Na sexta-feira (17), o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), recomendaram o cancelamento do show da banda norueguesa de black metal “Mayhem”, por suposto discurso de ódio. O pedido autoritário impede à venda de ingressos e divulgação para o show.
“Há evidências de que integrantes e ex-integrantes da banda estão envolvidos com apologias neonazistas, suicídio, canibalismo e assassinato, além de diversos tipos de violências e discriminações, incluindo queima de igrejas, referências à extrema violência, incitação à mutilação, declarações racistas e antissemitas, entre outros” – diz a recomendação, assinada por promotores.
Em entrevista à imprensa golpista, a banda se defendeu, dizendo que não tolera discurso de ódio, afirmou ainda que é:
“Uma entidade apolítica com milhares de fãs em todo o mundo, de todos os tipos de origens e com todos os tipos de crenças, ideias e preferências”.
O show que ocorreria no dia 21 de março em Porto Alegre (RS) foi cancelado. Um verdadeiro atentando à liberdade de expressão, é ainda mais reacionário por se tratar de uma manifestação artística. Esse direito democrático é uma pauta histórica da esquerda, porém nos últimos anos, com uma espécie de loucura coletiva, os “socialistas”, “comunistas” (de fachada) viraram verdadeiros defensores da censura estatal, mas, lógico, apenas contra os maus, é a censura do bem. Ao contrário da ideia estapafúrdia da esquerda pequeno-burguesa, à censura não funciona para punir os “maus”, só serve como um meio de barrar qualquer organização contrária à burguesia, prejudicando todos os trabalhadores. Segundo Trótski:
“No regime burguês, toda supressão de direitos políticos e liberdades, não importando contra quem seja dirigida no começo, no final inevitavelmente recaíra sobre a classe operária, em particular nos seus elementos mais avançados – Esta é a lei da História”
À censura está tomando proporções extraordinárias devido ao clima político que a própria esquerda contribuiu para criar, logicamente guiados pelo imperialismo. Em toda situação em que determinado “inimigo” desses ignorantes, em se tratando de marxismo, saem correndo atrás da polícia, da justiça e do todo-poderoso chefão: Alexandre de Moraes, mesmo com o fracasso absoluto desta política repressiva e direitista, alguns setores insistem na defesa da regulamentação da liberdade de expressar o pensamento. O direito de se expressar deveria ser absoluto e irrestrita, como diz à companheira Rosa Luxemburgo:
“Os Social-Democratas no nosso próprio país, assim como no mundo, defendem os princípios de que a consciência e as opiniões das pessoas são coisas sagradas e intocáveis.”
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