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João Pimenta

Estudante da USP. Colunista do Diário Causa Operária, membro da Coordenação da AJR e do Comitê Estadual do PCO de São Paulo. Autor do Livro “A era da Censura das Massas”.

Leon Trótski

Sobre milícias de trabalhadores

Artigo escrito por Leon Trótski em fevereiro de 1934

Aviso: a coluna não foi veiculada nesta edição. Portanto, para que o leitor não saia prejudicado, reproduzimos aqui um texto de Leon Trótski que acreditamos ser essencial para o entendimento da necessidade de organização dos trabalhadores no momento atual.

A milícia dos trabalhadores é a mais forte arma na luta de classes. A luta de classes alcança sua mais consciente expressão no partido. O papel do partido, assim como o papel da milícia dos trabalhadores, aumenta na proporção do aprofundamento da luta de classes.

Aqueles que ingressam nas milícias são os mais militantes, mais revolucionários e os mais dedicados elementos do proletariado e, sobretudo, do próprio partido. É por isso que o partido revolucionário não pode delegar as tarefas de defesa a outras organizações, que possuam outros métodos e objetivos.

É verdade que no atual momento a tarefa das milícias de trabalhadores é defensiva e não ofensiva, haja vista o perigo do fascismo, que ameaça não apenas os partidos revolucionários mas também os reformistas. Mas isso não muda nada. As milícias de trabalhadores não são uma mera organização técnica fora do “reino da política”. Pelo contrário, tanto o partido revolucionário quanto o partido reformista estão cientes de que as milícias de trabalhadores são a mais aguda arma da luta política. E a luta política entre organizações revolucionárias e reformistas às vezes chega ao ponto da guerra civil. É por isso que tanto reformistas quanto revolucionários assistem, como sendo algo indesejável ou impossível, o ingresso de seus apoiadores na mesma milícia em comum.

Os reformistas dirão para seus trabalhadores:

“Nós estamos de acordo quanto à defesa em conjunto com os comunistas contra os fascistas, mas não podemos permitir que os comunistas nos envolvam em alguma aventura; nós é que decidimos quando e com quem lutar”.

Os comunistas dirão (ou deveriam dizer):

“Nós estamos prontos, se necessário, para defender as gráficas do Populaire [NT: jornal da social-democracia] ou a sede da CGT, ombreados com os reformistas; mas para nós isso é apenas uma etapa na luta pelo poder. Nós queremos gradualmente ensinar a nossos apoiadores como manobrar e como combater, como lutar e como recuar, como defender e como atacar. É por isso que não podemos nem misturar nossos apoiadores com os reformistas em uma única massa indistinta, nem colocar nossos apoiadores sob o comando dos reformistas por um tempo indeterminado”.

Quanto mais extensa e mais exitosa for a movimentação para desenvolver uma milícia de trabalhadores, mais rapidamente os argumentos acima terão importância. Se ainda não foram bem ouvidos, é porque o próprio movimento está na infância. Nós temos o dever, porém, de antecipar o período que virá, de modo que nossos apoiadores não sejam pegos desprevenidos. Há círculos de trabalhadores que, ao mesmo tempo que estão às voltas com partidos e políticos, estão cientes da ameaça fascista: antigos comunistas, anarcossindicalistas ou simplesmente jovens militantes operários, para os quais a decepção das velhas gerações com os partidos foi filtrada. Elementos desse tipo, que são particularmente numerosos em Paris, estão inclinados a responder ao slogan por uma “milícia comum”. Todo tipo de ilusão está amarrado a esse slogan (livrar-se dos partidos, rachas, discussões etc.) Nossos jovens camaradas na Juventude Leninista fizeram uma tentativa de lançar um movimento para o armamento dos trabalhadores sob o slogan de uma “milícia comum”. Em outras palavras, eles querem fazer uso das ilusões de determinada seção dos trabalhadores para conseguir levá-los a um caminho progressista. Tal experiência só pode adotada com as seguintes condições:

  1. La Vérité [NT: jornal dos trotskystas franceses] explicar que o lema por uma milícia em comum não é um ultimato direcionado aos socialistas, reformistas, stalinistas etc. Nós organizaremos uma milícia em comum com aqueles que simpatizam com o slogan; ao mesmo tempo, nós estamos prontos para entrar em acordos práticos com organizações que criaram suas próprias milícias.
  2. Dentro da milícia comum, se de fato uma for criada, os membros da Liga [NT: Ligue Communiste, os trotskystas franceses] criarão um núcleo de sua organização que agirá sob a única e exclusiva direção do Comitê Executivo da Liga.

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