Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Ideologia retrógrada

“Transição ecológica” é entregar nosso petróleo ao imperialismo

Ecologistas querem fazer o País voltar à Idade da Pedra

No último dia 31 de maio, o sociólogo Michael Löwy publicou coluna no sítio A Terra é Redonda, chamado “Na foz do rio Amazonas”. No artigo, pegando como “gancho” a discussão sobre o veto do IBAMA à exploração da Petrobrás na região Norte do País, o autor defende a tese de que o governo brasileiro deveria abrir mão da exploração do petróleo.

Segundo Löwy, “não só pelo risco – imenso – de acidente, com a resultante destruição ecológica de toda a região da foz do rio Amazonas, mas porque esse petróleo vai contribuir notavelmente para as emissões de CO₂, responsáveis pela mudança climática.”

O colunista não está sequer interessado em discutir, por exemplo, que a Petrobrás é reconhecida, do ponto de vista ambiental, como uma empresa com poucos acidentes. Esse foi, inclusive, um argumento da estatal para autorização do projeto de exploração na região. Isso é fato, principalmente se comparado às petrolíferas estrangeiras dos países imperialistas que, diga-se de passagem, estão de olho naquele mesmo petróleo.

Mas Löwy não quer saber de nada disso, para ele, é o fim do mundo! Ele é o profeta apocalíptico do mundo moderno. Tudo é um “risco seríssimo”, uma certeza de catástrofe.

A ideia de que o mundo vai acabar é repetida há décadas. A partir da segunda metade do século XX foi a bomba atômica, depois a super população, depois a poluição, depois armas biológicas e já há algum tempo o fim dos recursos naturais, a destruição da natureza etc.

O apocalíptico Michael Löwy apenas repete mais um aspecto dessas mesma ideia de fim do mundo.

O autor continua sua defesa:

“O argumento demagógico da Petrobras é que a exploração deste petróleo off shore trará recursos para o Brasil, que serviriam para desenvolver o país.”

Como assim “demagógico”? Quer dizer então que o petróleo não tratará recursos para o País? Para Michael Löwy, sua ideologia está acima da realidade. Ele tem o direito de ser contra o petróleo, (pensar maluquices também é um direito), mas falar que é demagogia o fato de que um país pode se enriquecer com o petróleo é muita desonestidade intelectual.

Antes que digam que estamos escondendo partes de seu argumento, Michael Löwy tenta, sim, fazer uma proposta positiva. Ele defende que o Brasil adote um plano que quase foi colocado em prática no Equador. O Plano Parque Yasuni, que foi “aceito e oficialmente anunciado na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2007 pelo governo do Presidente Rafael Correa”, diz ele.

“o Equador manteria os 850 milhões de barris do petróleo sob o solo do Yasuni. Como contrapartida aos recursos que o Estado equatoriano deixaria de arrecadar com a exploração e venda desse petróleo, a comunidade internacional seria estimulada a compensá-lo financeiramente pela aplicação dessa difícil decisão, que, segundo a proposta, traria benefícios a todo o planeta, graças á preservação desse precioso bioma amazoniano, e graças à enorme quantidade de CO₂ que não seria emitida por este petróleo.”

Espantoso que uma pessoa que se afirma socialista, como é o caso de Michael Löwy, acredite que o imperialismo fará uma benfeitoria, se é que podemos chamar assim essa proposta. Os maiores poluidores do mundo, os Estados Unidos e a União Europeia, fariam essa grande caridade.

Mas a própria realidade se impôs e o plano nunca foi realizado:

“A expectativa do governo equatoriano era receber pelo menos 3,6 bilhões de dólares, equivalentes a 50% dos recursos que o Estado arrecadaria caso optasse pela exploração petroleira na região. Entretanto, os governos dos países ricos, que deveriam assumir este compromisso, se abstiveram, ou propuseram um financiamento muito inferior. O resultado foi que em 2013 o governo de Rafael Correa abandonou o Plano, o que provocou um conflito com o movimento indígena no Equador que dura até hoje.”

Michael Löwy defende para o Brasil uma alternativa que nem chegou perto de dar certo no Equador. E contra esse fato, Michael Löwy quer que o Brasil insista, diferentemente do que fez corretamente Correa. Ele quer que o governo brasileiro adote plano parecido, mas não volte atrás diante da negativa dos países ricos. Ele quer que “com a pressão crescente da juventude e do movimento ecológico ‘deixar o petróleo debaixo da terra’ se tornarão cada vez mais centrais no debate político.

Na prática, Löwy está propondo o movimento “o petróleo não tem que ser nosso”. Só mesmo na cabeça de um sociólogo que substitui a realidade pelas ideias sem fundamento que aparecem na sua cabeça para propor uma coisa dessa.

Deixando toda a ideologia reacionária e retrógrada de lado, resta dizer que ela serve apenas para os interesses do imperialismo que estão de olho no petróleo da região. Eles não querem nenhuma política ecológica compensatória, eles querem roubar a nossa riqueza.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.