Desde a realização da “Operação Dilúvio Al-Aqsa” pelo grupo político HAMAS em 7 de outubro, Israel intensificou exponencialmente os ataques militares contra a Palestina. Mesmo com a perda de mais de 17.000 vidas palestinas, incluindo metade de crianças, a guerra tem se mostrado um desafio para Israel, tanto politicamente, devido à reação negativa global, quanto militarmente, enfrentando a resistência do HAMAS.
O enfraquecimento de Israel não passa despercebido, assim como o enfraquecimento do domínio dos EUA na região. Além disso, considerando o insucesso da guerra dos Estados Unidos na Ucrânia, Vladimir Putin, presidente russo, aproveita-se da fragilidade dos EUA para fortalecer sua influência no Oriente Médio. A reunião de cinco horas entre Vladimir Putin e o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, no Kremlin, destaca a busca ativa de alianças na região.
Moscou e Teerã, ao longo dos anos, consolidaram laços sólidos, impulsionando suas economias. A cooperação em setores como energia e educação demonstra um bom momento entre Rússia e Irã, ampliando o comércio bilateral para US$ 5 bilhões, um aumento de 20% no último ano. Os líderes não deixaram de discutir sobre a guerra em curso na Palestina.
O encontro de Putin com líderes do Oriente Médio, incluindo Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Omã, reforça o fortalecimento político e econômico da Rússia na região. O presidente russo, ao sobrevoar o Irã, evidencia a flexibilidade de suas ações em meio à mudança de dinâmicas geopolíticas do momento. Durante as conversas com o líder iraniano, Putin brincou que havia considerado visitar Teerã na quarta-feira (6) após passar pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, dizendo que sobrevoou o Irã a caminho de casa e pensou que poderia simplesmente pousar em Teerã e se encontrar com Raisi lá.
A Rússia emerge como um ator chave, capitalizando nas oportunidades criadas pela instabilidade na região. O equilíbrio de poder no Oriente Médio está em transformação, e o fortalecimento das relações dos países árabes com a Rússia consequentemente os afasta das relações impositivas e dominadoras dos Estados Unidos no Oriente Médio.