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Transportes paralisados

Trabalhadores alemães realizam a maior greve dos últimos 30 anos

O impacto da crise na Alemanha é gigantesco e os trabalhadores dos trens, aeroportos, embarcações, ônibus e metrôs pararam, exigindo aumento de salários

Começou, nesta segunda-feira (27), uma paralisação de 24 horas da maior parte do sistema de transportes da Alemanha. Exigindo um aumento salarial correspondente à inflação de 9,3% do mês de fevereiro, os trabalhadores dos aeroportos, trens, ônibus e embarcações de todo o país entraram em greve, a maior das últimas três décadas.

A greve foi convocada pelos sindicatos dos ferroviários (EVG) e pelo sindicato do setor público alemão (Verdi). Juntos, os dois sindicatos somam mais de dois milhões de membros. A paralisação atual foi planejada para coincidir com a terceira rodada de negociação de aumento salarial. A exigência dos sindicatos é de um aumento de pelo menos 10,5%. Em negociações anteriores, foram recusadas ofertas de aumentos de 5% e de pagamento de bônus únicos.

Nas ferrovias, o tráfego de longa distância ficou quase que completamente interrompido, afetando outros países também, já que uma boa parte das linhas ultrapassa as fronteiras alemãs. O tráfego regional também está paralisado em sua maior parte, segundo a Deutsche Bahn, a empresa operadora de trens alemã.

Os grandes aeroportos do país estão todos paralisados, exceto pelo de Berlim-Brandemburgo, que segue fazendo voos internacionais, já que os domésticos não estão ocorrendo devido às paralisações no restante do país. São cerca de 400 mil passageiros que deixam de pegar aviões no país nesta segunda-feira.

Além disso, em sete estados – Baden-Württemberg, Hesse, Baixa Saxônia, Renânia do Norte-Vestfália, Renânia-Palatinado, Saxônia e grande parte da Baviera – estão também parados os ônibus, metrôs e bondes.

Há, também, um impacto no transporte de cargas, tanto no setor ferroviário quanto no setor portuário, já que os estivadores também se juntaram à greve. Mercadorias que seriam entregues por barcos e trens ficaram, portanto, paralisadas.

São 350 mil trabalhadores convocados pelos dois grandes sindicatos a aderirem ao que eles chamaram de “greve de advertência”, de 24 horas de duração. Diversas paralisações menores a precederam para prepará-la, nas últimas semanas.

O sindicato Verdi, dos trabalhadores do setor público da Alemanha, começou uma nova rodada de negociações nesta segunda-feira em Potsdam, com o governo federal e governos locais, para definir a situação salarial de 2,4 milhões de trabalhadores. A exigência do sindicato é de um aumento de 10,5% e pelo menos 500 euros de salário ao mês. A oferta feita pelos empregadores, e que foi corretamente recusada, era de um aumento de 5% por 27 meses e uma compensação de 2,5 mil euros.

O sindicato dos ferroviários (EVG), que possui um alcance gigantesco no país, dado o tamanho das linhas ferroviárias alemãs, exige um aumento de 12% ao longo do período de um ano e pelo menos 650 euros como “componente social”. 

A Deutsche Bahn criticou de forma cínica a paralisação dos trabalhadores, dizendo que “Milhões de passageiros são afetados por essa greve excessiva e exagerada” e que “Nem todos podem trabalhar remotamente”.

O porta-voz da empresa, Achim Strauss, também afirmou que “Milhares de empresas que normalmente enviam ou recebem suas mercadorias por via-férrea também vão sofrer”, aproveitando para fazer uma demagogia ecológica, dizendo que o “meio ambiente e o clima também serão afetados” e que os vencedores serão “as empresas petrolíferas”, fazendo uma forçada relação com o fato de terem aumentado a circulação de carros no país.

É interessante destacar que os sindicatos alemães têm uma força e capacidade de mobilização muito grande, graças ao modelo de sindicatos unificados para diversas categorias e de alcance nacional. O sindicato Verdi, por exemplo, reúne trabalhadores de mais de mil profissões diferentes.

Este modelo foi adotado após a Segunda Guerra Mundial, após a devastação de todos os sindicatos pelo nazismo. A avaliação era de que sindicatos unificados seriam menos vulneráveis à ação de possíveis governos fascistas.

Essa atual paralisação, ainda que limitada, acompanha uma gigantesca onda de greves na Europa, liderada principalmente pelos trabalhadores franceses, que estão há meses mobilizados contra o governo Macron, tendo entrado em greve geral após o aumento de dois anos no tempo para a aposentadoria.

No caso da Alemanha, é um reflexo direto da crise gerada pela guerra na Ucrânia e pelos embargos econômicos do imperialismo impostos à Rússia. A Alemanha tem uma dificuldade muito grande de conseguir gás com o bloqueio do gás russo, o que gerou uma inflação gigantesca e um aumento criminoso no custo de vida da população.

Os trabalhadores alemães devem aumentar a duração da greve e espalhá-la para outras categorias, para pressionar o governo e o imperialismo a abandonarem a política de bloqueio contra os russos, com aumento de salários e compensações pela inflação absurda que a população teve que enfrentar nesse último período. 

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