O Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, não vale absolutamente nada contra os crimes do imperialismo. O enclave norte-americano no Oriente Médio realizou vários crimes de guerra e contra a humanidade, tipificados na chamada lei internacional, e não aconteceu nada contra o governo fascista do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu (Likud).
Apenas desde o início do massacre na Faixa de Gaza, Israel cometeu inúmeros crimes de guerra. O primeiro deles é de genocídio, o Artigo 3 Comum das Convenções de Genebra e Protocolo Adicional II. Outros são o bloqueio e cerco a Gaza, que impede a chegada de bens essenciais para a sobrevivência ao território palestino; migração e deportação forçada; uso de armas de fósforo branco; destruição de residências, hospitais, igrejas e outras infraestruturas civis. Isso apenas para citar alguns.
O que ocorre há mais de um mês na Palestina são apenas alguns exemplos em um curto espaço de tempo. No entanto, Israel foi fundado com base em crimes internacionais e comuns. O território era habitado pelos palestinos e, a partir de 1948, após a ONU (Organização das Nações Unidas) decidir pela criação de um Estado judeu, houve inúmeros massacres contra a população palestina.
Aldeias palestinas foram invadidas, civis, entre crianças, mulheres, idosos e outras pessoas indefesas e desarmadas, foram assassinadas, executadas a sangue frio, estupradas, despojadas de suas propriedades, terras e bens. O evento, conhecido como al-Nakba (a catástrofe, em árabe) pelos palestinos, causou o êxodo de cerca de um milhão de árabes entre 1948 e 1949.
Desde então, a limpeza étnica contra palestinos não parou. Aumentaram os massacres, o roubo de propriedades e a ditadura contra a população árabe, que vive em campos de concentração a céu aberto. Israel nem mesmo respeita os limites definidos pela ONU, organização que criminosamente criou o Estado judeu num território habitado por árabes há mais de um milênio.
Enquanto o presidente russo Vladimir Putin foi condenado pelo TPI por reagir à ofensiva da OTAN na Ucrânia, uma guerra de autodefesa, nenhum genocida israelense foi condenado pelo Tribunal de Haia. Da mesma forma, a ONU nada faz para garantir os direitos dos palestinos.
Esses casos revelam a total inutilidade desses órgãos internacionais. Mais ainda, demonstram que a “lei internacional” é totalmente controlada pelo imperialismo. São condenados apenas os “criminosos” que se opõem ao imperialismo. Dessa forma, a lei internacional é uma completa arbitrariedade, algo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já denunciou, referindo-se ao TPI. Aliás, o presidente brasileiro recentemente também denunciou a inutilidade da ONU.
Dessa forma, as denúncias do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, e de advogados palestinos ao TPI contra Israel não devem dar em nada.
O Brasil e os outros países oprimidos não devem se curvar à ditadura das entidades internacionais, que buscam manter a dominação imperialista no mundo. Ao contrário, é preciso romper com essas organizações em defesa de suas respectivas soberanias nacionais.