Em entrevista dada ao Estado de S. Paulo, o secretário de comunicação do Partido dos Trabalhadores, Jilmar Tatto, se colocou de maneira bastante incisiva contra o apoio de seu partido a Guilherme Boulos nas eleições municipais de 2024. Sem papas na língua, Tatto considera uma “burrice” a aliança com o psolista.
Entre os motivos apontados por Tatto, está o fato de que o PSOL, segundo ele, sequer vota com o governo:
“A gente perde bancada porque a aliança fica estreita, não ganha a eleição na capital e perde, mais uma vez, porque o PSOL não está votando com o nosso governo”.
Uma das votações mencionadas por Tatto é a do arcabouço fiscal, um projeto bastante tímido apresentado pelo governo federal, que foi quase que estrangulado pelo Congresso Nacional. A atuação do PSOL, no entanto, vai muito mais além de não querer apoiar um projeto fiscal bastante moderado: o partido começa a se alinhar com o imperialismo no cerco contra o governo. Um exemplo evidente é a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que, no momento em que Lula estava sendo chantageado pela direita, decidiu atacar o governo.
Outro exemplo que mostra que o PSOL é muito mais fiel ao imperialismo que ao PT é a chamada PEC da Anistia, que propõe perdoar as dívidas dos partidos políticos com o a Justiça Eleitoral geradas pelo uso supostamente indevido das cotas raciais e de gênero. O PSOL está alinhado ao MBL, que quer manter os partidos reféns da ditadura dos tribunais eleitorais.
Na política externa, o PSOL também é um ponto de pressão contra o governo. Na vinda do presidente venezuelano Nicolás Maduro ao Brasil, os dirigentes e parlamentares do partido, quando não atacaram diretamente o mandatário latino-americano, se calaram diante dos ataques da direita.
A denúncia de Tatto é correta. A aliança com o PSOL não resulta em nada de positivo. O partido não passa de uma legenda de classe média, sem base social real. Não tem, portanto, nada a oferecer. Mas tem, por outro lado, muito a tomar. O PSOL é o partido das ONGS, o partido oficial do financiamento imperialista no Brasil, constantemente utilizado para as campanhas mais sórdidas dos banqueiros e dos poderosos.