Nesse final de semana, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, emitiu um comunicado oficial afirmando que a pasta acionou a Ouvidoria de Direitos Humanos em decorrência da recente chacina da Polícia Militar na Bahia, a qual já resultou na morte de, oficialmente, 30 pessoas.
Agora, a Ouvidoria deve investigar o caso, ouvir autoridades locais e colher depoimentos de moradores da região.
Para uma pessoa que comanda uma pasta chamada de “Direitos Humanos”, para uma pessoa que adora fazer bravatas em nomes dos negros, a reação de Silvio Almeida demonstra que tudo isso não passa de uma farsa.
Em nota, o ministro afirmou que “intervenções policiais que resultam em números expressivos de mortes não são compatíveis com um país que se pretende democrático e em consonância com os Direitos Humanos”.
Ou seja, para Almeida, “intervenções policiais” que resultam em um número não tão expressivo de mortes já seriam compatíveis com um país que se pretende democrático. Sua declaração revela que o problema aqui não é ter ou não havido mortes, mas sim a quantidade de mortes.
É algo similar ao que ele falou sobre a chacina no Guarujá quando disse que “É preciso um limite para as coisas”. Mais uma vez, o problema é o número de mortos. Um ou dois, tudo bem, mas que isso já é avacalhação…
Fica cada vez mais claro que Silvio Almeida não defende os interesses do povo coisa nenhuma. Desde que assumiu seu cargo, não fez nada para os trabalhadores, servindo apenas como um meio pelo qual o imperialismo pode pressionar o governo Lula.
Somente em 2021, 6.145 pessoas foram assassinadas pela Polícia Militar em todo o Brasil, com mais de mil mortes concentradas no Rio de Janeiro. Trata-se de uma organização que serve para massacrar os trabalhadores e impor a vontade do Estado sobre o povo. Além disso, a situação dos presídios no Brasil é alarmante, com superlotação, falta de condições de saúde adequadas e violações constantes dos direitos humanos.
Mas isso o senhor Silvio Almeida não denuncia.