Após a primeira reunião dos senadores depois do fim do carnaval, a decisão foi de autoconcederem uma semana a menos de trabalho por mês e trabalhar apenas três dias por semana. Segundas e sextas-feiras não terão sessões deliberativas, ou seja, esses dias não serão considerados faltas. A semana curta costumava ser um hábito no Congresso sob a justificativa de que os senadores pudessem voltar para seus Estados.
Na última semana do mês, o trabalho será remoto e “com pauta tranquila”, na prática os senadores só precisarão trabalhar nove dias por mês. Tudo com o aval do presidente da casa Rodrigo Pacheco, que, logicamente, compartilhará do privilégio. O líder do Podemos no Senado, Oriovisto Guimarães, defende a medida: “Acho isso um avanço. Vai permitir um maior contato a base de cada Senador, uma semana por mês”. A decisão foi unânime entre os líderes partidários.
No final do ano passado estes mesmos senadores, que terão a jornada de trabalho reduzida semanalmente e mensalmente, definiram um aumento no próprios salários. O valor que atualmente é de R$ 39,2 mil passará a ser de R$ 41,6 mil a partir de abril deste ano. Os privilégios não acabam por aí. Na terça-feira (28), decidiram que às terças e quartas-feiras o expediente só irá começar a partir das 14h, mas votar mesmo só a partir das 16h, sendo assim os senadores só terão desconto no salário caso faltarem nas votações a partir das 16h.
Mas espera um pouco, não foram esses senadores que votaram a favor da reforma da previdência, aquela que acaba ou retarda com a aposentadoria dos trabalhadores? Não foram estes mesmo que votaram a favor da reforma da legislação trabalhista, aumentando a jornada de trabalho, reduzindo o direito a férias e atacando os sindicatos? Não foi esta casa que aprovou o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016 para “melhorar o país”?
Essas atitudes desses cidadãos impuseram a terceirização e a precariedade dos trabalhadores em todo o país. Ou melhor, destruíram os direitos trabalhistas da maior parte da população brasileira. Em relação ao golpe de Estado, é visível a catástrofe e o caos que isso causou no Brasil. A fome, o desemprego, a desindustrialização viraram rotina da população brasileira, tudo graças a esses senadores que são pagos a partir dos impostos que saem exclusivamente do bolso dos trabalhadores.
Não bastasse tudo isso, para quem não sabe estamos falando do segundo Congresso mais caro do mundo, perdendo apenas para o parlamento norte-americano. De acordo com o golpista Estadão, cada congressista recebe por ano o correspondente a 528 vezes a renda média dos brasileiros. É importante deixar claro que estamos falando de verdadeiros parasitas, que passam a vida “mamando nas tetas” dos cofres públicos e que nada de bom fazem para a população, muito pelo contrário.
É importante destacar que devemos exigir a extinção dessa instituição, até porque não tem serventia alguma. De acordo com o dirigente nacional do Partido da Causa Operária, Antônio Carlos Silva: “Somos favoráveis à extinção do Senado e do conjunto das instituições antidemocráticas do regime político. O Senado é uma marca de um regime profundamente antidemocrático, com base em duas câmaras parlamentares em que a segunda atua como uma câmara revisora, sendo que é justamente o senado que tem menor representação popular.”