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História

Sionismo, ferramenta do imperialismo para justificar genocídio

Com o início da ação revolucionária do Hamas no dia 07 de outubro, voltou a circular a acusação de que a luta pelo fim do Estado genocida de Israel é uma luta antissemita

Com o início da ação revolucionária do Hamas no dia 07 de outubro, voltou a circular a acusação de que a luta pelo fim do Estado genocida de Israel é, na realidade, uma luta antissemita, ou seja, uma luta contra os judeus enquanto raça. Trata-se de uma propaganda que serve para esconder os crimes grotescos de Israel contra o povo palestino, confundindo a luta antissionista e, portanto, antifascista, com uma ideologia antissemita. A história, entretanto, deixa absolutamente claro o que é o sionismo e como esse movimento político foi e é utilizado para promover um verdadeiro genocídio na Palestina.

Em sua origem, no final do século XIX, o sionismo era um movimento dos setores mais atrasados do movimento operário que afirmavam que a luta dos judeus deveria ser separada da luta dos trabalhadores no geral.

Tanto é que Lênin e Marx – este, antes do nome sionismo – criticaram o movimento afirmando que se tratava de uma forma de dividir os oprimidos, algo parecido com que faz o identitarismo nos dias de hoje. Afinal, criou-se um movimento artificial que segrega uma minoria oprimida do movimento operário. “A emancipação social do judeu é a emancipação da sociedade do judaísmo”, diz Marx em sua obra A Questão Judaica se referindo a como a humanidade deve superar a religião como um todo.

Ou seja, no seu início, o sionismo não era nada de especial, era uma ideologia sectária como qualquer outra. Em 1895, todavia, Theodor Herzl, jornalista judeu austro-húngaro considerado o fundador oficial do movimento, formaliza o que é o sionismo e qual era o seu plano por meio do livro O Estado Judeu. As teses defendidas na obra seriam aprovadas posteriormente no Primeiro Congresso Sionista, que criou a Organização Sionista Mundial.

Hertz dividiu o plano para o estabelecimento do Estado em duas etapas: (i) expulsar a população presente na região pela fronteira ao negar emprego; (ii) comprar terras dos palestinos mais afortunados. Ao contrário do que era esperado, a segunda parte do plano não se fez possível, uma vez que grande parte dos proprietários recusou vender suas terras aos sionistas e, por isso, o projeto passou a depender da expulsão da população.

Para isso, um processo de colonização e remoção involuntária foi iniciado. Neste momento, os judeus na Palestina constituíam menos de 5% da população na região, sendo em grande parte judeus árabes, que comumente se opunham ao sionismo.

Com isso, perto da Segunda Guerra Mundial, o sionismo tornou-se a principal ferramenta do imperialismo para atingir os seus interesses no Oriente Médio: transformou-se no movimento oficial da fundação do Estado de Israel na Palestina. Movimento este que foi organizado por meio de dezenas de congressos sionistas que, finalmente, elegeram oficialmente a Palestina como o alvo da invasão sionista.

O processo de ocupação ilegal de terras palestinas, de êxodo da população árabe e de políticas de limpeza étnica, que seria conhecido como “al-Nakba”, ou “A catástrofe”, começa em 1947 e pode ser dividido em quatro estágios. O primeiro estágio começou em 29 de novembro deste mesmo ano, com uma resolução da ONU para dividir a então região da Palestina em um Estado árabe e um Estado judaico.

O segundo estágio começa em março de 1948, com o estabelecimento do chamado “Plano Dalet”, que consistia em uma sistematização operacional para a limpeza étnica palestina. Já o terceiro começou com o início da Primeira Guerra Árabe-Israelense (1948 – 1949), quando os massacres continuaram mesmo durante o conflito. O quarto, por fim, dura até hoje, começando com o fim da guerra árabe-israelense, entre outubro de 1948 e o início de 1949.

Quando o imperialismo concretizou o seu golpe e invadiu a Palestina, expulsando o povo palestino de suas terras, o sionismo se tornou a ideologia oficial do Estado fictício montado na região que ficou conhecido como “Israel”. Passando a significar, portanto, todos aqueles que defendem a existência do Estado judeu na Palestina.

Foi o sionismo, por exemplo, o principal responsável, impulsionado pelo imperialismo, pela ocupação dos colonos em terras palestinas quando o Estado de Israel foi criado. Colonos que, até hoje, são os elementos mais direitistas e mais nazistas de todos aqueles que defendem Israel. O leitor provavelmente já viu dezenas de vídeos de colonos sionistas assassinando palestinos, roubando as suas casas, destruindo as suas casas, machucando civis. Enfim, cometendo todo tipo de atrocidade em nome de seu “direito divino” de roubar a casa de um palestino.

Atualmente, 700 mil colonos vivem em assentamentos ilegais em Jerusalém Oriental e Cisjordânia. Uma grande parte foi estabelecida entre as décadas de 70 e 90, mas, nos últimos 20 anos, a população dobrou devido a uma série de políticas públicas que facilitam a reivindicação de propriedade palestina por judeus. O estabelecimento desses assentamentos fragmenta ainda mais o território palestino, separando a infraestrutura das cidades e vilarejos, dificultando o trânsito e integração comercial do território.

Há, ainda, planos para construção de 1700 novas unidades habitacionais em Jerusalém Ocidental, 9.000 em Atarot, 3.400 no leste de Jerusalém e outras 3.000 unidades na Cisjordânia. Dados que deixam claro que o sionismo não só não acabou, mas está procurando expandir a sua dominação sobre o povo palestino, continuando a matança de décadas.

Agora, entretanto, com a profunda crise pela qual passa o imperialismo, esse movimento nazista está muito enfraquecido. A ação do Hamas e a resistência do povo palestino à retaliação genocida de Israel são prova disso e mostram que, talvez pela primeira vez, é possível derrotar o Estado de Israel e o sionismo, pondo um fim a um dos regimes mais fascistas de toda a história.

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