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Fabricado pelo imperialismo

Sionismo alimenta antissemitismo

A revolta confusa dos trabalhadores contra o martírio do palestinos tende a explodir e quando acontecer, não poderá ser creditado a ninguém, exceto os apoiadores de Israel

Colunista da Folha de S. Paulo, João Pereira Coutinho transcendeu algumas barreiras em seu artigo “Para a escritora Dara Horn, as pessoas só gostam de judeus mortos “(6/11/2023). Após apresentar a escritora Dara Horn e sua obra “People Love Dead Jews: Reports from a Haunted Present” (“As pessoas amam judeus mortos: Relatórios de um presente assombrado” em tradução livre, inédito no Brasil), o colunista relata casos de agressões a judeus para questionar: “Dizem que o motivo é a guerra em curso entre Israel e o Hamas. Motivo ou pretexto? Obviamente, pretexto”, diz Coutinho.

Naturalmente, um ser humano civilizado jamais irá celebrar agressões gratuitas contra quem quer que seja, especialmente um comunista, alguém que milita pela superação do atraso e pelo progresso. É preciso, no entanto, colocar luzes sobre o fenômeno para compreendê-lo mais concretamente e evitá-lo. Um passo importante nesse sentido é questionar algumas colocações do colunista, como porque “a Europa volta a mergulhar no ódio antissemita com uma fúria assustadora: estrelas de Davi pichadas nos prédios, ataques a lojas, agressões a judeus na rua, uma mulher esfaqueada em Lyon e a suástica pintada na porta de sua casa”?

Como a frase indica, o “ódio antissemita” não era um fenômeno relevante até pouco tempo. O autor reforça isso ao afirmar que “o antissemitismo começou logo a borbulhar com as primeiras notícias dos massacres… em Israel.”

Tendo em vista as gigantescas manifestações de apoio à Palestina, na Europa e em todo o planeta, ainda que Coutinho alegue ser um pretexto, suas colocações indicam que ele se equivocou e o massacre em curso promovido por Israel (e não contra) seja um motivo. Há outro que merece ser destacado e diz respeito à atuação dos sionistas.

Há anos, a política identitária de censura, histeria e perseguição judicial revelou-se especialmente rápida, e implacável, contra os opositores do sionismo. Para impedir críticas à limpeza étnica em marcha na Palestina, este grupo estabeleceu uma ligação direta entre eles, o Estado de Israel (sua criação máxima) e os judeus. É lógico supor que ao fazê-lo, colocaram os judeus, indistintamente, como alvo do despolitizado repúdio popular as monstruosidades de Israel contra os palestinos. 

Ainda que historicamente muitos tenham se oposto ao sionismo, nunca o número de judeus manifestando-se publicamente contra o genocídio promovido por Israel foi tão grande e tão radicalizado quanto agora, uma demonstração de que a comunidade judaica pressente o perigo de não se posicionar claramente sobre o tema. Infelizmente, esta comunidade tem contra si o peso da tão poderosa quanto odiada máquina de propaganda imperialista, especialmente os grandes monopólios de imprensa, martelando a mentira de que sionista e semita são iguais ou equivalentes, assim como antissionismo e antisemitismo. 

Coutinho, a bem da verdade, faz o que pouquíssimos na direita fizeram até agora: estabeleceu uma diferenciação entre o antissionismo e antissemitismo, ainda que de maneira confusa. “Os ataques em curso não são contra ‘sionistas’, votantes de Netanyahu, fanáticos religiosos que apoiam os assentamentos ilegais ou genocidas antipalestinos. São ataques contra judeus só pelo fato de serem judeus”, diz o colunista da Folha.

É possível que seja como está dito, finalmente, a barbárie do imperialismo contra as massas impede uma politização maior da população, inclusive na Europa. Expostos às mentiras, manipulações e toda sorte de confusão deliberadamente produzida para enganar o povo, os trabalhadores terão uma extrema dificuldade em entender que sionismo estaria ligado a uma política nazista, que estabelece a supremacia dos judeus sobre os não-judeus, ao passo que o semitismo, é uma forma de racismo voltada aos povos semitas, originários do Oriente Médio.

Justamente para por um fim a isso, no entanto, é cada vez mais urgente a luta pelo fim de Israel e também o combate ao sionismo. O restabelecimento de uma Palestina livre e multinacional em toda a integralidade do seu território é a condição essencial para acabar com os massacres, responsáveis por alimenta a repulsa da classe trabalhadora. Desmascarar as mentiras do sionismo e a farsa da suposta sinergia entre Israel, e a comunidade judaica, também, mas claro que nem a Folha e nem órgão algum do imperialismo fará isso.

A revolta confusa dos trabalhadores contra o martírio do povo palestino pela ação nazista de Israel tende a explodir, invariavelmente. É um fato conhecido pela história, inclusive pelo horrendo final, que se vier, não poderá ser creditado a ninguém, exceto os sionistas e o imperialismo. E não foi por falta de aviso.

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