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Abstenção na guerra

Se ambos, Israel e Hamas, estão errados, então Israel está certo

Se o problema é quando os oprimidos começaram a reagir, o retorno à normalidade seria o estágio anterior: o martírio dos palestinos

Diante do conflito na Palestina, onde o Estado de Israel está tentando massacrar o povo palestino de vez, por essas bandas, os analistas fazem verdadeira ginástica para não defender abertamente o genocídio na Faixa de Gaza naquela que é a maior crise do imperialismo deste século. Ponto para o Hamas.

Um dos ginastas é Demétrio Magnoli, que escreveu recentemente que “a operação do Hamas não teve nenhum objetivo militar. O massacre deliberado de 1.300 civis israelenses, inclusive crianças, numa orgia macabra de violência, desnuda a alma da organização terrorista”. Primeiro, o colunista do golpista Instituto Millenium mente, ao apresentar as mesmas informações propagadas pelo próprio Estado de Israel. Não há prova alguma desses 1.300 mortos, nem da “orgia macabra”, nem da morte de crianças afirmada pelas forças militares de Israel, propagadas mundialmente pela imprensa capitalista, e reproduzidas por Magnoli.

A ideia geral do texto apresentado por Magnoli é a de que ambos os lados estão errados no conflito, mas “as leis internacionais conferem ao Estado de Israel o direito de autodefesa, o que inclui uma represália suficiente para desmantelar o aparelho militar e governamental do Hamas. Contudo, o direito humanitário estabelece condicionalidades, expressas pelas leis de guerra. Israel não tem o direito de proteger a proteção coletiva”. Ou seja, Israel pode fazer o que quiser, como de fato já estava fazendo antes mesmo das espetaculares ações do dia 7 de outubro.

Mas como ninguém, a não ser Netanyahu, pode falar abertamente que apoia a morte de todos os palestinos, Magnoli, tantos outros, é obrigado a denunciar moderadamente o que o Estado de Israel tem feito. É impossível deixar de reconhecer que o governo de Israel, como disse o próprio Magnoli, é responsável “pela interrupção total do fornecimento de água, eletricidade e alimentos na Faixa de Gaza e pelos bombardeios incluídos que causam milhares de vítimas civis. Tais atos configuram crimes de guerra – como, aliás, apontam familiares de israelenses trucidados ou tomados como reféns no 7/10″. Uma vez mais, Hamas e Israel estão errados, ambos cometem crimes de guerra”.

Magnoli cita o pensamento sionista-nazista que está fomentando o genocídio dos palestinos cometidos pelo Estado de Israel: “bem antes do dia 7/10, Bezalel Smotrich, um dos fanáticos que ocupam pasta ministerial no governo de Israel, apresentou aos cidadãos árabes-israelenses as seguintes palavras: ‘Vocês estão aqui por engano, porque Ben-Gurion [primeiro chefe de governo israelense] não concluiu o serviço em 1948 e não os chutou para fora’. Os extremistas abrigados sob a guarda-chuva de Netanyahu tentam aproveitar a oportunidade oferecida pelo Hamas para ‘concluir o serviço’ (…) Tanto o Hamas quanto Israel trilham a estrada da proteção coletiva”.

A política de Magnoli e de outros analistas-ginastas é que os dois lados estão errados. São defensores dos “povos” em geral. Assim sendo, é preciso tirar a conclusão natural dessa política: é preciso voltar à situação anterior ao dia 7 de outubro, onde, para estes analistas, estava tudo bem. 

Ou seja, é preciso manter as coisas tal como estavam, com a repressão diária dos palestinos, os massacres, humilhações e torturas cometidas pelo exército do estado artificial de Israel. Era isso que acontecia há décadas na Faixa de Gaza e, para analistas como Magnoli, é o que precisa ser restabelecido. 

Ainda em setembro deste ano, a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), publicava artigo de conteúdo histórico onde afirmava: “começava, há 100 anos, na prática, o projeto sionista na Palestina. A Nakba, a limpeza étnica massiva, os refugiados, o atual regime de apartheid imposto pelo regime supremacista israelense, as matanças intermináveis, o muro de segregação, o bloqueio assassino à Faixa de Gaza, a miséria e o desemprego, tudo isso começou um século antes”.

Se todo o problema é o que acontece agora, quando os oprimidos começaram a reagir, a normalidade seria o estágio anterior da reação armada da luta palestina. A neutralidade diante do genocídio cometido por Israel, ou a acusação de que os dois lados estão errados, é uma política para defender Israel, e os mais de  100 anos anteriores de martírio, como denunciou a FEPAL.

Assim sendo, não existe violência do oprimido (palestinos), só existe a violência do opressor (Estado de Israel/USA), que simplesmente não deveria estar lá. Todo o resto é derivado deste problema, e todas as medidas adotadas pelo povo palestino e suas organizações devem ser defendidas incondicionalmente, sem “mas”, sem “poréns”.

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