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Fundo de pensão

Santander ataca fundo de pensão dos trabalhadores do Banespa

Santander quer retirar o patrocínio da controladora dos Planos I e II e transferir a gestão do Plano V e Pré-75, mais uma consequência da privatização

O Banesprev (Fundo de Pensão dos Trabalhadores do Banespa) está sob um gigantesco ataque realizado pelo banco imperialista espanhol, Santander, cujo objetivo é retirar o patrocínio da controladora dos Planos I e II, e transferir a gestão do Plano V e Pré-75. Ou seja, os direitos previdenciários de mais de 11 mil trabalhadores, na sua maioria aposentados, estão sob risco, direitos esses conquistados com muitas lutas.

“Nossa luta tem sido incessante pela manutenção das nossas conquistas. Mas, mais recentemente, o Santander desceu mais baixo e agora ataca frontalmente seus aposentados e o direito que eles têm de receber a merecida complementação de aposentadoria, que é vitalícia e pela qual trabalharam por toda sua vida. Mexer com este direito de pessoas que estão em idade avançada, muitos deles doentes, que não tem mais condições de voltar ao mercado de trabalho, é de uma crueldade sem tamanho, uma atitude descabida e desnecessária. Ainda mais porque o Santander arrecada, somente com tarifas, R$19 bilhões. E para pagar as complementações não desembolsa nem R$700 milhões anuais”, disse a presidenta da Afubesp (Associação dos Funcionários Aposentados do Banespa)” (Site Afubesp.org.br 10/11/2023).

Essas palavras foram ditas numa audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) que, além da presença dos representantes aposentados dos setores bancários, também contou com a participação de representantes do setor elétrico, que estão passando pelas mesmas dificuldades em relação aos seus Planos de Aposentadoria complementar e Planos de Saúde depois das privatizações.

Sempre é bom lembrar que a venda do Banespa, realizada no governo de FHC/Geraldo Alckmin/Covas (todos do PSDB) na década de 1990, foi uma das maiores negociatas que aconteceram naquele período. Naquela época, os governos estadual e federal assinaram um protocolo de intenções em que o banco passava o seu controle para a esfera federal, em troca, a transferência da dívida do estado paulista com o banco para a União ao mesmo tempo em que ele seria gerido por uma instituição privada. Ou seja, o Banespa foi trocado por uma dívida em torno de R$44 bilhões. No primeiro momento, sequer foram estipulados os valores das ações da instituição, o que caracterizava uma espetacular maracutaia: transferir uma instituição financeira, responsável pela maioria dos negócios do mais rico estado da federação, para ser gerido pela iniciativa privada sem sequer estipular seu preço.

A operação realizada por Covas, FHC e Alckmin foi uma manobra para facilitar a privatização do banco e beneficiar os seus amigos imperialistas na compra do Banespa. No frigir dos ovos, os banqueiros do Santander abocanharam de presente um banco cujo ativo total passava de R$24 bilhões por apenas R$2,8 bi (a diferença do valor da venda R$7 bi para os R$4,1 bilhão de créditos tributários), um presente de pai para filho. Desde a privatização até hoje, o Santander já lucrou nada menos do que míseros R$220 bilhões, ou seja, são R$ 10 bilhões por ano nesses últimos 23 anos.

O ataque dos banqueiros ao fundo de pensão dos trabalhadores mostra muito bem qual é o papel das privatizações: atacar os trabalhadores e a população em benefício de meia dúzia de capitalistas e banqueiros parasitas. Por isso a necessidade das entidades de luta dos trabalhadores apresentarem um programa de luta que permita aos trabalhadores intervir na crise e no próprio Estado.

Está marcado para o próximo dia 21 de novembro um ato em defesa do Banesprev em frente ao Farol Santander, no centro histórico de São Paulo, organizado pela Contraf/CUT e Afubesp, contra mais esse ataque dos banqueiros. Da mesma forma que o Santander vem desfechando essa ofensiva reacionária nos seus funcionários, os demais bancos (BB, Caixa, Bradesco, Itaú) estão indo pelo mesmo caminho. Essa luta não é apenas dos trabalhadores do Santander, mas é a luta dos demais trabalhadores e, nesse sentido, o ato do dia 21 deve ser um pontapé inicial para uma gigantesca mobilização pelas garantias dos direitos dos trabalhadores conquistados através de mais de um século de lutas. 

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