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A fé nas instituições

Tiro saiu pela culatra: esquerda pode perder mandatos

Esquerda pequeno-burguesa, como o PSOL, quer resolver as questões politicas com os métodos da burguesia, por isso dá munição para o inimigo

Nesta sexta-feira (2), a Revista Movimento publicou em seu sítio um abaixo assinado intitulado “Os golpistas querem cassar os nossos mandatos. Não nos intimidarão!”. Isso nada mais é do que o desdobramento natural de uma política que essa esquerda pequeno-burguesa tem praticado.

Abaixo, reproduzimos o texto na íntegra:

“O PL, partido de Bolsonaro e da Milícia, pediu a CASSAÇÃO DE NOSSO MANDATO com uma absurda representação no conselho de ética da Câmara. Também entraram com pedidos contra Sâmia Bomfim (PSOL), Celia Xakriabá (PSOL), Juliana Cardoso(PT), Talíria Petrone(PSOL) e Erika Kokay (PT). O partido do genocida e daqueles que odeiam as mulheres, quer silenciar as parlamentares feministas e combativas do Congresso. Isso só mostra o quanto as nossas vozes e lutas são necessárias e precisam se ampliar cada vez mais.

Nos ajude a derrotar esse ataque e dar um recado a eles, ASSINE E APOIE A MOBILIZAÇÃO em defesa de nossas lutas e contra os golpistas. Seguiremos firmes, juntas e venceremos.”

Precedentes

A esquerda pequeno-burguesa há muito tempo abandonou a classe trabalhadora e tenta resolver a política por meios das instituições do Estado burguês, ou de ‘lacrações’, ‘cancelamentos’, ‘tuitadas’ etc. Quem não se lembra do espetáculo circense de deputados do PSOL, em fevereiro de 2019, nos corredores do Congresso, vestindo aventais alaranjados e distribuindo laranjas no dia em que Jair Bolsonaro, então presidente, foi à Casa para apresentar o texto da reforma da Previdência?

Toda essa festa foi para protestar contra um suposto desvio de verba envolvendo um ex-secretário de Bolsonaro, Gustavo Bebianno. Uma ação que não levou a nada, apenas serviu para enganar os eleitores do PSOL, para acreditarem que elegeram deputados combativos.

No dia 24 de maio deste ano, o PSOL publicou em seu sítio o texto “PSOL aciona STF e Conselho de Ética para cassar mandato de Magno Malta por fala racista”. O partido apresentou “uma notícia-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) e uma representação no Conselho de Ética do Senado contra o senador por uma fala em que teria ‘minimizado o caso de racismo que vitimizou o jogador Vinícius Júnior, na Espanha”.

Em 30 de maio, lemos no artigo “PSOL pede inelegibilidade de Bolsonaro por uso da Caixa na eleição de 2022”, que “A deputada federal do PSOL Luciene Cavalcante apresentou na última segunda-feira (29) um pedido à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) para que Jair Bolsonaro seja declarado inelegível pelo abuso de poder político e econômico com a utilização eleitoreira da Caixa Econômica Federal nas eleições de 2022”.

Podemos citar todo o barulho que fizeram em torno de uma fala irônica no plenário da Câmara do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) no dia da Mulher, e que tentaram tratar como homofobia, e logo pretenderam sua cassação, prisão, multas e todo o tipo de ação repressiva.

Essa esquerda tem tratado como terrorismo manifestações de bolsonaristas, como quando bloquearam estradas após a derrota de Bolsonaro. Mas se esquece que movimentos sociais se utilizam desse tipo de ação para protestar.

A volta

A esquerda pequeno-burguesa se encontra em uma espécie de limbo, pois nem se apoia na classe trabalhadora, e muito menos controla o Estado e suas instituições. O fato de estarem cassando deputados como Deltan Dallagnol (Podemos – PR), colocando na cadeia (ilegalmente) direitistas como Daniel Silveira, não significa que haja uma tendência à esquerda no Estado. O destino de Dallagnol pode muito bem estar ligado a disputas internas da burguesia, não tem nada a ver com o combate à corrupção ou irregularidades.

Cassarem políticos da direita é uma eventualidade, o Estado burguês vê na classe trabalhadora e em seus representantes os seus verdadeiros inimigos. E esses é que serão os alvos preferenciais das instituições.

A condenação de manifestantes bolsonaristas pela invasão dos prédios na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro, pode servir para intimidar Bolsonaro, ou mesmo torná-lo inelegível, mas apenas se isso satisfizer determinados interesses da burguesia.

Hoje, a direita conseguiu instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o MST e está se beneficiando do clima persecutório que a esquerda ajudou a instalar. Se vale a pecha de “terroristas” contra manifestantes bolsonaristas, valerá muito contra os trabalhadores sem-terra.

O pedido de cassação de mandatos de esquerda está se beneficiando da ação da própria esquerda. Vai ser mais fácil cassar mandatos, o voto já não vale mais nada, pois o clima já está instalado. É por isso que a imprensa burguesa dá corda, não contesta a ilegalidade do que vem acontecendo, uma vez que ficou mais fácil se livrar de elementos indesejáveis na política.

 E a base?

Se a direita partir com tudo para cima de políticos da esquerda pequeno-burguesa, em quem irão se apoiar? Partidos como o PSOL apostam todas as suas fichas no STF, mas se esquecem que esse tribunal esteve diretamente envolvido no golpe de 2016.

Em 2021 20122, o PSOL e o PCdoB trataram de boicotar todas as manifestações de rua pelo Fora, Bolsonaro e na campanha presidencial de Lula. Esvaziaram todos os atos, afastaram os trabalhadores das ruas, tentaram acordos com a direita e agora não terão a quem recorrer.

A esquerda não existe sem a força da classe trabalhadora. A fé nas instituições burguesas, além de uma traição, é o mesmo que dar corda nova para o carrasco. Será que um abaixo-assinado terá força suficiente para impedir a cassação de deputados de esquerda? É sintomático que não convoquem manifestações ou suas bases, uma prova de que não se apoiam nos trabalhadores e que o tiro está saindo pela culatra.

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