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Massacre em Gaza

Sem “mas”: Israel é genocida e ponto final

Juca Kfouri relativiza a luta em Gaza e equivale os lados opostos, os torturadores e os torturados. Não à toa, escreve na Folha, jornal de proa da ditadura de 1964

O colunista da Folha de S. Paulo, Juca Kfouri, na última segunda-feira, 20 de novembro, publicou um artigo intitulado Sem ‘mas’ e sem Hamas. O objetivo do texto é equiparar as ações militares do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) que reage à brutal ocupação sionista; à ação de Israel, que promove um genocídio na Palestina, tendo como alvos os locais com a maior concentração de civis e infraestrutura.

O início do texto demonstra a posição de seu autor:

“O que o grupo terrorista Hamas fez no dia 7 de outubro não encontra justificativas de ordem alguma por mais opressiva e inaceitável que seja historicamente a situação na Faixa de Gaza. A reação desproporcional de Bibi Netanyahu igualmente não tem perdão e iguala a ação governamental aos atos do Hamas.”

O Hamas seria terrorista, e nada justificaria adotar uma ação armada “por mais opressiva e inaceitável que seja historicamente a situação”, um falso humanismo. Para um povo que já não tem a paz como alternativa para agir, sobra apenas a violência, e é justamente esse o caso. Apelos repetidos à comunidade internacional caíram em ouvidos surdos, protestos pacíficos foram recebidos a rajadas de fuzil, o que fazer? Se hoje todo o mundo está mobilizado em torno da questão palestina, isso se dá apenas e tão somente pela heroica ação do Hamas, conjuntamente aos outros grupos armados da Faixa de Gaza.

“Não é falsa simetria coisa nenhuma. Como o Hamas tem a desfaçatez ao dizer que seus objetivos eram militares ao invadir rave e kibutzim, mente Israel ao declarar que se esmera para não matar civis.”

Tal é a afirmação de Juca Kfouri na Folha sionista. Já a própria imprensa israelense, como o Haaretz, desmentiu as falsidades repetidas pelo colunista, atrasado em relação a suas contrapartes na Palestina ocupada. As pessoas assassinadas na rave, as casas incendiadas nos assentamentos ilegais pela lei internacional, o foram principalmente pelas próprias forças armadas de Israel. Os assentamentos, além disso, são recheados de colonos armados até os dentes. O nome “kibutz” é uma romantização farsesca para encobrir a realidade.

“Que a única solução duradoura para o conflito é o Estado Palestino soberano, como determinou a ONU há mais de meio século, é chover no molhado […] A imediata devolução dos reféns pelo Hamas, o cessar-fogo e a ajuda humanitária às vítimas se impõem […] Responder com antissemitismo à estupidez de Bibi é dar a vitória ao Hamas, tudo o que deseja quem não quer a paz. Insuflar a islamofobia é consagrar os métodos de Bibi.”

Ora, Juca Kfouri diz que a solução do Estado Palestino “como determinou a ONU”, ou seja, com a manutenção da base militar do imperialismo Israel, é chover no molhado. Se é chover no molhado, por que essa medida nunca foi implementada? Já que se trata de um “molhado” consensual? Porque é uma farsa. A deliberação da ONU é um encobrimento para que justamente não se fale sobre a Palestina, afinal, “a ONU” vai resolver. Só que não vai. Os dois Estados são uma fantasia criada pelo imperialismo para evitar não a violência de “ambos os lados”, mas para desorganizar a resistência palestina com planos imaginários.

A devolução dos reféns pelo Hamas é algo que nosso sionista afirma, mas e os reféns tomados por Israel, que já são mais de 10 mil, incluindo mulheres e crianças? Desses reféns, o “neutro” e “isento” jornalista não fala. Por que não?

Ele segue com seu artigo falando em cessar-fogo. Ora, mas a violência de Israel contra a Palestina não se resume a bombas. E o muro do maior campo de concentração na história da humanidade? E o bloqueio de água, comida, e tudo o mais? E o bloqueio do mar para a pesca? Cessar-fogo, frente a isso, é um retorno de Gaza para a situação humilhante que levou à ação do Hamas. É a causa para a necessidade da ajuda humanitária. Para Juca Kfouri, todos os mais de 2 milhões de palestinos na Faixa de Gaza são isso, trapos, mendigos. Devem viver na indigência e depender da benevolência da “ajuda humanitária”. Tal é o jornalismo democrático da imprensa imperialista.

Kfouri ainda afirma que o antissemitismo seria uma vitória do Hamas. Falso. O Hamas se declara como antissionista, não antissemita. Finalmente, em Gaza não residem apenas muçulmanos, e o tratamento aos reféns tomados pelo Hamas, segundo todos os relatos até o momento, foi exemplar e até divino se comparado às câmaras de tortura do imperialismo em Israel. Aqui, Kfouri opera uma equivalência falsa entre os sionistas e o movimento pela libertação da Palestina. Os supremacistas, intolerantes, nazistas, estão do lado do imperialismo, e sua bandeira tem uma estrela de Davi.

“‘O Hamas errou, ‘mas’, também, vive em prisão a céu aberto. Reagiu’, dizem os rubros-negros. ‘O governo de Israel passou dos limites, ‘mas’, também, tinha de reagir ao maior ataque aos judeus desde o Holocausto’, retrucam os tricolores.”

O fato da prisão a céu aberto mantida pela base militar imperialista, reconhecido internacionalmente, é equiparado ao ataque daqueles que vivem nessa prisão contra seus carcereiros. Uma farsa total. O colunista da Folha, histórica aliada do massacre dos explorados no Brasil e no mundo, conclui com o que considera ser uma pitada de humor o seu texto em defesa do genocídio. Para ele, o problema são as relativizações, o uso do “mas”. MAS, nada há de relativo aqui. O Hamas não cometeu crime algum, realiza uma luta justa pela libertação de todo o seu povo, enquanto o sionismo, o Estado de Israel, base militar nazista do imperialismo para subjugar o Oriente Médio, realiza uma limpeza étnica tal qual a que vem operando desde antes de sua criação.

Não há “mas”. O apoio irrestrito ao Hamas, à resistência palestina de conjunto é a única posição que representa a defesa da vitória dos palestinos contra a força que os oprime há quase um século. Os que buscam defender o nazismo dos sionistas são os únicos utilizadores do “mas”.

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