Faltam apenas 10 meses para as eleições municipais e, em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores, que abriu mão de sua própria candidatura para apoiar o suposto “progressista” Guilherme Boulos (PSOL), depois de uma chantagem sofrida nas últimas eleições, aparece agora na imprensa capitalista como interessado em “ressuscitar” a ex-petista e atual secretária de Relações Internacionais de São Paulo, Marta Suplicy, fazendo dela a candidata a vice.
Pior de tudo: pelo próprio Partido dos Trabalhadores, que ela usou para se projetar e, depois, abandonou para se juntar aos golpistas que derrubaram a presidenta Dilma Rousseff, cassada sem nenhum crime comprovado, tendo, inclusive, contado com seu voto.
Se confirmada essa informação, que teria sido divulgada pelo presidente estadual do PT, deputado federal Kiko Celeguim, que considerou “que essa chapa seria algo vibrante para São Paulo“, o Partido apoiaria em São Paulo, uma chapa golpista “puro-sangue” ou “puro-golpe”.
Candidato dos “democratas” dos EUA
Após ganhar destaque na imprensa capitalista com a campanha golpista contra o governo do PT (“Não Vai Ter Copa”) e de suas relações amistosas com setores da direita, como José Luís Datena (apresentador de programa policial defensor da repressão, que parece ter desprezado o “amigo” e se bandeado para o lado de Tabata do Amaral, do PSB), no último dia 11, o pré-candidato psolista decidiu rebater a fala do prefeito direitista Ricardo Nunes (MDB), que afirmou que Boulos seria um “radical”. Buscando se distanciar de tudo que possa apresentar algum ar de combatividade, Boulos decidiu se apoiar nas declarações de seu “novo amigo”, Bill de Blasio, ex-prefeito de Nova Iorque, importante figura do Partido Democrata, o partido central do imperialismo norte-americano, responsável pelo massacre do povo palestino, pela guerra da Ucrânia contra a Rússia, pelos golpes de Estados como o que se deu no Brasil, contra Dilma Rousseff e o povo brasileiro.
Bill de Blasio afirmou que se aproximou de Boulos nos últimos meses e que gostou do pré-candidato assim que o conheceu. O representante do principal partido do imperialismo mundial afirmou que irá apoiar o candidato do PSOL, pois “ele parece um grande ursinho de pelúcia progressista”.
Concordando com a declaração de Blasio, Boulos declarou:
“Eu disse para ele [Blasio] que tinha algumas pessoas, aqui em São Paulo e no Brasil, que achavam que eu era muito extremista, radical, violento. Aí vocês viram a resposta dele, né? Quase um ursinho carinhoso”.
Boulos orgulha-se da amizade e busca receber o apoio dos setores mais reacionários, desde o imperialismo genocida norte-americano até de setores da direita defensora da matança da população pobre, como Datena e Cia.
Não por acaso, o atual deputado federal e seu partido estão ausentes da luta em defesa do povo palestino, massacrado pelo sionismo com o apoio dos democratas norte-americanos e da escória da direita nacional.
Uma política camicaze
A tática eleitoral liquidacionista do próprio Partido – que repete em São Paulo o que fez no Rio Janeiro, onde acabou servindo de trampolim para políticos carreiristas como Marcelo Freixo (ex-PSOL, ex-PSB, hoje no PT) – se amplia por todo o País, com apoio também a políticos diretamente da direita golpista do PSD, PSB, PSDB e até de bolsonaristas.
Isso acontece enquanto fica evidente que a direita está acelerando seu cerco contra o governo e contra os interesses populares, como na derrubada de 13 vetos do presidente Lula em apenas dois dias no Congresso Nacional, na semana passada.
