Pela primeira vez desde 7 de outubro, o governo de Israel recuou e decidiu aprovar uma trégua temporária. A decisão acordada pelo gabinete sionista propõe a libertação de 50 reféns israelenses e 150 palestinos que estão nas prisões sionistas. A decisão também aprova a entrada de ajuda humanitária e combustível na fronteira de Rafah com o Egito, pela primeira vez em mais de um mês.
“O Hamas destruiu uma quantidade de tanques muito grande e de blindados israelenses. Em um dos cemitérios onde estão sendo enterrados os soldados, os enterros seguem um atrás do outro. Quer dizer, a trégua revela o fracasso do exército de ocupação sionista de impor uma derrota militar às forças armadas dos palestinos – o que é uma notícia extraordinariamente positiva para o mundo todo. É impressionante, neste momento aqui, a fragilidade do Estado de Israel e do imperialismo”, destacou Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária, em seu programa “Análise de Terça” na Causa Operária TV.
O que corrobora também com esta analise é o fato de Israel ter prometido desde o primeiro dia uma total invasão à faixa de Gaza, algo que até o momento não foi capaz de realizar. Além disso, diante do enfraquecimento do regime, Benjamin Netanyahu fez questão de afirmar que a guerra não vai parar em decorrência do acordo.
“Quero esclarecer: estamos em guerra, continuaremos em guerra até atingirmos todos os nossos objetivos. Destruiremos o Hamas, traremos todos os nossos sequestrados e desaparecidos de volta e garantiremos que em Gaza não haverá nenhum partido que represente uma ameaça a Israel.” Afirmou o primeiro-ministro de Israel.
Sobre o cessar-fogo, o Hamas afirmou:
“Com base na nossa responsabilidade para com o nosso paciente e firme povo palestino, e no nosso esforço incansável para fortalecer a firmeza do nosso heroico povo na nossa orgulhosa Gaza, para fornecer alívio e curar as suas feridas, e para consolidar a vontade da nossa resistência vitoriosa no sétimo de Outubro face ao inimigo sionista.
Depois de negociações difíceis e complexas durante muitos dias, anunciamos, com a ajuda e o sucesso do Deus Todo-Poderoso, que alcançamos um acordo de trégua humanitária (cessar-fogo temporário) por um período de quatro dias, graças aos esforços persistentes e apreciados do Catar e do Egito”.
O genocídio de Israel já matou, segundo dados oficiais, mais de 14 mil pessoas, entre elas mais de 5 mil crianças.
Contudo, Israel se vê cada vez mais enfraquecido diante do cenário internacional. Além do Iêmen já ter declarado guerra, diversos países ao redor do mundo se colocaram contra a ação genocida e acima disso, a população árabe assim como diversos trabalhadores em todo o mundo se levantaram desde o dia 7 de outubro contra o Estado de Israel e em defesa dos palestinos.
A crise ocorre até mesmo dentro dos Estados Unidos e dificulta cada vez mais a operação sionista na faixa de Gaza. O fato é que o ocorrido representa uma importante vitória do Hamas, grupo que Israel afirmava que iria exterminar, junto a todo povo palestino, mas que vem resistindo contra toda a ofensiva mesmo não possuindo de fato um exército. Além disso, sua ação vem desmoralizando rapidamente o Estado sionista e colocando na ordem do dia uma séria campanha pelo fim do Estado de Israel.