Em primeiro lugar, ter uma política para os salários é fundamental para que Lula recupere a confiança do povo e tenha condições de mobilizar a população para a luta política em sua defesa. A pressão burguesa faz com que o governo queira dar um aumento pífio ao salário. A política correta deveria ser mais audaciosa com relação ao salário mínimo.
Também é necessário que se tomem medidas concretas contra o desemprego. Formular uma lei da redução da jornada de trabalho, que seria bastante audaciosa e efetiva, considerando que o PT montaria um plano de investimento público nos setores com maior poder de criação de empregos. Por exemplo, a construção civil.
Esse é um pouco problemático, porque o ideal seria fazer isso de maneira estatal. A sociedade dá o dinheiro para o capitalista, ele rouba o dinheiro, ele sonega, ele não faz a obra. É um problema, teria que ser um plano de construção civil dirigida pelo Estado.
Dependendo do tamanho das obras, você poderia contratar milhões de pessoas. O efeito imediato seriam impulsionar a criação de empregos na base da pirâmide social. Com esses empregos, gerando um maior desenvolvimento da economia, gerando mais empregos e por aí vai.
Atualmente, Lula está acuado e não está conseguindo lançar nenhum tipo de proposta mais audaciosa. As recentes notícias na imprensa mostram isso, temos que aguardar e analisar como esse recente aumento de impostos, que indica um recuo sério do governo.
O editorial do jornal O Globo acha que ainda assim a proposta de Haddad é muito tímida. Quer dizer, eles sentiram que cutucaram o governo, e que o governo ficou na defensiva com a questão. O negócio da direita é que o governo tá com medo dos militares. Eles querem empurrar o governo para a direita. E aí o pessoal todo cantando vitória, enquanto o governo está encurralado.