Os recentes casos dos índios Ianomamis que estão sofrendo com fome, desnutrição e falta de médicos e medicamentos que saíram na imprensa golpista com grande alarde trazem à tona a discussão sobre a situação dos índios no Brasil.
Essa situação tem que ser confrontada com os elementos que estão sendo apresentados como lideranças desse setor e que estão a frente do governo, como a integrante do PSOL, a ministra Sônia Guajajara. Sônia Guajajara foi colocada a frente do recém-criado Ministério dos Povos Indígenas e representa uma política que é responsável pelos indígenas estarem na situação de pobreza absoluta e de dependência total de ações de caridade.
Essa é uma discussão necessária para que exista realmente uma política que garanta as condições para melhoria da vida dos povos indígenas e que estes tenham todos os direitos plenos de qualquer cidadão brasileiro e que não fique numa condição de total dependência de ações de caridade e de programas sociais.
Quem é Sônia Guajajara
Sonia Guajajara nem é e nunca foi uma liderança dos povos indígenas, nem mesmo de representante dos índios de sua terra indígena de nascimento, a Terra Indígena Araribóia no estado do Maranhão.
O fato que confirma essa constatação é que nem mesmo ao sair candidata a deputada federal representou o estado onde nasceu e cresceu, o Maranhão, e sim foi para São Paulo para fazer campanha entre a classe média de bairros esquerdistas como a Vila Madalena para ser eleita. O que diz muito que não tinha interesse em denunciar os crimes dos latifundiários de seu estado contra os índios no Maranhão, um dos estados que estão entre os que possuem mais violência contra os povos indígenas.
Então como se tornou uma “liderança” e uma das pessoas mais “influentes” segundo revistas da imprensa imperialista como a Times? Muito fácil, se tornou uma “liderança” criada por organizações internacionais da burguesia e por sua imprensa venal financiada por esses organismos.
Guajajara está ligada a organizações não governamentais estrangeiras que financiam suas atividades e dão destaque na imprensa burguesa. Recentemente durante viagens pela Europa para falar mal do Brasil e na COP-27 revelou seus financiadores. Durante a COP27 foi questionada quem financiava suas ações afirmou sem nenhum problema que “a fundação Ford, por exemplo, que apoia o movimento indígena no Brasil e no mundo inteiro com fortalecimento de políticas publicas e de formação”. E isso seria apenas uma, mas disse que teriam outros parceiros.
Uma política de dependência
A escolha de Sônia Guajajara para ser financiada por organizações não-governamentais imperialistas, como a Fundação Ford, não é por acaso. A política colocada em prática por Sônia é uma política de dificultar o desenvolvimento econômico do país e da emancipação econômica dos povos indígenas.
Um bom exemplo é outro indígena da América Latina, o ex-presidente boliviano Evo Morales. Evo Morales sim tinha ligações com o movimento indígena, apesar de vacilações, foi um sindicalista dos trabalhadores indígenas e defendiam seus interesses e de melhoria econômica dos povos indígenas e do desenvolvimento da Bolívia. Defendeu os cocaleiros, que são duramente atacados pelo imperialismo, e também a nacionalização de recursos naturais como o gás e o lítio para o desenvolvimento do país e da melhoria das condições de vida da população. E não foi por acaso que o imperialismo sempre atacou Morales e deu um golpe para derrubá-lo. Então por que o mesmo imperialismo que quer derrubar o índio Evo Morales dá corda para a índia Sonia Guajajara?
A resposta está nessa política de dependência econômica e de não-desenvolvimento. Apesar de ser “decolonialista”, Guajajara recebe dinheiro dos países imperialistas e suas ONG`s para colocar em prática essa política de caridade e de não permitir atividades econômicas dentro das terras indígenas, em particular das enormes quantidades de terras indígenas na Amazônia Brasileira.
Com a estagnação econômica das terras indígenas, o índio fica com enorme dependência dos órgãos estatais ficando sujeito a morrer de fome e de doenças de simples tratamento caso mude o governo (como ocorreu com os ianomamis) e com grande dependência de caridade.
E fica ainda pior porque essa política de receber financiamento estrangeiro e não viver do próprio trabalho deixa os índios dependentes de países cujos interesses não são os mesmos da população brasileira, incluindo os indígenas, e a mercê de manipulações imperialistas, como não construção de importantes obras para o desenvolvimento nacional, como usinas hidrelétricas, ferrovias e etc.
Uma política completamente equivocada e quem paga por isso são os indígenas que sofrem com a fome e total falta de assistência como estamos vendo.
É preciso reverter essa situação, assim como Evo Morales. Os recursos naturais devem ser utilizados de maneira adequada para desenvolver o país e tirar os índios da pobreza absoluta e menos vulnerável a crises ou mudanças de governo ou interesses imperialistas.
Sonia Guajajara, apesar de toda a retórica, serve aos interesses dos países estrangeiros e não dos índios. Sua política de impedir a exploração agrícola e mineral das terras indígenas é um enorme desserviço à luta dos povos indígenas.
A exploração econômica das terras indígenas realizada pelos próprios índios é uma garantia que o índio tenha condições de se defender dos latifundiários, da direita, do imperialismo, da fome e falta de assistência a saúde porque terá recursos para obter os meios necessários para resolver os problemas citados acima.
A ministra dos povos indígenas é apenas uma marionete das fundações imperialistas contra os interesses nacionais, não é por acaso que a imprensa golpista brasileira e mundial faz grande propaganda positiva em seu favor e ataca outros como o ex-presidente boliviano Evo Morales.