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15ª Cúpula

Todos os líderes dos BRICS defendem a expansão do bloco

Confira os destaques do segundo dia da Cúpula dos BRICS, que acontece em Joanesburgo, na África do Sul

Nessa quarta-feira (23), ocorreu o segundo dia da 15ª Cúpula dos BRICS, em Joanesburgo. Hoje é o último dia do evento e, como veremos mais adiante, a expectativa é que os atuais membros do bloco – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – aprovem a entrada de novos países.

Confira, abaixo, os destaques de ontem:

Mais discussões sobre uma nova moeda dos BRICS

Durante uma reunião aberta da 15ª Cúpula dos BRICS, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma nova moeda para transações e investimento do grupo diminuiria as vulnerabilidades do bloco.

“A criação de uma moeda para as transações comerciais e de investimento entre os membros do Brics aumentam as nossas opções de pagamento e reduzem nossas vulnerabilidades”, disse.

Esse é um dos principais pontos de discussão da Cúpula. Finalmente, a criação de uma moeda própria dos BRICS representa um duro ataque à ditadura do dólar, que terá o seu poder de sabotar a economia dos países atrasados diminuído. É um passo que, apesar de não ser fácil de ser implementado, é importantíssimo para o desenvolvimento dos oprimidos contra o imperialismo.

O papel dos BRICS na guerra da Ucrânia

O presidente brasileiro, sobre a guerra na Ucrânia, disse que os BRICS têm um papel importante para ajudar a encontrar o caminho da paz. Lula voltou a denunciar que o imperialismo não está procurando a solução do conflito, mas o contrário.

“A Guerra da Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança da ONU. O Brics se consolidou como um fórum para discussão dos principais temas que afetam a paz e a segurança mundial. Não podemos nos furtar de tratar do principal conflito da atualidade que ocorre na Ucrânia e que tem consequências globais”, disse o líder brasileiro na sessão de abertura da cúpula.

Ele destacou, principalmente, as propostas de paz lançadas pela China e pela África do Sul, mostrando que estão em consonância com as iniciativas brasileiras. Nesse sentido, Lula destacou a necessidade de buscar uma solução para o conflito:

“Achamos positivo que um número crescente de países, entre os quais os países do Brics, também esteja engajado em contatos diretos com Moscou ou com Kiev […] Estamos prontos a nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura.”

Vladimir Putin, na mesma reunião, afirmou que o imperialismo é o verdadeiro responsável pela guerra na Ucrânia, agradecendo os países aliados pela tentativa de achar uma saída “justa e pacífica” para o conflito. O chefe do Executivo russo está participando do evento, que ocorre em Joanesburgo, na África do Sul, de maneira virtual por conta da perseguição que sofre do Tribunal Penal Internacional (TPI).

“Alguns países promovem sua excepcionalidade hegemônica e suas políticas de colonialismo e neocolonialismo vigentes. Eu gostaria de apontar que a aspiração em preservar essa hegemonia no mundo provocou a profunda crise na Ucrânia, primeiramente pelo apoio do Ocidente a um golpe de Estado inconstitucional”, afirmou Putin.

A fala de Putin foi utilizada pela imprensa burguesa como um indicativo de que o russo estaria “alfinetando” Lula por suas propostas em relação ao conflito. Mas, muito pelo contrário, o chefe do Executivo brasileiro levantou a bola para Putin cortar, dando oportunidade ao mandatário da Rússia para que ele explicasse a posição do país.

É interessante notar que, como fez em poucas ocasiões, Putin deu nome aos bois e deixou claro que a origem do conflito na Ucrânia foi o golpe na Praça Maidan, em 2014, que derrubou o governo de Viktor Yanukovich. “As pessoas que não concordaram com esse golpe de Estado, tiveram de encararam uma guerra. Uma guerra que foi lançada contra elas, uma guerra de atrito, que durou 8 anos. A Rússia decidiu apoiar pessoas que lutam por sua cultura, suas tradições, sua língua e seu futuro”, disse.

Ele também deixou claro que o objetivo da Rússia no conflito é “colocar um fim na guerra que foi desencadeada pelo Ocidente contra pessoas no Donbass”. Finalizando seu discurso com agradecimentos aos “colegas do BRICS que tomam parte ativa nas tentativas de colocar um fim nesta situação com uma resolução por meios pacíficos”, mostrando, mais uma vez, que a imprensa procurou fabricar uma inimizade entre Putin e Lula.

A questão climática

O presidente Lula voltou a denunciar que os países ricos são os verdadeiros responsáveis pelo aquecimento global e as mudanças climáticas, afirmando que o que se conhecia como uma “governança global” para a solução destes problemas foi “esfacelada” ao longo da última década.

“Os grandes responsáveis pelas emissões de carbono que causaram a crise climática foram aqueles que fizeram a revolução industrial e alimentaram o extrativismo colonial predatório. Eles têm uma dívida histórica com o planeta Terra e com a humanidade”, disse.

Nesse sentido, Lula disse que é preciso cumprir os compromissos firmados em protocolos como o de Paris “em vez de terceirizar as responsabilidades climáticas para o Sul Global”.

O destaque da noite: a entrada de novos membros

Todos os líderes dos países dos BRICS deram declarações que mostram que estão abertos à entrada de novos membros ao bloco. De acordo com o governo sul-africano, mais de 40 países atrasados demonstraram interesse em ingressar no BRICS, com mais de 20 fazendo solicitações formais para ingressar no bloco.

O presidente chinês, Xi Jinping, expressou seu apoio à expansão dos BRICS durante o Fórum Empresarial Brics 2023, antes da reunião de alto nível entre os chefes de Estado, destacando seu otimismo.

“Forjaremos uma parceria estratégica mais forte do Brics, expandiremos o modelo Brics Plus e pressionaremos ativamente pela expansão do número de membros”, enfatizou o líder chines.

“A China está pronta para prosseguir a Iniciativa de Segurança Global juntamente com todos os outros, envolver-se no diálogo e opor-se ao confronto, formar parcerias e não-alianças e procurar resultados vantajosos para todos”, acrescentou.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, afirmou que o país “apoia totalmente a expansão” do bloco. “Congratulamo-nos com o avanço com consenso sobre isso”, disse Modi em seu discurso de abertura.

A África do Sul declarou o mesmo por meio do presidente Cyril Ramaphosa, que disse que “estamos prestes a expandir a família BRICS”. “Todos os membros” apoiam “plenamente” a proposta, garantiu logo no começo do dia. Lula, representando o Brasil, afirmou que esse crescimento é uma forma de dar integridade ao bloco, afirmando, porém, que é preciso haver critérios para tal.

Finalmente, Naledi Pandor, a ministra das Relações Exteriores da África do Sul, afirmou que o bloco adotou um documento que estabelece diretrizes e princípios para a expansão dos BRICS. A declaração foi feita também na quarta-feira em entrevista à rádio sul-africana Ubuntu.

“Concordamos na questão da expansão. Aprovamos um documento que define as diretrizes e os princípios e processos de exame para os países que desejam se tornar membros do Brics”, afirmou.

Apesar de não especificar quais seriam os novos membros, Pandor deixa claro que é só uma questão de tempo. Hoje é o último dia da 15ª Cúpula dos BRICS, espera-se que novos anúncios sejam feitos em breve.

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