Suserania e vassalagem foi uma das relações sociais que vigorou durante o feudalismo. O vassalo era um subordinado, um ajudante de ordens, que trocava sua dignidade por proteção. O vassalo dependia de benefícios concedidos pelo nobre superior, o suserano, a partir de juramento de fidelidade. Nessa relação, os vassalos eram recompensados com presentes como feudos, terras, cargos, lugar no sistema de produção, entre outros benefícios.
Esse sistema não existe mais. Porém, no Brasil, diversas instituições vêm fazendo esforços significativos para obter recompensas junto ao imperialismo, especialmente os Estados Unidos. São eles: forças armadas; sistema judiciário; polícia federal; universidades públicas, entre outros (Congresso, entidades de classe e instituições religiosas).
O Consenso de Washington de 1989, que incorporou todos os setores domésticos sob sua rédea, organizou um regime político, minuciosamente, com a articulação de instituições e até mesmo setores do sindicalismo e do movimento operário. Vamos a algumas das instituições brasileiras vassalas.
Forças armadas
O Consenso de Washington não seria possível sem um exército vassalo (altamente vassalo).
Desde o golpe militar, o exército ampliou suas relações com o Pentágono, de modo que hoje temos praticamente uma extensão do exército norte-americano. Aqui no Brasil não precisa nem de base militar dos EUA, pois todos os quartéis já pertencem a Washington.
A última Combined Operations and Rotation Exercise (CORE) foi celebrada pelo Exército do Brasil como a consolidação de uma relação.
Na matéria de celebração pelo Blog do Exército Brasileiro – “Operação CORE: um importante capítulo da relação Brasil – EUA” – é possível verificar o capachismo do autor, um subordinado total ao país que exerce toda a dominação política sobre o Brasil.
Sistema judiciário
O sistema judiciário atuou em favor de Washington contra o Brasil na operação lava-jato, sendo um dos principais responsáveis pela desestabilização do País, e pelo golpe de Estado.
Recentemente, no início de 2022, ou seja, cinco anos depois do Golpe de Estado de 2016, o Ministro do STF, Luís Roberto Barroso, confessou que o “impeachment” da presidenta Dilma foi por motivos políticos, e não pelas “pedaladas fiscais”, histericamente difundidas à época.
“A justificativa formal foram as denominadas ‘pedaladas fiscais’ — violação de normas orçamentárias —, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política”, afirmou Barroso em artigo na revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), um think tank antinacional.
Membros do judiciário vivem desfilando entre Brasil e Estados Unidos, em fóruns promovidos por think tanks, fundações e ONGs norte-americanas, que pautam todos os assuntos do STF e outras instituições federais de justiça.
Polícia federal
A polícia federal é uma vergonha. Além de ser a Gestapo na Operação Lava-Jato, recentemente está envolvida com a agência do sionismo, o Mossad.
Uma operação que mira supostos membros do Hesbolá no Brasil foi anunciada primeiro pelo Mossad, depois pela imprensa, sem nenhum comunicado oficial urgente por parte da PF, demonstrando o nível de vassalagem dessa instituição.
Até o Primeiro Ministro de Israel anunciou que o Mossad está por trás das acusações feitas a indivíduos, pela Polícia Federal.
A operação não mostrou armas, bombas ou qualquer prova para a realização de atos terroristas, o que demonstra que a PF é somente instrumento de guerra indireta e operação psicológica. A PF chegou a acusar um cantor de pagode como terrorista. Qual é a legitimidade da PF para além de ser um proxy da CIA e do Mossad?
Universidades públicas
A USP, um think tank brasileiro, sempre foi um agente antinacional e ganhou o reforço das universidades federais ao longo das décadas.
Essas instituições têm se comportado como produtoras sistemáticas de ideologias importadas dos Estados Unidos. A bem da verdade, a vinculação das universidades brasileiras com as norte-americanas foi aprofundada com o famoso acordo MEC-Usaid.
De lá pra cá, diversas fundações, como a Ford Foundation e Open Society, contaminaram o ambiente acadêmico. O assédio dessas instituições aumentou no início deste século e agora chegam a níveis alarmantes. Já não há lugar para a divergência na academia, embora atuem sob uma fachada democrática.
Todos aqueles que ousam falar contra o imperialismo e em defesa da soberania nacional são achovalhados, perseguidos e desmoralizados. A cultura “woke” tem uma influência política e cultural poderosa.
As ONGs penetraram fortemente nas universidades públicas. Essas relações cruzadas são responsáveis pela ideologia que os Estados Unidos querem. Na área de humanidades, as pesquisas que defendem a soberania nacional estão desaparecendo para dar lugar às pesquisas identitárias, amplamente financiadas.
Considerações finais
Se não contarmos as entidades mais entreguistas como CNI/Fiesp, a Febraban e a Fecomercio, os setores públicos estão demonstrando altíssimo grau de vassalagem.
Os militares se voltam para o “inimigo interno”, a esquerda, e busca auxílio no Pentágono, numa relação em que entramos somente com o traseiro, pois os militares circulam entre Brasil – EUA em eventos luxuosos, recebendo condecorações do estrangeiro. São carreiristas na pior acepção do termo.
Polícia federal, além de capacha, sempre demonstrou ser incompetente. Com a captura de um cantor de pagode, imputando-lhe relações com o Hesbolá, chegou ao limite. Recebem um dos melhores salários para serem apenas um vassalo trapalhão.
O STF, por sua vez, demonstra que não deveria existir, sua ação serve apenas para desestabilizar o País, pois atua a partir dos interesses dos Estados Unidos. Isso ficou demonstrado com a confissão de Barroso, de que o “impeachment” da Dilma aconteceu por “falta” de base no Congresso.
Enfim, as universidades são o setor ideológico avançado do imperialismo no Brasil, sendo urgente uma reestruturação dessas instituições, prevendo a proibição da atuação de ONGs dentro delas.
Precisamos envidar esforços, junto às mais diversas forças políticas, para reverter esse quadro de degradação pública do País. Os níveis de deterioração em nossas relações com o imperialismo e o grau de vassalagem está grande, insuportável.