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Francisco Weiss

Militante do PCO em São Paulo. Juntou-se ao partido em 2018, em meio à campanha da luta contra o golpe e pelo “Fora Bolsonaro”. É membro da coordenação do Grupo por uma Arte Revolucionária Independente (GARI), além de dirigente do PCO em São Paulo. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV e outros programas do Canal e também da Rádio Causa Operária.

Um mestre do progressismo

Steve Hackett manteve a essência da música do Genesis

Steve Hackett, o guitarrista da formação clássica do Genesis, virá para o Brasil pela primeira vez após a pandemia, executando as canções do disco Seconds Out, do Genesis

O guitarrista inglês, Steve Hackett, irá se apresentar no Brasil nas próximas semanas, junto com a banda cover de Genesis argentina chamada Genetics. As apresentações ocorrerão no Rio de Janeiro, no dia 18 de agosto, no auditório Vivo Rio e em São Paulo, no dia 20, no Espaço Unimed. Ele fará também uma apresentação extra, totalmente gratuita, em Niterói no Circuito Quatro Estações da Música. O festival irá trazer outros nomes da música nacional e internacional e ocorre no dia 19 de agosto.

A vinda de Hackett para o Brasil irá celebrar a vinda do Genesis para o país pela primeira e única vez, em 1977. Naquela ocasião, ele ainda não tinha deixado a banda e tocava o repertório do que viria a ser parte do clássico álbum duplo, gravado ao vivo, chamado Seconds Out. Naquele momento, Peter Gabriel havia acabado de sair do Genesis para seguir em carreira solo e Phil Collins assumia os vocais, além de continuar com sua imponente presença na bateria da banda.

A vinda do Genesis para o Brasil foi um evento histórico para todos os admiradores de rock do país. Era o início de um período em que o país receberia grandes eventos internacionais e mostrou para todos os músicos do país daquela época as possibilidades de um grande show de rock, trazendo o que havia de mais moderno em termos de equipamentos, apresentando uma sonoridade antes só conhecida fora do país, o que trouxe uma evidente evolução técnica para toda a música local.

Steve Hackett deixou o Genesis naquele mesmo ano e a banda entrou no que seria conhecido como a sua “fase pop”. Foi esse período posterior que elevou Phil Collins, junto com o Genesis, a um sucesso comercial que, na época, era rivalizado apenas pelos de figuras como Madonna e Michael Jackson. A música da banda, no entanto, foi decaindo de qualidade a cada álbum que passava, até o momento em que já não mais se reconhecia o grupo que havia encantada os fãs de rock progressivo com clássicos como a suíte Supper’s Ready, de 1972, e o histórico álbum Selling England by the Pound, de 1973. O Genesis se tornou o símbolo da decadência do rock progressivo.

Steve Hackett, no entanto, continuou gravando e lançando álbuns todos os anos e, embora não tenha a mesma grandeza do que havia sido produzido anteriormente em seu período no Genesis, são todos de grande sinceridade artística e qualidade. Ao contrário dos seus colegas de banda, que haviam “se vendido” para o mundo dos sucessos de rádio. Um destaque para o seu primeiro disco solo The Voyage of the AcolyteDefector e junto com outros semelhantes, procurava dar sobrevida àquela conhecida sonoridade do Genesis em sua formação clássica (com Steve Hackett na guitarra e Peter Gabriel nos vocais).  

Hackett também era um exímio violonista clássico e gravou alguns discos de composições suas para o instrumento, um deles que recomendo fortemente é o Momentum, sua faixa de abertura Portrait of a Brazilian lady era uma homenagem à sua então esposa, uma brasileira. Sua música mistura algo do período Barroco com sonoridades mais modernas e em algumas músicas traz, de forma discreta, a utilização de teclados eletrônicos.

Steve Hackett pode não ter alcançado o sucesso comercial que Phil Collins e cia., mas sua produção posterior à sua saída do Genesis é algo de grande qualidade e deve ser aproveitada por todos que apreciavam a “fase progressiva” de sua antiga banda. Recomendo que, quem puder, assista o guitarrista – hoje em sonoridade mais madura e até tecnicamente mais desenvolvida do que na juventude – em suas apresentações no Brasil. Eu estarei lá.

Artigo publicado, originalmente, em 18 de agosto de 2023.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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