Com a realização da mais bem sucedida operação do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) contra o Estado sionista de Israel no dia 7 outubro, a campanha de guerra promovida pelo imperialismo e o sionismo trataram de rapidamente classificar a resistência do povo palestino como criminosa.
Dos mesmos criadores de “comunistas que comem criancinhas”, a imprensa burguesa e a propaganda de Israel buscou acusar o Hamas das mais absurdas ações. A primeira grande acusação fora de que o grupo teria invadido Israel e assassinado civis a sangue-frio, raptado e torturado mulheres e crianças. Logo após, veio à tona a grotesca campanha de que o grupo teria simplesmente decapitado 40 bebês no processo.
Os “monstros” do Hamas, ou “animais”, como se refere o Estado sionista a todo povo palestino, foram acusados de todos os lados, apesar que agora, dia após dia, diversas calúnias vêm sendo desmascaradas contra o Estado sionista.
No entanto, a campanha surtiu efeito não apenas como forma de propaganda extremamente reacionária por parte da direita, mas também, como forma de influenciar a esquerda pequeno-burguesa e pressionar estes setores a não adotarem de fato nenhuma política concreta na defesa da resistência palestina.
No lugar de defender o Hamas, setores da esquerda como PSOL, PCB, PSTU e UP dedicam-se a criticar aqueles, sobretudo o PCO, que têm levado às ruas uma defesa real de todos os grupos que estão hoje lutando de armas na mão na defesa da Palestina.
No último mês, estes grupos da esquerda nacional iniciaram uma forte campanha para expulsar o PCO das manifestações, e mais: replicam exatamente a campanha sionista ao dizer que não se pode apoiar o Hamas e a resistência palestina baseado no que diz a imprensa burguesa. Todos estes grupos estão mais preocupados em seguir a cartilha da imprensa imperialista do que defender os interesses dos oprimidos.
Contudo, para o PCO e para todos aqueles que defendem seriamente a luta do povo palestino, todas estas acusações contra o Hamas e toda a campanha de calúnias sionistas nada mais são que um problema inexiste. Apoiar a resistência palestina está acima de qualquer coisa, mesmo que o Hamas ou qualquer grupo palestino estivesse tomado por verdadeiros criminosos, assassinos, torturadores, malfeitores ou qualquer adjetivo que possa ser encontrado nas peças de propaganda da imprensa burguesa, eles, independente de qualquer coisa, são os que estão lutando de armas na mão contra Israel.
No Vietnã, por exemplo, aqueles que lutaram contra a invasão dos EUA usaram de todos os métodos, inclusive criando armadilhas por todo o território para não apenas matar, mas também mutilar e principalmente fazer com que os soldados do imperialismo, perdendo uma perna, braço etc., ficassem psicologicamente impactados. Uma ação que claramente poderia ser classificada como “tortura” pela imprensa burguesa, mas que fez parte da ação de resistência contra o imperialismo.
Para defender a Palestina é preciso ter uma política concreta. Quem são aqueles que lutam de armas na mão? Quem são aqueles que morrem lutando contra o imperialismo e o sionismo para defender suas terras? Estes são justamente os guerreiros heroicos que estão em grupos como o Hamas e qualquer outro movimento sério de resistência palestina.
A esquerda pequeno-burguesa, ao se juntar à campanha sionista, revela sua total subserviência ao imperialismo e, sobretudo, sua não defesa do povo palestino. Na prática, quem não defende a resistência palestina apenas finge de forma demagógica o apoio aos milhares de mortos neste genocídio. Como já avisou o Hamas, “vocês que ainda não lutam, não chorem por nós. Nós ainda estamos vivos, e vocês estão mortos por dentro”.
