A partir da última segunda-feira (11), os funcionários de bilheterias das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, de trens metropolitanos, paralisaram suas atividades em virtude da falta de pagamento do salário e benefícios referentes ao mês de agosto.
As referidas linhas são administradas pela ViaMobilidade, no entanto, a venda de bilhetes está sob a responsabilidade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que deslocou funcionários para o atendimento, já que é ela que administra e contrata a empresa terceirizada responsável pelo serviço.
Cerca de 50 funcionários deslocaram-se até a estação Santo Amaro por volta das 14h50 e, como forma de reivindicação, sentaram-se na via por onde passam os trens. Um funcionário da ViaMobilidade retirou os trabalhadores de lá pacificamente.
Segundo sua assessoria de imprensa, a CPTM, responsável pela venda de bilhetes nas aludidas estações, disse que a empresa que fornece o serviço desistiu da operação, mas que colaboradores farão a venda. Além disso, em entrevista dada à TV Globo, a companhia asseverou:
“Assim que foi notificada da desistência da empresa, a CPTM instaurou um procedimento para aplicar as sanções previstas em contrato pelo descumprimento do serviço. A companhia reitera que todos os pagamentos à empresa foram rigorosamente cumpridos, que avalia outras opções para a manutenção do serviço e que os passageiros também podem obter a passagem via cartões TOP, Bilhete Único e Fidelidade, pagamento via WhatsApp e aplicativo de celular, além das máquinas de autoatendimento para compra e recarga de bilhetes.”
A CPTM, assim como outras empresas como a Sabesp, está na lista das privatizações. Como é sabido, a privatização é um projeto neoliberal que favorece apenas corporações, grandes empresários, a classe burguesa. É um grande ataque aos direitos da classe operária que resulta em demissões, aumento de adoecimento e acidentes, prejuízo à população – só para citar alguns.
É preciso dizer que a terceirização funciona ao modo de um rolo compressor: sua tendência é motivar mais e mais privatizações. E quem perde é a classe trabalhadora e a população que utiliza o transporte público.
Por essa razão, é preciso que, como forma de luta contra esse mal que assola os Estados brasileiros, a população reaja e apoie não somente a paralisação dos trabalhadores, como também a efetivação de todo o quadro de funcionários da empresa e, fundamentalmente, rebelar-se contra a entrega da CPTM e linhas do metrô.