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PSTU: apêndice dos Democratas

Um papagaio brasileiro da intervenção na Nicarágua

O PSTU se encobre utilizando argumentos de esquerda para defender exatamente a mesma posição do Partido Democrata dos EUA.

O imperialismo trama uma nova intervenção na Nicarágua. Como de costume, a esquerda pequeno burguesa fica a reboque dessa política, e no que tange apoiar golpes de Estado contra governos nacionalistas, os morenistas do PSTU estão sempre na linha de frente. Desta vez o PSTU ainda exige que Lula assuma apoio ao golpe em seu texto: Nicarágua: “Lula silencia frente aos crimes de Daniel Ortega contra a humanidade” Vale tudo para assumir uma postura pró imperialista, não importa se é na Nicarágua, na Ucrânia ou no próprio Brasil.

O PSTU inicia falando sobre a campanha da ONU (Organização das Nações Unidas) – organização do imperialismo –, de ataque à Nicarágua. Eles denunciam a repressão do governo aos protestos: “Desde os protestos pacíficos contra a reforma da previdência em abril de 2018, mais de 350 manifestantes foram assassinados por forças policiais e paramilitares. Além disso, 317 dissidentes políticos tiveram sua nacionalidade cancelada, entre os quais 222 presos políticos que foram expulsos do país em 7 de fevereiro. O relatório denuncia ainda prisões arbitrárias e tortura. Entre os dissidentes expulsos está a lendária comandante sandinista Dora María Téllez, imortalizada na crônica de Gabriel Garcia Marques – “Assalto ao Palácio” – escrita em 1978.”

Primeiro, é preciso deixar claro que os protestos de 2018 não foram atos da esquerda contra uma reforma direitista de Ortega. Alguns setores da esquerda até podem ter aderido, contudo, ficou claro que, tal qual em Hong Kong, na Venezuela e agora na Geórgia, foram manifestações impulsionadas pelo imperialismo para desestabilizar o país. Ortega tomou uma atitude repressiva, não necessariamente todas as ações foram corretas, contidas, ante a uma investida do imperialismo a repressão política tem uma justificativa. É uma luta totalmente desigual, um país miserável da América Central contra o maior império da história da humanidade, todos os países oprimidos têm a prerrogativa de reprimir os agentes do imperialismo caso isso seja efetivo.

Outra farsa do PSTU é “lendária” Dora María Téllez. Ela de fato lutou na Revolução Sandinista na década de 1970, no entanto, saiu do partido em 1995, durante o governo neoliberal que havia tomado o poder e fundou o Movimento Renovador Sandinsita. Dentre as mais notáveis políticas do MRS está o apoio ao golpe de Estado fascista na Bolívia em 2019 e também o apoio aberto a Juan Guaidó, o fantoche dos EUA que tentou derrubar Maduro na Venezuela. Dora é uma capituladora, se vendeu para o imperialismo e agora por seu passado revolucionário é usada pela direita e também pela esquerda golpista para atacar Ortega.

Os morenistas, nesse artigo, passam a listar todo o “autoritarismo” existente na Nicarágua: ”Mas os traços de repressão mais visíveis vieram a partir do retorno de Daniel Ortega ao poder em 2006. Antes de ser eleito, Ortega apoiou a proibição total do aborto no país. Em 2008, fraudou as eleições municipais e reprimiu duramente os protestos em Manágua e León. Em 2013, reformou a lei eleitoral que permite a reeleição ilimitada e estabelece seu controle sobre o Conselho Supremo Eleitoral.” A questão do aborto sempre foi um problema do sandinismo que nunca o defendeu. Já as eleições, independente da realidade ou não das acusações, são algo que os sandinistas conhecem de perto.

Após a Revolução de 1979, o governo sofreu uma duríssima sabotagem do imperialismo, sendo derrotado nas eleições para a candidata neoliberal Violeta Chamorro. O grande erro dos sandinistas foi não reprimir a quinta-coluna burguesa no país, o que permitiu que as eleições escapassem de seu controle. Em meio à crise gigantesca e à guerra imposta pelo imperialismo, perderam, inclusive com a possibilidade de ter havido fraude. Ortega comete agora o mesmo erro da década de 1980, não acaba com a quinta-coluna burguesa e mantêm um governo nacionalista que não é apoiado sobre a classe operária, como em Cuba. No entanto, não parece disposto a cometer o mesmo erro na questão eleitoral, arrumou o sistema para impedir qualquer tipo de vitória imperialista. Pode parecer antidemocrático, mas não é, o imperialismo é o maior sabotador eleitoral do planeta, Ortega apenas se defende.

O PSTU mostra a sua sanha golpista atacando Ortega até por medidas anteriores a seu governo: “Em 2006, entrou em vigor o Acordo de Livre Comércio com os Estados Unidos (Cafta), e com ele se ampliaram os investimentos estrangeiros que vão controlar as riquezas do país.” Ortega assumiu a presidência em janeiro de 2007. Em seguida, afirmam: “O governo Ortega-Murillo mantém a Cafta, que beneficia principalmente os capitalistas norte-americanos. Cerca de 60% das exportações nicaraguenses vão para os Estados Unidos” O que os morenistas esperam de um pequeno país tao próximo da maior economia do mundo? Isso, na verdade, é uma evidência de como a Nicarágua é frágil ante a força do imperialismo dos EUA, portanto, mais um argumento para defendê-la.

A maior contradição dos morenistas, no entanto, aparece ao falarem da relação de Lula com Ortega: “A posição do governo Lula de ficar ao lado da ditadura nicaraguense abandona a defesa das liberdades democráticas que foram importantes na história recente do Brasil.” O PSTU, há poucos dias, defendia que o mandato de um deputado fosse cassado por algo que este disse, não existe defesa das liberdades democráticas da parte deles. E, logo depois, o PSTU destila o seu golpismo internacional: “Se essa estratégia prevalecer, todos os explorados e oprimidos por regimes aliados a Lula, como os de Cuba (onde há mais de 700 presos políticos), Venezuela, Rússia (que já matou 100 mil ucranianos no último ano), China (que suprimiu os protestos em Hong Kong e prende o povo Uighur em campos de concentração em Xinjiang), Coreia do Norte, não contarão com o apoio do governo brasileiro, mas poderão contar com a solidariedade de todos e todas que não abandonamos a luta por liberdades democráticas, nem abrimos mão da luta pelo socialismo e pela revolução mundial.”

O PSTU, no final, abre o jogo; sua ideologia não é o marxismo, mas a “democracia”, ou seja, é a ala esquerda do Partido Democrático dos EUA. Na política internacional, os seus inimigos são exatamente os mesmos inimigos de Joe Biden. Os argumentos são um pouco mais esquerdistas, mas a base é a defesa da “democracia” de forma abstrata. Eles tentam falar em liberdades democráticas, mas citam só os países atacados pelo imperialismo, como se nas ditaduras controladas pelo imperialismo essas liberdades fossem garantidas. A Nicarágua é atacada pelo PSTU. Quanto aos demais países, como o Haiti, o Paraguai, o Equador? Sobre essas os ‘democracias’ não têm nada a dizer, apenas se calam.

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