigo declara: “O PSTU não deposita nenhuma confiança no governo Lula-Alckmin de frente ampla com a burguesia. Da mesma forma que um governo assim é incapaz de debelar os males que afligem a vida da classe trabalhadora, é também incapaz de enfrentar efetivamente o golpismo da extrema-direita bolsonarista.” Aqui está a farsa do PSTU. Lula foi justamente o candidato capaz de derrotar o bolsonarismo e derrubar Bolsonaro do governo. Nenhuma outra pessoa no Brasil seria alternativa real a Bolsonaro e nenhuma continua sendo. A frente ampla é um problema e deve ser combatida, mas isso não significa atacar Lula, mas sim os direitistas que são seus falsos aliados, como Alckmin. A defesa do governo Lula atualmente é a luta contra o fascismo, que tem como objetivo final derrubá-lo.

O PSTU então expressa a sua política repressiva: “Devemos exigir, do governo e das instituições responsáveis a investigação e punição exemplar de todos os envolvidos neste ato golpista, de Bolsonaro e sua família, passando por parlamentares da extrema-direita, o governador do DF, Ibaneis Rocha, até os grandes empresários que financiaram os acampamentos nos QGs do Exército, e pagaram pela caravana golpista deste domingo. Temos que exigir nada menos que prisão e o confisco dos bens desses golpistas.” Isso logo após eles declararem corretamente que não é possível confiar nessas instituições para combater o bolsonarismo. Aqui eles ficam a reboque da burguesia em sua sanha repressiva. Sua política é quase a mesma que a da Globo, repressão aos bolsonaristas sem apoiar Lula, uma esquerda golpista.

Dito isso eles fecham o texto com a política correta, a da mobilização: “Defendemos a realização de um dia nacional de lutas contra a extrema-direita e o golpismo e em defesa das liberdades democráticas, a ser organizada pelas organizações da classe trabalhadores e dos movimentos sociais e populares.Ocupar as ruas e organizar a autodefesa!” Essa defesa dupla da repressão e dos atos foi a posição de quase toda a esquerda. Os atos devem ser fortalecidos de fato, mas deve-se abandonar toda a política repressiva, que nem mesmo dará frutos visto que o próprio aparato de repressão é pró-Bolsonaro. Aqui também entra a questão da conciliação, tão condenada pelo PSTU.

Se o problema do governo Lula é a conciliação, que de fato existe, esse também é um problema das mobilizações de rua. Elas devem ser mobilizações dos trabalhadores e de suas organizações. Não deve ter seus inimigos como a polícia, o judiciário, o PSDB, o STF, a 3ª via etc. A política de chamar os bolsonaristas de terroristas e apoiar a repressão do Estado é uma política de conciliação com a burguesia. O papel da esquerda na luta contra a extrema direita é lutar em defesa do governo Lula, pelo fim da conciliação, ou seja, por um governo dos trabalhadores.

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