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Argentina

Trabalhadores e Milei se preparam para grande conflito

Gabriel Solano, líder do Partido Obrero, disse trabalhar todos os dias para que o povo argentino se levante e lute contra o plano ofensivo contra os trabalhadores.

Neste domingo (10), tomou posse como novo presidente da Argentina o ultra neoliberal Javier Milei.

Em seu discurso, realizado para milhares de pessoas nas escadarias do Congresso argentino, o mandatário deixou claro que veio para exercer uma política de profundo ataque aos trabalhadores argentinos.

Defendeu uma política de choque econômico e forte ajuste fiscal, ou seja, retirar absolutamente todos os direitos sociais possíveis dos trabalhadores, para que o dinheiro arrecadado pelo Estado argentino, dinheiro este que provém da própria atividade produtiva, vá para as mãos do imperialismo e da burguesia argentina.

“Não há espaço para discussão entre choque e gradualismo. Em primeiro lugar, porque do ponto de vista empírico, todos os programas gradualistas terminaram mal, enquanto todos os programas de choque, exceto o de 1959, foram bem sucedidos”, disse Milei, falsificando a realidade a respeito da aplicação da política neoliberal na Argentina, que já conduziu o país à miséria inúmeras vezes, em especial no final da década de 1990, levando o país a uma crise tão profunda que fez com que o imperialismo fosse obrigado a tolerar, durante anos, o kirchnerismo.

Milei prosseguiu dizendo que “[…] se um país não tiver reputação, como infelizmente é o caso da Argentina, os empresários não investirão até verem o ajuste fiscal tornando-o recessivo”.

E concluiu afirmando “que não há alternativa ao ajuste e não há alternativa ao choque. Não pode haver dúvida de que a única opção possível é o ajuste”.

Dando o sinal de que não haverá espaço para nenhuma democracia no que diz respeito à sua política de choque econômico, e ajuste fiscal, Milei disse que “não temos espaço para discussões estéreis”.

Basicamente, o argentino propõe a mesma política de choque econômico aplicado pelo imperialismo em centenas de países do mundo, a partir dos anos de 1980, política esta que também atingiu a Argentina, e que levou o país à miséria.

Caso Milei consiga aplicar tal política, resultará em um desastre econômico ainda maior do que o povo argentino já vem enfrentando nos últimos anos. De forma que as organizações dos trabalhadores já começaram a se mobilizar para o enfrentamento contra o lacaio do imperialismo. Refletindo essa tendência, até mesmo os partidos da esquerda argentina, que são cúmplices da vitória de Milei por sua política ora hiper sectária, ora hiper oportunista, estão prometendo uma jornada de lutas.

Gabriel Solano, líder do Partido Obrero, organização que se diz trotskista, declarou, acerca do congresso de sua agremiação:

“Este Congresso acontece no momento mais oportuno e é preparatório para a organização que os trabalhadores empregados e desempregados necessitam para enfrentar nas ruas o plano da motosserra de Milei. Estamos diante de um novo Rodrigazo”.

Rodrigazo, no caso, refere-se a uma política de choque posta em prática em 1975 pelo ministro da economia Celestino Rodrigo, durante o governo de María Estela Martínez de Perón e José Lopez Rega. Aplicada sob as mesmas justificativas dadas agora por Milei, a política foi um desastre para os trabalhadores, resultando em uma grande desvalorização da moeda argentina, aumento generalizado nos preços dos serviços públicos e arrochos salariais, resultando em um aumento exponencial da inflação e mesmo em escassez de produtos essenciais.

Solano aproveitou também para denunciar a política de capitulação do peronismo perante a direita, destacando a votação de Martín Menem, filho de Carlos Menem, uma espécie de FHC argentino:

“O que também deve ser levado em conta é que se Milei chegou ao poder foi graças ao desastre do governo peronista. E agora a colaboração continua porque votar em Milei, votar em Menem como presidente da Câmara, como fazem o CFK e o kirchnerismo, equivale a colocar gasolina na motosserra de Mieli. E alertamos que Milei não tem maioria própria no Congresso, nem mesmo com o apoio de Macri, então a partir de agora tudo o que for aprovado no Congresso será pura e exclusivamente com o apoio do Peronismo. Além disso, muitos funcionários do atual governo continuarão em seus cargos com Milei.”

E finalizou sua intervenção conclamando aos trabalhadores a se levantarem contra Milei, apontando que a mobilização de massas da classe operária é a única forma de barrar a iminente política de choque do novo presidente:

“Apostamos e trabalhamos todos os dias para que o povo argentino se levante e lute contra o plano ofensivo contra os trabalhadores. Também esclarecemos a Macri que as crianças que votaram em Milei, longe de sair para combater os manifestantes, vão aderir às medidas de luta contra o governo Milei e as suas políticas de ajustamento”.

Em suma, conforme disse Rui Costa Pimenta, em sua Análise Internacional, que foi ao ar nessa segunda (11), no canal Diário Causa Operária, do Youtube:

“Isto é que estávamos esperando. Ele vai lançar um plano econômico de choque, que vai ser um duríssimo ataque contra os trabalhadores e a população argentina. E daí teremos que ver qual será a reação dos trabalhadores argentinos a essa política, e o conflito que vai se dar, pois tudo isto me parece ser favas contadas. Vai haver reação e vai haver conflito; vai haver repressão. Temos de acompanhar para ver como as coisas irão se desenvolver”.

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