Quando um juiz do Supremo Tribunal Federal vem a público afirmando que através de uma decisão arbitrária colocou um dos principais dirigentes do Partido dos Trabalhadores na cadeia anos atrás, estamos diante de um verdadeiro Estado de Exceção. Um Estado onde esses juízes se consideram reis e sabem que contra eles nada vai acontecer. Para os setores da esquerda que acreditaram e acreditam que essa aberração política, que é o STF, defende algum tipo de democracia, está diante de um verdadeiro engano ou delírio.
Durante plenária na suprema corte na última quinta-feira (25), o ministro Dias Toffoli fez uma confissão que além de cínica deveria ser considerada criminosa. Toffoli disse ter votado pela condenação de réus no julgamento da AP 470 (Mensalão), incluindo o ex-presidente nacional do PT, José Genoíno, mesmo sabendo que eram inocentes.
Eis a íntegra da declaração de Dias Toffoli: “Eu votei pela condenação do ex-presidente do PT, José Genoino, para poder participar da dosimetria, sim. Ele houvera assinado um contrato de financiamento com um dado banco, não me lembro o nome, junto ao tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Mas todos nós que conhecemos o José Genoino sabemos que ele não tinha a ideia do que estava se passando, completamente ingênuo e inocente em tudo que aconteceu”.
A confissão do ministro é extremamente grave. No entanto, pelo que estamos acompanhando da política e da ditadura do judiciário que está instalada no País desde aquele período, muitos setores de esquerda e ditos progressistas não reagem e não conseguem falar nada sobre o assunto, seja por cumplicidade ou até mesmo medo. Muito pelo contrário: constantemente, aparecem elogiando os juízes do STF.
Quando este Diário e o PCO, alertava que estava em marcha um golpe de Estado no Brasil, muitos daqueles que viram o julgamento do mensalão como um “combate a corrupção”, esses setores alegavam que “o Brasil estava com a democracia consolidada e as instituições eram fortes”. O julgamento do mensalão em si já era um resquício do que viria acontecer alguns anos depois. As arbitrariedades dos ministros e juízes, a espetacularização da imprensa golpista com a prisão dos dirigentes do PT, tudo era uma armação que estava sendo orquestrada até mesmo de fora para dentro do país.
A Lava Jato escancarou de forma incontestável que operações como o julgamento do mensalão e a própria Lava Jato foram armadas pelo imperialismo e por setores da burguesia nacional para tomarem de assalto o poder no País como de fato aconteceu em 2016. Todas as campanhas da imprensa envolvendo setores da esquerda vendida contra a corrupção sempre teve a mesma finalidade, o ataque à soberania e o desenvolvimento de países atrasados como o Brasil.
O STF e o judiciário brasileiro são um bando de direitistas, reacionários. Não tem ligação nenhuma com o povo ou os trabalhadores brasileiros. Muito pelo contrário, servem aos interesses da burguesia contra a população. O STF por exemplo, nem deveria existir, pois se trata de uma aberração política, eleita por absolutamente ninguém, e nesse momento age a seu bel prazer,